cinquenta e sete

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Capítulo 57 – Namorado

— Mark? — perguntou confuso, olhou pra sua mãe que tinha um sorriso amarelo. — O que esse idiota ta fazendo aqui?

— É assim que você trata o amor da sua vida? — o canadense se pronunciou com a voz brincalhona, mas recebeu um olhar mortal do outro.

— Eu não to falando com você. — voltou a observar sua mãe que tirava os bobs da cabeça, parecia se arrumar pra algum lugar.

— Bom, você vai no show, mas com o Mark, enquanto eu vou resolver umas coisas — foi até o filho, dando um beijo na sua testa. — Se divirtam bastante, e nada de se matarem no meio do caminho.

Olhou incrédulo para os dois, cruzou os braços e se virou contra eles. Ouviu os dois cochicharem alguma coisa, e o Mark dizer “deixa comigo”.

— Docinho — começou, e Donghyuck teve que se segurar muito pra não mostrar que gostava daquele apelido até mesmo quando estava irritado. — Você vai mesmo negar ir num show do seu ídolo favorito, só porque eu vou contigo? Essa oportunidade é única e muito boa, vai por mim.

O mais novo suspirou fundo, se virando para Mark e sorrindo forçado, saindo de sua vista e antes de sair de casa sussurrando para sua mãe “Você me paga”. Se encostou na parede e não demorou muito pro estrangeiro sair também, entregando o capacete para o outro.

Sem dizer nada, subiram na moto, e Donghyuck segurou na cintura dele, sentindo as borboletas se manifestarem em seu estômago. Sentia tanta falta de sentir o cheiro dele e o carinho em suas mãos enquanto eles corriam de moto por aí.

Mas Donghyuck estranhou quando viu os dois irem para um lugar que ele conhecia. Desceram da moto, e ele pôde ver o “M&H” escrito no muro velho, voltou a encarar o mais alto que se sentou no chão e tirou sua caixa de cigarro, acendendo um e entregando um pra ele que aceitou.

Se sentou com ele, sentindo a brisa bater forte enquanto baforavam.

— Posso saber o porquê estamos aqui? — perguntou, enfim.

O outro ficou em silêncio por um tempo, e Haechan assentiu com a cabeça. No entanto, o mais velho começou a falar.

— Eu... — suspirou fundo. — Sou um idiota.

— Era pra eu estar surpreso com isso? — perguntou sem entender, vendo Mark rir.

— Sinceramente não — olhou em seus olhos com um sorriso. — Eu piso muito na bola, isso é normal, mas a última coisa que eu queria fazer era te machucar com o meu jeito idiota.

Donghyuck notou que ele estava sendo muito sincero, dessa vez, Mark não usava mentiras pra esconder quem ele era, com aqueles olhos brilhantes e palavras honestas.

— Mark- — foi interrompido.

— Eu não terminei ainda — o outro se calou, deixando ele continuar a falar. — Quando eu era mais novo, ouvi meu avô dizendo que preferia filho bandido do que filho gay. E como um gay não assumido, eu me senti tão inseguro em aparecer namorando um homem na frente do meu avô religioso e ex militar, que eu me escondi por muito tempo, fingia que ia ficar na casa de um amigo pra sair com os garotos que eu me interessava e depois ia embora correndo, com medo dele acabar me descobrindo.

Ele ouvia tudo atentamente, sabia que Mark era uma pessoa extremamente fechada, então deixou ele desabafar, jogar tudo aquilo fora.

— A primeira pessoa pra quem eu me assumi foi meu irmão, eu nunca pensei que eu choraria tanto apenas dizendo que eu era viado — usou um pouco do humor pra quebrar aquele clima pesado, fazendo os dois rirem. — Ainda assim, escondi por muitos anos que eu saía com garotos, me apaixonei por Lucas mas nós dois sabemos que deu muito errado. — novamente se permitiu rir, dessa vez, amarga. — E agora, eu to com você, só que algumas coisas saíram do meu controle.

September - markhyuck au!fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora