My Omegas

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Alice Walters:

Chego em casa após deixar Nico na escola, ficar sozinha é algo que não experimentei por um longo tempo, visto que antes de tudo acontecer, ou o pequeno, ou o Alan, estavam sempre no meu pé, e não desgrudavam.

Ando devagar pelos longos corredores, observo a mansão, janelas longas, portas desnecessariamente grande, e áreas que nunca usei uma vez se quer, mesmo morando aqui a tanto tempo, termino minha caminhada parando no jardim de trás da casa.

Gramado bem cuidado, a piscina um pouco afastada, a área de churrasqueira, e as enormes árvores que dão na floresta, queria voltar no dia que fugi, a emoção de conhecer o pequeno, e depois o Alan ainda ardem em meu peito, a alegria que me foi tirada no dia da morte de meus pais, retornou quando conheci meus companheiros.

Dei um sorriso e sequei uma lágrima que escorreu, nunca mais vi Aureliana, minha tia, sei que ela foi presa, de qualquer forma não quero contato, ou sei lá, estou bem aqui.

-Aí!

Olho na direção do ser que me deu um tapa na cabeça, e era Will, com um sorriso largo.

Will- O que está fazendo?

Que cara de pau.

- O que você faz aqui?

Ele ficou serio e depois deu um sorriso engraçado, eu o encarrei nos olhos e ele desviou como se tivesse envergonhado.

Will- Só vim fazer uma visita, não posso?

-Veio ver o Nico?

Ele corou.

- Você não tem jeito mesmo, o pequeno está na escola agora, se quiser pode ficar para almoçar.

Will- Porque que ele voltou a estudar tão cedo? Eles deveriam liberar ele por no mínimo uma semana.

-é deveriam, vou falar com o Alan sobre isso.

Depois de uma hora conversando eu e Will entramos, começa a chegar notificação no meu celular.

Vejo que são mensagens.

Alan: Amada, por volta de umas dez e quarenta vem pra escola do Nico.

Respondo um Ok, e tomo um susto ao ver que são dez horas e vinte minutos, quase não vou ter tempo pra me arrumar. E em vez de ir começar, fico encarando o celular.

Will- Ei? Alice?

O menino passa a mão na frente da tela retangular, desviando minha atenção para ele.

- Tenho menos de vinte minutos, cara.

A confusão fica visível no rosto de Will, ele levanta uma sobrancelha.

Will- Onde vai?

-Na escola do Nico.

Uma carinha de cachorro abandonado se forma no rosto do garoto. Nem precisa ser dito que ele quer vir atrás.

-Vou me arrumar, você espera aqui, já que vai almoçar com a gente, levo você também.

A mudança de cachorro abandonado, pra abanando o rabo de felicidade acontece em segundos.

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Nicolas White:

Respiro fundo ao sair da sala, engulo o nó que se instalou em minha garganta e sigo para as próximas aulas, a vontade de chorar foi grande, mas não daria esse gostinho para os idiotas da minha sala.

O trio sai praticamente colado em mim, começo a andar mais rápido, para evitar as possíveis provocações, minha sorte é que a aula seguinte era artes e eles não tinham.

Entrei na sala em alta velocidade, tomando cuido para não derrubar nada, porque essa escola prefere parecer perfeita, nos ambientes amplos e harmoniosos, na beleza de cada sala, no brilho do chão, do que cuidar e garantir a justiça e segurança, para com os alunos, é uma escola de filhinhos de papai, ou melhor dizendo, escola de gente podre de rica, as mensalidades são altas, e a diretora ainda tem a ousadia de me silenciar, mesmo eu denunciando. Ódio. Queria tanto que o Alan me tirasse daqui.

Sentei enfrente a um dos quadros em branco e aguardei a chegada do professor de artes, que era o queridinho de muitos alunos por ser novo, alfa, bonito, solteiro e não ter companheira. Em questão de minutos a sala está cheia de alunos, todos ômegas do sexo feminino, sou o único ômega masculino dessa aula. Detalhe o professor sempre se atrasa.

E nem aqui estou sem por cento livre de julgamento, já que as conversas começam.

...- Albe, olha, não é o ômega do Supremo? O que ele faz aqui?

Albe- Sei não, Nina, deve está atrás de diversão extra, achei que o Supremo bastava.

risadinhas.

Nina- Acho que o Supremo só dá bola pra Alice, já que é algo mais, como se diz?

Albe- Natural?

Mais risadas.

Professor- Silêncio!

Nina- Não vimos o senhor chegar professor!

Suspiro, teria que ficar nessa aula até dez e quarenta, escolhi o período mais longo desse ano, porque sabia que um trio em específico, não estaria aqui, mas pelo jeito não consigo escapar das cobras dessa escola.

Dez minutos antes da aula acabar, a porta se abre revelado a diretora, e seu assistente, algo incomum já que geralmente eles não circulam pela escola juntos, só em datas comemorativas, e quando tem visita de pais.

Diretora- Queridos alunos, teremos um comunicado especial hoje, e gostaria de solicitar que todos comparecessem ao pátio quatro. De forma ordenada, sem baderna e em silêncio.

As ômegas comemoram que vão sair mais cedo da aula, contudo não vi vantagem nenhuma, só dez minutos mais cedo. Olhei na direção do professor e vi que ele me encarava, parecia buscar alguma reação da minha parte, um sinal, não sei. Desviei o olhar rapidamente, e juntei minhas coisas.

O caminho até o pátio quatro foi tranquilo, e sem demora, me sentei no primeiro banco que vi, e esperei começar.

Por algum motivo, desconhecido, meu lobo se agitou dentro de mim, parecia animado com algo, e a raiva guardada se dissipou de forma lenta e gradual. Uma mulher baixinha subiu no palco, e pegou o microfone.

Coordenadora- querido e queridas, meninos e meninas, estamos aqui presentes, peço encarecidamente que esperem um pouco, pois estamos com um problema técnico, que será solucionado em instantes.

Percebo muito tarde, que escolhi um lugar ruim para ficar, pois o trio ainda não chegou na plateia e mesmo que tenham, muitos bancos vazios aqui, provavelmente eles iram se sentar perto de mim, começo a procurar um lugar vazio que não tenha espaço para eles. E encontro um, ao lado de uma garota ruiva.

Me levanto, porém antes que eu desse o primeiro passo, uma mão me segurou. Uma mão tatuada.

...