In Mikey Way's Mind

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Você já olhou para alguém preconceituoso e se perguntou como é possível alguém ter um pensamento tão retrógrado desse jeito? Já quis adentrar a mente de uma pessoa dessas apenas para ver como ela funciona, como um cientista fazendo testes para descobrir mais sobre alguma espécie de animal?

Bom, vamos testar isso. Vamos fazer uma experiência, e vamos adentrar a mente de um rapaz originalmente preconceituoso, mas que aparentemente está tentando mudar. Vamos ser um cientista, e vamos fazer de Mikey Way, nossa cobaia.

A história que irão ouvir hoje se passa logo depois de Frank e Gerard fazerem as pazes, quando o restaurante de Gee pegou fogo. Vamos ver o ponto de vista de Michael e o que ele pensa sobre toda a situação.

Um dia na vida de Mikey, e talvez tenhamos ao menos uma noção de como são suas morais e ideais ainda em construção. Ou talvez não. Quem sabe?

∆ ∆ ∆

– Gee, eu cheguei!

– A porta está aberta!

Mikey suspirou e adentrou o apartamento de seu irmão, sentindo um pouco de ânsia de vômito ao ver o estado do local.

Naquele dia, ele e Gerard iriam limpar aquele lugar até o último milímetro. Michael havia acabado de voltar do supermercado e estava segurando sacolas repletas de materiais de limpeza diversos, o que se tornou um problema para ele ao tentar abrir a porta, mas ele eventualmente conseguiu entrar e colocar tudo o que comprou no chão.

Gerard apareceu em seu campo de visão, um sorriso bobo no rosto que Mikey conseguiu ouvir da ligação que haviam tido mais cedo, onde o mais velho lhe pediu para comprar os materiais e vir correndo para seu apartamento a fim de ajudá-lo a limpar tudo. Ele não havia pegado os detalhes, mas aparentemente Gee e Frank haviam brigado alguns dias atrás e haviam feito as pazes, o que explicava a cara de bobo apaixonado do rapaz. Ele estava tão feliz que nem ao menos ligou para o fato de que Iero havia lhe dito que tinha que trabalhar e que por isso não iria poder ajudar na limpeza. Só ficou triste em saber que não o veria mais até tarde da noite, mas ele entendia a situação.

Ray também havia sido convidado a ir, mas ele achou que seria uma ótima ideia deixar os irmãos Way juntos para uma "confraternização", sem ninguém no meio. Logo, ele havia arranjado uma desculpa qualquer e pulado fora daquele barco, deixando Mikey sozinho para lidar com o chiqueiro que era a casa de seu irmão recém-saído de um estado de choque.

– Você comprou tudo o que eu pedi?

– Oi pra você também! – Mikey satirizou, mas logo suspirou e respondeu: – Mas, respondendo à sua pergunta: sim, eu comprei tudo. Algo me diz que você está bem animado pra começar.

– Você já viu esse lugar?! É óbvio que eu estou animado! Vamos deixar tudo tinindo, Mikey!

Mikey apenas grunhiu em mau humor.

– Eu odeio gente apaixonada.

– Ah, qual é! Não vai ser tão ruim assim! Vamos, por onde você quer começar?

– É aí que tá. Eu não quero começar.

Gerard cruzou os braços, olhando para o mais novo com um olhar de "eu sou seu irmão mais velho e você vai me obedecer sua peste nojenta", e disse:

– Michael, você prometeu que iria me ajudar hoje.

– Deixa eu adivinhar: eu tenho que cumprir com essa promessa?

– É óbvio que tem! Que porra de moral distorcida você tem, garoto?!

Mikey pensava que, se ele não quisesse fazer alguma coisa, era apenas não fazer, mas talvez seu irmão estivesse certo. Droga, Gerard sempre parecia estar certo. Ele não tinha sentido saudade disso — ou, bem, talvez tivesse.

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