Thanksgiving

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Uma semana depois

"–̶ ̶M̶e̶u̶ ̶i̶r̶m̶ã̶o̶ ̶v̶o̶l̶t̶a̶n̶d̶o̶ ̶p̶r̶a̶ ̶m̶i̶n̶h̶a̶ ̶v̶i̶d̶a̶;̶
– O concurso de comidas de inverno;
–̶ ̶A̶t̶u̶a̶l̶i̶z̶a̶r̶ ̶o̶ ̶A̶n̶t̶h̶o̶n̶y̶ ̶d̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶s̶t̶á̶ ̶a̶c̶o̶n̶t̶e̶c̶e̶n̶d̶o̶,̶ ̶p̶o̶r̶q̶u̶e̶ ̶t̶e̶m̶ ̶t̶e̶m̶p̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶u̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶c̶o̶n̶v̶e̶r̶s̶o̶ ̶c̶o̶m̶ ̶e̶l̶e̶;̶
–̶ ̶F̶a̶l̶a̶r̶ ̶c̶o̶m̶ ̶o̶ ̶F̶r̶a̶n̶k̶ ̶s̶o̶b̶r̶e̶ ̶a̶ ̶m̶i̶n̶h̶a̶ ̶c̶i̶r̶u̶r̶g̶i̶a̶;̶
–̶ ̶M̶e̶u̶ ̶r̶e̶l̶a̶c̶i̶o̶n̶a̶m̶e̶n̶t̶o̶ ̶c̶o̶m̶ ̶o̶ ̶F̶r̶a̶n̶k̶
̶–̶ ̶A̶ ̶t̶e̶r̶r̶a̶ ̶o̶n̶d̶e̶ ̶a̶ ̶C̶a̶t̶a̶r̶i̶n̶a̶ ̶e̶s̶t̶á̶ ̶p̶l̶a̶n̶t̶a̶d̶a̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶e̶s̶t̶á̶ ̶m̶u̶i̶t̶o̶ ̶f̶é̶r̶t̶i̶l̶;̶
– O que vou fazer no dia de ação de graças?
–̶ ̶A̶s̶ ̶b̶r̶i̶g̶a̶s̶ ̶d̶o̶s̶ ̶v̶i̶z̶i̶n̶h̶o̶s̶ ̶d̶e̶ ̶c̶i̶m̶a̶ ̶e̶s̶t̶ã̶o̶ ̶f̶i̶c̶a̶n̶d̶o̶ ̶p̶i̶o̶r̶e̶s̶.̶ ̶E̶u̶ ̶p̶r̶e̶c̶i̶s̶o̶ ̶r̶e̶c̶l̶a̶m̶a̶r̶ ̶d̶i̶s̶s̶o̶ ̶c̶o̶m̶ ̶o̶ ̶s̶í̶n̶d̶i̶c̶o̶.̶"

Atualmente faltavam dois itens para Gerard abordar em sua lista, e hoje ele estava preparado para riscar mais um deles: o dia de ação de graças.

Desde o dia no hospital, Mikey e Gerard estavam tentando passar mais tempo juntos para que o mais novo tivesse uma ideia da normalidade da vida de Gee. Ele ainda achava que todas as pessoas trans viviam em paradas gays ou algo do tipo, então ficar junto ao irmão estava sendo uma experiência de abrir os olhos.

Naquele dia, os irmãos estavam no apartamento de Gerard junto a Ray, e os três estavam tentando bolar um plano para Gerard chamar Frank para passar o dia de ação de graças com ele — dia esse que seria dali uma semana.

– Cara, é só você ligar – Ray disse pelo o que parecia ser a décima vez em poucos minutos. – Você está pensando demais. Não tá deixando a relação de vocês fluir desse jeito.

– Ela… Ele – Mikey se corrigiu. Um pequeno sorriso surgiu na face de Gerard ao ouvi-lo fazer isso tão deliberadamente – tem que pensar bem nisso, Ray. E se o Frank disser não? Ele só está sendo precavido.

– Vocês dois pensam demais. É só um feriado, não é como se eles fossem se casar! Além do mais, a gente tá falando do Frank aqui, qual é! Ele é o cara mais de boa que eu conheço! Sem falar que ele é doidinho pelo Gee. É capaz do Gerard pedir pra ele pular de um penhasco e ele realmente pular.

Mikey, que antes estava alisando as folhas da sua nova paixão, comumente chamada de Catarina (mais conhecida como "o bonsai"), foi até o telefone da casa e o colocou nas mãos de seu irmão, dizendo:

– Olha, o Ray está certo sobre uma coisa: o Frank te adora. Se você pensar por esse lado, não tem como ele falar não para você. Mas você precisa tentar, de um jeito ou de outro. Só liga, okay? É ainda mais fácil do que pessoalmente, porque você não precisa olhar pra cara dele.

– Sim! – Ray concordou. – Veja pelo lado bom, Gerard. O Frank não está aqui! Você não vai precisar encará-lo ao ter que perguntar sobre isso. É bem melhor!

E é claro que, como a vida de Gerard era uma piada, Frank entrou no apartamento bem naquele momento, sem nem ao menos bater na porta porque os dois já tinham esse nível de intimidade — Gee queria fazer uma chave para ele, mas isso sim seria um passo grande demais no relacionamento não-oficial deles.

– Hey, babe, eu… – Frank parou de falar e olhou para as outras duas pessoas além de Gerard no apartamento. – Huh… Que reuniãozinha é essa aqui?

Oh-oh – Mikey disse, virando-se para Ray e dizendo: – Então, eu vi uma loja de comida indiana aqui perto…

– Vamos lá! – Ray levantou de supetão do sofá e puxou o Way mais novo até a porta. – A gente tá saindo! Obrigado por receber a gente, Gee! Até mais!

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