More Hospital Talks (But No Retirement This Time)

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As duas horas e meia que se passaram na sala de espera pareceram dias para Frank. Depois de algum tempo, a preocupação começou a tomar conta de sua mente, ao ponto dele desistir de falar com Ray e começar a roer as próprias unhas — coisa que só fazia quando chegava em seu limite de tensão. Havia começado a pensar em coisas sem nexo algum, como: "e se aconteceu um atentado nos fundos do hospital e alguém atirou na cabeça do Gerard e agora ele está passando por uma cirurgia de alto risco nesse momento?!", "e se as tripas dele estouraram com o atropelamento e agora eles estão tentando colocar elas de volta no lugar?!", e "e se ele bateu a cabeça e teve um traumatismo craniano?!". Isso não ajudava em nada seu cérebro ansioso, mas ele tentava manter-se otimista, porque pessimismo nunca ajudou ninguém, era o que ele acreditava.

Frank ficou surpreso, então, quando um médico chegou na sala de espera e chamou seu nome. O rapaz levantou-se de supetão e praticamente foi tropeçando o caminho inteiro até o profissional, tentando se preparar para qualquer notícia que fosse receber dali a segundos. Felizmente, o homem parecia tranquilo, então ele decidiu acreditar que estava tudo bem.

– Senhor Iero, certo? – perguntou o médico, recebendo dele um aceno de cabeça positivo em resposta, mesmo que tivesse errado na pronuncia de seu sobrenome. – E você é o contato de emergência do senhor Way, não é?

– Sim, senhor. Ele está bem?

– O melhor que pode estar em uma situação dessas, eu acredito. Venha comigo até onde ele está. Vou te explicar tudo para que o ajude assim que receber alta.

– Tudo bem. Só um momento – disse Frank, afastando-se um pouco do profissional e indo até Ray, que havia permanecido sentado nos bancos desconfortáveis da sala branca e sem graça em que estavam. – Ray, o médico disse para eu ir com ele ver o Gerard. Fica aqui, que eu já volto, okay?

– Sem problema, cara. Boa sorte – falou Ray, sorrindo de forma reconfortante para o outro.

– Obrigado. Acho que vou precisar… – disse Frank, enquanto ele se virava e ia até o médico mais uma vez, começando a acompanhá-lo pelos corredores do hospital.

Não demorou para chegarem até o quarto em que Gerard estava. Logo, o doutor havia aberto a porta, e Frank teve a visão do mais velho com a cintura e a mão esquerda enfaixadas, além de um semblante exausto, deixando sua pele já naturalmente pálida ainda mais branca do que o normal. Se Iero quisesse, aquela seria a hora de chamá-lo de "leite coalhado", ou coisa do tipo — não que ele fosse fazer isso. Ao menos, não naquele momento.

Por um breve momento, Frank pôde ver as cicatrizes no peitoral do mais velho, antes que ele colocasse sua blusa de volta com uma pressa desesperada, assim que percebeu a presença do outro no recinto. A vermelhidão que tomou conta de seu rosto, no entanto, foi impossível de esconder, e Iero achou essa vergonha fofa. Gerard arrancaria seu pau fora e faria ele engolir se lhe falasse que achou isso? Sim, totalmente, mas ainda era fofo.

– Senhor Way – falou o médico, atraindo a atenção do paciente para ele. – Chamei o senhor Iero para passar todas as instruções a você, uma vez que consta na sua ficha que ele é o seu contato de emergência. Está tudo bem para você?

Gerard olhou de soslaio para Frank, que sorriu acanhado em uma tentativa de passar segurança para ele, e assentiu em resposta. Com a confirmação, o doutor começou a falar:

– Gerard, você teve fraturas nas costelas e torceu o pulso esquerdo, além de ter tido alguns poucos arranhões, mas nada muito sério. Você realmente teve sorte, porque o impacto ao bater naquele carro poderia ter sido bem maior… Mas enfim, você vai ter que ficar de repouso nas próximas semanas e tomar os remédios que vou passar a você. Também tem que trocar as faixas todos os dias, mas não se preocupe, vou providenciar o pacote a você…

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