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Continuação...

Nicolas White:

Os olhos de Alice encheram de lágrimas, isso me doeu muito, o Alan não tinha motivo para brigar com ela, vê essa cena me magoou, nós nunca brigamos sério, não quero que isso aconteça, manter a harmonia em casa era muito importante para mim, passei por muitos traumas na infância e a maioria se volta para o pavor que tenho de confusão, minha rota de fuga foi mergulhar fundo para cumprir todas as minhas vontades, criando novas aventuras e no final de tudo como resultado, realizei vários cursos e treinos ao longo desses anos, dos doze até os dezessete, são cinco anos de muito esforço.

Antes do sequestro acontecer eu tinha uma competição no clube de natação, em nome dos ômegas, meus colegas de equipe contavam comigo, fui um idiota em não lutar naquela noite, fiquei tão surpreso ao ver o Austin que esqueci todo meu treinamento e o principal da autodefesa era não respirar os feromônios dos Alfas, e o que eu fiz? Respirei aquela merda, sem falar que eu já tinha sofrido com os efeitos do feromônio antes, e foi o próprio Austin que protagonizou isso há anos atrás.

Revivi em minha mente muitas vezes os acontecimentos daquela noite, estávamos cansados, tudo que queríamos era voltar para casa e descansar, porém naquela bendita noite havia uma comemoração que o Supremo não poderia deixar de aparecer, assim que chegamos senti uma coisa diferente no ar, como se uma magia me atraísse sutilmente, levou apenas dois segundos, e percebi estava olhando uma rosa, que do nada foi arrancada por alguém.

Gostaria muito de lembrar o rosto do individuo que pegou aquela rosa, só há um problema nisso eu não vi o rosto do ser que cometeu esse crime com a linda rosa, mas voltando depois disso sai junto de Alice por conta do ciúme que senti dos olhares em cima da minha amada, uma atitude imatura e burra, se analisarmos tudo que aconteceu depois desse momento poderia ter sido evitado.

Queria voltar no passado e me estapear por colaborar mesmo que de forma inconsciente, para o sofrimento meu e de Alice, e o pior minha amada não tinha que ter passado por aquilo, Austin não estava atrás dela.

-Burro..

Ao perceber que falei em voz alta, observo o olhar atento do Alan se voltar para mim, e Alice parece ter se acalmado, o que foi que eu perdi?

Alice- Sim, ele é um burro mesmo.

Alan- Não fala assim do pobre coitado, não é culpa dele ser parceiro da Mel.

Alice- Ele pode não controlar o destinado a ser seu parceiro, porém isso não o impede de deixa-la, sabemos que existem algumas limitações aos que se negam a "seguir" o seu destino, mas nada tão ruim.

Alan- Pequena não tá pensando em me deixar né?

Ela deu uma risada.

Alice- vou pensar no seu caso querido, ultimamente tem sido difícil lidar com seu temperamento de Alfa Lúpus.

O Alan pareceu tremer na base, algo me diz que esses dois escondem algo, e como não prestei atenção ao que eles falavam, sei que eles não vão repeti o que falaram antes, visto que esses dois detestam ser ignorados, e ambos tem a mania de deixar os outros curiosos.

Alice- vou tomar um banho, estava morrendo de saudades da minha banheira.

Ela sai e é seguida por Alan que não diz uma palavra se quer. Ótimo agora vou ter que descobrir por mim mesmo, o que esses dois estão aprontando. Antes de tudo acontecer eu já estava desconfiado, e agora vejo que provavelmente a desconfiança não é só isso, pode ser minha intuição falando mais alto, acontece que eu estava sempre ocupado demais para seguir meus instintos e agora finalmente tenho um tempo para investigar.

Espero aproximadamente dez minutos no meu quarto, e saio a procura deles, sei que Alice disse que ia tomar banho, entretanto posso dizer que conheço aquela menina o suficiente para afirmar que ela não foi tomar banho, em resumo ela muito provavelmente mentiu sobre isso, e por que ela mentiria? Eis a questão.

Sigo minha busca pela casa, andando nas pontas dos pés, bem devagar, até que sinto minha cintura ser agarrada por mãos grandes e fortes, meu corpo se aquece com a proximidade, tento me virar e ver o rosto do ser que me agarrou, contudo isso se torna uma impossibilidade pois o mesmo me pressiona contra seu peitoral me mantendo fixo olhando para frente.

...- Estava com saudades! Pequeno Ser.

-me larga! Will! Quando tu entrou aqui?

Will- Não posso sentir falta do meu bebê?

Ele dá uma risada baixa próximo do meu ouvido, sinto cócegas na região e solto umas gargalhadas.

-ok, Sr. Will, agora me solte.

Ele me vira de frente, mas continua me abraçando.

Will- Não estou afim. E pequeno ser não ouse sumir novamente.

Tento empurrar, ele, para seguir com meu plano, o que não dá muito certo, o ser a minha frente parece empenhado em manter esse abraço.

-Olha aqui Will, eu tenho coisas a fazer, então por favor! Colabore com o meu ser.

Ele respira fundo, e finalmente me solta, vejo que ele olha para um ponto fixo em sua frente e resolvo acompanhar o olhar do mesmo, um Alan aparentemente estressado surge no meu campo de visão, e nem quero saber o que se passa naquela cabeça agora. Contudo em vez de chutar o Will como sempre ele respirou fundo, do meu ponto de vista fez uma escolha e começou a falar.

Alan- Há quanto tempo né? Will, como vai a sua mãe?

Com um tom surpreso Will respondeu que ela vai bem. Depois disso Alice apareceu vindo da mesma direção que Alan, com um sorriso bobo no rosto e aparentemente corada.

Will- Nem tanto assim, nós nos vimos ontem no hospital, e foi bom né? Alice ficou até mais bonita que o de costume.

Encarei ela por um tempo, depois me voltei para o Will que sorriu para mim, Alan limpou a garganta como se estivesse incomodado com algo, e minhas suspeita só subiram, agora sei que até o Will sabe do "segredo" e eu não.


...

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