Sabe quando algo inusitado acontece em sua vida e, no dia seguinte a esse acontecimento, você se pega pensando se tudo o que havia ocorrido era verdade? Bem, era assim que Gerard se encontrava, momentos depois de abrir os olhos pela manhã e se lembrar da noite passada.
Way ainda se sentia extremamente cansado, uma vez que havia ido dormir tarde. O motivo? Frank e ele acabaram se empolgando de novo, e repetiram o que fizeram não só uma, nem duas, mas sim três vezes, a última sendo diferente porque Gerard decidiu usar a boca ao invés das mãos. O resultado foi o mesmo para Iero, é claro, mas, para o mais velho, o gosto havia mudado bastante. E ele simplesmente não conseguia acreditar no que tinha feito e dito, muito menos no que havia pensado e imaginado naquele meio tempo.
E o pior de tudo? Frank não estava em lugar algum do quarto.
Por mais que Gerard soubesse que Iero não era o tipo de cara que fode e some depois, ele não pôde evitar se sentir apreensivo pelo sumiço do mais novo. Perguntava-se se Frank havia se arrependido da noite anterior, ficado desesperado e fugido pela manhã, pensamento esse que era contradito pela teoria de que ele apenas havia tido uma emergência e precisado ir embora. Seja lá o que tivesse acontecido, havia uma afirmação que se passava na mente de Gee e que lhe assustava mais do que qualquer outra coisa:
Ele estava sentindo falta de Frank.
Se ele havia se arrependido do que fez na noite anterior? Gerard não conseguia decidir isso, para sua própria surpresa e preocupação. Isso porque, mesmo que estivesse se condenando por ter dado um passo tão grande naquela relação maluca dos dois, havia uma parte de si que se sentia diferente — um tipo bom de diferente. Um "diferente" no sentido de um calor existir em seu peito, algo que se espalhava por todo seu corpo, deixando suas bochechas vermelhas e seu estômago lotado de borboletas. Era como um sonho, e ele não sabia se queria acordar dele ou não, porque tudo parecia bom demais para ser verdade.
Não parecia possível para Gerard que alguém gostasse dele de verdade, e não parecia possível que alguém tão compreensivo e amável como Frank era existisse, talvez porque nunca havia encontrado alguém assim antes. Todas suas experiências amorosas haviam sido desastrosas, e a maioria das pessoas que ele havia se envolvido apenas tiraram proveito dele e depois foram embora. Foi assim quando ele perdeu sua virgindade, e nas vezes seguintes em que transou, até que desistisse de se relacionar romanticamente e passasse a ter apenas noites de sexo casual com gente aleatória. E então havia Frank, que… Bem, que não estava mais ali.
Gerard estava se sentindo ridículo. Era óbvio que Iero não iria ficar ali até o dia seguinte. Provavelmente havia saído no meio da noite, depois de perceber o erro que havia cometido, planejando nunca mais ter contato com Gee novamente; provavelmente, ele havia odiado cada segundo de intimidade entre os dois, provavelmente estava se sentindo enojado por ter deixado ser tocado por alguém como Gerard era, e provavelmente iria tomar uns três banhos para tirar os vestígios de seu toque do corpo.
Era óbvio que ele não estava apaixonado por Way. Ninguém nunca se apaixonaria por ele.
E foi assim que Gerard se encontrou chorando, ainda deitado na cama, tentando conter os soluços que escapavam de sua garganta, entrando em um ciclo de se achar ridículo por estar chorando por um cara, tentar parar de chorar, não conseguir fazê-lo, chorar ainda mais, se sentir ainda mais ridículo, e reiniciar tudo de novo. Otário, ele pensava. Você é a porra de um otário, Gerard. Essa palavra repetia em sua mente, lhe deixando cada vez mais para baixo, se sentindo um lixo por algo que ele mesmo sabia que não era sua culpa.
Ele ainda estava chorando por se achar um idiota quando uma voz suave e baixa invadiu seu quarto, cantarolando seu nome com graciosidade:
– Gee, hora de acordar…
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Metamorfose || {frerard}
Fanfiction"Como 95% das pessoas que moram no Brooklyn, Gerard estava lá por um motivo ruim. E não, ele não era criminoso, drogado, traficante, ou qualquer merda do tipo. Ele seria um rapaz normal de vinte e sete anos para a sociedade - isso, se ele tivesse um...