Esse capítulo e o próximo são minimamente inspirados nessa música da hayley williams, chamada asystole.
Eu achei esse capítulo muito pequeno então eu decidi postar outro logo de uma vez. De nada!!!
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Imagine um eletrocardiograma. Para uma pessoa saudável, na tela sempre irá ser destoante — para cima e para para baixo, a todo segundo, sempre, até o dia de sua morte. Quando você morre, essa linha torna-se reta, sem altos nem baixos.
Assim é a vida. Ela é feita de altos e baixos e, se não houver eles, não há vida. Quando estamos em um ponto baixo na nossa vida, tudo ao nosso redor parece condenado, e um pensamento de que nunca nada vai melhorar nos acomete. Todavia, como um eletrocardiograma, nós sempre vamos ter um ponto alto.
Mas sempre vamos cair de novo. E subir. E cair. E subir mais uma vez. E, novamente, cair.Gerard estava em um ponto alto de sua vida. Ele tinha um namorado atencioso, estava melhorando a sua relação com seu irmão, que estava cada dia mais compreensivo, tinha um restaurante que estava indo à mil e ainda por cima tinha um gato que sempre ia visitá-lo em seu apartamento, apesar do bichano não ser exatamente dele. Em outras palavras, Gee estava feliz.
Mas a vida não pode ser uma assistolia. Você sempre vai cair de novo.
E Gerard caiu.
Era uma noite como qualquer outra. Gee e Frankie estavam no apartamento do mais velho, assistindo um filme qualquer enquanto namoravam, Chester ao lado deles dormindo pacificamente. Estava tudo bem e os dois estavam enamorados, trocando palavras carinhosas e beijos cheios de significado. Desde que eles haviam tido sua primeira noite juntos, a relação deles estava muito mais sólida e eles não conseguiam se desgrudar — nem parar de fazer sexo. Aquele lugar era um ninho do amor e aqueles dois passarinhos estavam completamente apaixonados.
Eles estavam se beijando, a mão de Frank já por debaixo da camisa de Gerard, e a mão de Gerard perto da virilha de Frank, quando o telefone de Way tocou.
Receber uma ligação no meio da noite era estranho, mas Gee não se incomodou muito. Ele estava mais interessado em continuar o que estava fazendo ali, mas atendeu do mesmo jeito. Era um número desconhecido.
– Alô? – Gerard tentava afastar Frank de si, apesar de seu sorriso dizer que ele não estava sendo muito sério.
Alto, baixo, alto.
– Olá, aí quem fala é Gerard Way?
– É ele mesmo. Quem gostaria? – Frank finalmente deixou Gerard em paz e ele pôde dar total atenção à ligação.
Alto, baixo, alto, baixo, alto.
– Aqui é o capitão da equipe de bombeiros de Nova York.
Gerard piscou, sem entender muita coisa.
– Huh… Okay?
Alto, baixo, alto, baixo, alto, baixo, alto, baixo, alto.
– Senhor Way, eu lamento te informar, mas o seu restaurante, o Battery Diner, está sendo alvo de um incêndio nesse exato momento.
Alto.
Baixo.
Alto…
Baixo.
Nunca uma assistolia.
Tudo ficou confuso. A mente de Gerard entrou em pane. Nada fazia mais sentido. Ele tentava entender o que estava acontecendo, mas não conseguia. Tudo desapareceu — o apartamento, Chester, até mesmo Frank. Gee estava no escuro, e estava sozinho.
O celular caiu de sua mão. Tudo se distanciou. Ele estava longe de tudo e todos.
– Gerard? – Frank se assustou com a mudança súbita do namorado. – Gee, o que foi?! Gee!
Extremamente preocupado, Frank pegou o telefone e começou a falar com o capitão dos bombeiros.
Foi quando ele recebeu a notícia que ele entendeu o que havia acontecido com seu namorado.
– N-nós vamos aí agora – Frank disse, e desligou antes que o homem começasse a falar que não era uma boa ideia.
Gee estava completamente inerte, apesar de estar acordado. Seu olhar estava longe e enevoado, seu corpo tremendo como se ele estivesse com frio, mas não estava — ele estava em choque. Frank tinha certeza apenas por observá-lo.
– Gee, baby… – Iero tentou chamar a atenção do namorado, em vão. – Gee, nós vamos ao restaurante ver a situação, está bem? Você consegue andar?
Obviamente, Gerard não respondeu, mas conseguiu levantar com a ajuda de Frank. Com muito cuidado, os dois haviam passado pela porta e logo estavam descendo as escadas do prédio, Gee andando lentamente e em transe. Iero não sabia se era uma boa ideia levá-lo ao local, mas ele sabia que era o que o mais velho queria e o que já teria feito, se não estivesse em estado de choque.
Com lentidão, Frank colocou Gerard no banco do passageiro de seu carro e colocou o cinto de segurança nele, adentrando o veículo logo em seguida e dando a partida. Ele acelerou até o restaurante, cortando outros carros e avançando sinais quando ficava muito ansioso.
Com a velocidade que ia, não demorou para que eles chegassem ao Battery Diner. Todavia, foi possível avistar a fumaça a quilômetros de distância, o que deixou Frank ainda mais aflito. O fogo já estava se espalhando para os estabelecimentos ao lado e Iero secretamente agradeceu pelo Parachutes Diner estar no outro lado da rua, por mais que ele tenha se sentido mal por pensar nisso.
Quando Iero estacionou o carro de qualquer jeito, parece que algo clicou dentro de Gerard. Em questão de segundos, ele havia tirado o cinto de segurança e saído correndo do carro, indo em direção ao fogo. Frank não demorou a acompanhá-lo, pegando em seu braço para pará-lo quando achou que ele estava chegando muito perto.
Foi quando Gerard começou a gritar.
– Não! Não! Por favor, não! Não pode ser, por favor! Não! – Os gritos de Gerard eram agonizantes e dolorosos para qualquer um ouvir.
Gerard tentava chegar mais perto do estabelecimento em chamas, mas Frank o segurava pelos braços, o contendo o melhor que podia.
Um bombeiro foi até eles e tentou falar com o mais velho, a fim de acalmá-lo, sem muito sucesso. Era Iero quem estava fazendo um melhor trabalho em impedi-lo de ir direto para as chamas, por mais assustado que ele mesmo estivesse com toda a situação.
De repente, outro bombeiro começou a gritar, de mais perto do fogo:
– Se afastem!
Frank arrastou Gee o mais longe que podia, mas demorou poucos segundos para que o local explodisse. Os dois foram ao chão com força, cacos de vidro adentrando suas peles em todo lugar.
– NÃO!
O grito que Gerard deu foi estrondoso, tão dolorido que fez Frank começar a chorar junto ao namorado.
Tudo voltou a ficar distante enquanto Gerard gritava. Ele sabia que estava gritando, mas tudo parecia longe, como se fosse apenas um sonho, um sonho muito ruim, e ele realmente esperava que fosse apenas isso.
Mas não era um sonho ruim. Era real, e o Battery Diner havia explodido em pedacinhos.
Naquele exato instante, Frank sabia que uma parte de seu namorado também havia morrido junto. Mesmo ali, no auge do problema, ele sabia que as consequências seriam mais desastrosas do que o esperado, porque era Gerard ali, e Gerard amava seu restaurante mais do que qualquer coisa na sua vida.
Alto. Baixo. Alto. Baixo.
Sempre há um baixo. Sempre haverá um baixo.
Nunca é uma assistolia. Você nunca ficará caído por muito tempo. Você sempre — sempre — voltará a subir. Só é preciso saber esperar.
Mas, naquela hora, não parecia que Gerard voltaria a subir.
Talvez fosse uma assistolia.
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Metamorfose || {frerard}
Fanfiction"Como 95% das pessoas que moram no Brooklyn, Gerard estava lá por um motivo ruim. E não, ele não era criminoso, drogado, traficante, ou qualquer merda do tipo. Ele seria um rapaz normal de vinte e sete anos para a sociedade - isso, se ele tivesse um...