– Anthony, eu já disse que estou bem! A sua conta de telefone vai vir uma fortuna se você continuar me ligando a cada minuto que se passa! – disse Gerard, em um tom mais exaltado do que normalmente falaria com o senhor. Todavia, aquela era a décima primeira vez que ele o ligava só naquele dia, então era natural que o estresse fosse aparecer alguma hora.
– Gerard, você poderia estar literalmente pegando fogo, e ainda falaria que está tudo bem. Não pode me culpar por ficar preocupado! – falou Anthony do outro lado da linha.
– E não estou! Só estou falando que sei me cuidar. E, se isso te relaxa, o Frank me liga todo dia para saber se eu preciso de alguma coisa.
– Isso me relaxa, sim. Fico feliz em saber que vocês dois têm se dado bem nos últimos dias.
– É, eu acho que ele se sentiu culpado por eu ter sido atropelado ou sei lá – mentiu Gerard, sentindo suas bochechas corarem ao pensar no neto do idoso. – Mas eu voltei ao trabalho hoje, então o senhor pode saber que já estou bem melhor. Já tem uma semana e meia, Tony, eu não sou de vidro pra demorar a me curar desse jeito!
– Eu sei, eu sei. E também sei que estou te distraindo, então vou desligar. Mas me prometa que vai me ligar se precisar de alguma coisa!
– Eu prometo – suspirou o rapaz, não conseguindo conter o sorriso que escapou de seus lábios perante a preocupação do homem. – Eu tenho que ir agora, okay? A gente se fala depois.
– Tudo bem, Gee. Tenha um bom dia e lembre-se de não se esforçar muito!
– Pode deixar, Tony.
Assim, os dois se despediram e Gerard encerrou a ligação, soltando um suspiro e olhando para seu escritório, tentando se lembrar do que estava prestes a fazer no momento em que Anthony o ligou. Murmurou um "ah!", assim que viu o excel aberto em seu computador, recordando-se de que precisava continuar fazendo as planilhas do mês, e, assim, voltou ao trabalho, esquecendo-se da conversa que havia acabado de ter com o senhor para se concentrar no que precisava fazer.
Ele não sabia quanto tempo havia se passado desde que havia voltado a mexer no computador. Nem ao menos teria reparado nisso, se não fosse a porta do escritório sendo escancarada de repente e Frank passando como uma bala por ela logo em seguida, mais afobado do que o normal. O susto que tomou o fez se levantar de sua cadeira subitamente, seus olhos se arregalando por um momento antes que seu cérebro lhe avisasse que "ah, não é um homem-bomba querendo te explodir. É só o Frank", e ele relaxasse de novo.
– Ainda bem… Que te encontrei… – disse ele, visivelmente cansado e ofegante, colocando as mãos nos joelhos e se curvando enquanto tentava regular sua respiração acelerada.
– Você não sabe bater antes de entrar, não?!
Ao invés de responder verbalmente, Frank entregou a Gerard um papel que estava em suas mãos. O mais velho pegou a folha, ainda confuso, e começou a ler o que estava escrito nela:
"O concurso anual de comidas de inverno do Brooklyn está chegando! Vá até o nosso site e inscreva o seu restaurante para concorrer e ganhar até três mil dólares! Esperamos você lá!
Em caso de dúvidas, entre em contato com os organizadores do evento no número abaixo"
– Porra – murmurou Gerard, apertando a folha em suas mãos em um ato de nervosismo. – Eu esqueci totalmente dessa parada…
– Você sabia? – perguntou Frank, já recuperado da corrida que havia feito até ali.
– Sim, é claro. É o maior e mais importante concurso de restaurantes do Brooklyn inteiro! – exclamou o mais velho.
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Metamorfose || {frerard}
Fanfiction"Como 95% das pessoas que moram no Brooklyn, Gerard estava lá por um motivo ruim. E não, ele não era criminoso, drogado, traficante, ou qualquer merda do tipo. Ele seria um rapaz normal de vinte e sete anos para a sociedade - isso, se ele tivesse um...