Metamorfose || {frerard}

To-Do List

Esse capítulo é bem parado, mas eu recomendo ler pra vocês se localizarem um pouco na história. Também conta com conversas importantes e algumas opiniões do Anthony, avô do Frank, que são cruciais para a história. Eu tenho mais a falar, mas vai ser nas notas finais, então a gente se vê lá.

Boa leitura!!!!

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" – Meu irmão voltando pra minha vida;
– O concurso de comidas de inverno;
– Atualizar o Anthony do que está acontecendo, porque tem tempo que eu não converso com ele;
– Falar com o Frank sobre a minha cirurgia;
– Meu relacionamento com o Frank;
– A terra onde a Catarina está plantada não está muito fértil;
– O que vou fazer no dia de ação de graças?
– ̶A̶s̶ ̶b̶r̶i̶g̶a̶s̶ ̶d̶o̶s̶ ̶v̶i̶z̶i̶n̶h̶o̶s̶ ̶d̶e̶ ̶c̶i̶m̶a̶ ̶e̶s̶t̶ã̶o̶ ̶f̶i̶c̶a̶n̶d̶o̶ ̶p̶i̶o̶r̶e̶s̶.̶ ̶E̶u̶ ̶p̶r̶e̶c̶i̶s̶o̶ ̶r̶e̶c̶l̶a̶m̶a̶r̶ ̶d̶i̶s̶s̶o̶ ̶c̶o̶m̶ ̶o̶ ̶s̶í̶n̶d̶i̶c̶o̶.̶"

Essa era a lista dos problemas que Gerard tinha no momento. Ele a havia feito em uma crise de insônia no meio da madrugada, achando que colocar seus dilemas no papel ajudaria a organizar sua mente, e então decidiu seguir essa lista para conseguir resolver tudo ali. Até o presente momento, ele havia riscado apenas um dos itens, que era conversar com o síndico do prédio acerca de seus vizinhos barulhentos, e, agora, ele estava prestes a matar dois coelhos com uma cajadada só: conversar com Anthony e resolver a questão da terra onde Catarina estava — ele iria comprar adubo para deixá-la mais fértil, e pediu para que o senhor fosse com ele até a floricultura para isso.

Enquanto Gerard andava pelas ruas do Brooklyn em direção à tal floricultura que precisava ir, ele riscou esses dois itens de sua lista, suspirando aliviado antes de colocá-la no bolso de sua jaqueta e vestir as luvas que havia tirado para escrever melhor. Já era quase fim de novembro e, com isso, o frio estava arrebatador, o que era perfeito para o rapaz (uma vez que, como já mencionado antes, ele não gostava do verão porque seus remédios lhe deixavam calorento e ele odiava ter que tomar mais de um banho por dia por causa disso), que já olhava para o próximo feriado que estava por vir, além de ser outro problema a se resolver: o dia de ação de graças.

Gerard gostava do Thanksgiving, por mais que a história por trás desse feriado seja sangrenta. No geral, ele repudiava a comemoração, uma vez que ela havia sido fruto do sofrimento dos povos nativos, mas a sua apreciação pelo dia era interna: sua família amava comemorar o dia de ação de graças, e ele gostava disso. Gee se lembrava que até mesmos seus tios, que moravam na Califórnia, faziam todo o caminho da costa Oeste para a Leste, apenas para passar o feriado junto a eles, e se lembrava de ficar brincando com seus primos pela casa enquanto sua mãe e suas tias faziam o peru para a ceia.

O dia de ação de graças sempre lhe deu a impressão de que ele podia ter uma família unida e feliz, que iria o amar não importava o que acontecesse. E, bem, isso não aconteceu, mas ele ganhou algo muito melhor, anos depois: Anthony.

Como o idoso não estava em bons termos com sua família já havia um bom tempo, desde que Gerard chegou, os dois haviam passado o feriado juntos todos os anos. Era uma tradição deles comemorarem juntos, só eles, mas aquele era um ano diferente, porque não era mais apenas os dois — havia Frank, que havia voltado a falar com o avô, anos depois de ficar sem olhar na cara dele por conta de um bloqueio criado pela morte de sua avó. O próprio Frank havia contado isso a Gee, algum tempo atrás, com muita dor no olhar e lágrimas silenciosas descendo pelo seu rosto que cortavam o coração do mais velho como facas afiadas, e ele o confortou e entendeu a situação. O tatuado se arrependia de ter negligenciado Anthony por tanto tempo, mas Gerard lhe disse que não havia como voltar no passado, e que ele poderia compensar o tempo perdido ficando o mais próximo possível do senhor e lhe dando toda a atenção e carinho do mundo. E, realmente, ele estava fazendo isso.