The Nightmare Before Halloween (Part 4)

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Leiam as notas finais, por favor!!!

Boa leitura <3

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Gerard não queria ter acordado. Queria ter continuado dormindo durante o dia inteiro, quem sabe até o dia seguinte, e no próximo, e no próximo… Até que ele estivesse revigorado e pronto para voltar à sua vida normal. Mas, ao invés disso, ele havia despertado pela briga dos seus vizinhos do andar de cima. Agora, o rapaz era uma bola de depressão ambulante, tanto que, se estivesse em um desenho animado, haveria uma nuvem sobre sua cabeça, trazendo chuva a ele e somente ele.

Como já eram onze da manhã e Gerard sabia que não conseguiria voltar a dormir, decidiu se levantar e tentar se obrigar a tomar um banho e lavar os seus cabelos, porque ele nem ao menos se lembrava de qual fora a última vez que os lavou. Antes, porém, fez seu habitual café puro para comer com a primeira coisa que visse e estivesse boa para o consumo, que no caso foi um pão que ele havia comprado há pelo menos dois dias atrás. Estava murcho, sim, mas não estragado, diferente de boa parte do resto dos alimentos de seu apartamento. O rapaz não tinha mais energia para ir ao mercado, então, ultimamente, estava vivendo de tele-entregas. Inclusive, ele tinha certeza que viu uma caixa de comida chinesa de duas semanas atrás na geladeira, e talvez fosse aquilo que estivesse gerando o mau cheiro dentro dela, mas ele não tinha forças e nem paciência para lidar com aquilo no momento, então apenas ignorou o fato.

Enquanto tomava café, a briga dos vizinhos ainda continuava, e estava pior do que antes. Gerard sabia que o casal que morava no apartamento de cima estava em uma crise no relacionamento, e, pelo o que uma vizinha fofoqueira havia lhe dito, essa crise era causada pelas desconfianças da mulher de que seu marido a estava traindo. Não que ele realmente se importasse com a vida dos outros, mas era difícil ignorar sendo que era possível ouvir tudo de seu AP. Nem ao menos conhecia o casal, e não tinha coragem de pedi-los silêncio diante de uma situação delicada como aquela. Sinceramente, o garoto só queria que os dois parassem de quebrar alguma coisa de vidro sempre que discutiam, e, se não fosse possível, que ao menos colocassem isolamento acústico na casa. Porém, pensando melhor, o isolamento acústico não seria tão bom assim, porque impediria o resto do prédio de ouvir gritos e tiros. Ele ainda se lembrava do assassinato que ocorrera dois anos antes, no apartamento abaixo do seu, e não duvidava que isso pudesse vir a ocorrer de novo, em outra situação. As pessoas do Brooklyn pareciam ter muitos problemas, e não sabiam como resolver nenhum deles de forma pacífica.

A briga finalmente pareceu se acalmar, e Gerard aproveitou a tranquilidade para ir tomar banho sem ficar ouvindo gritos alheios. Parecia que seu corpo estava preso a uma bola de ferro, daquelas que se colocam em prisioneiros nos filmes, mas ele não podia ficar na cama o dia inteiro. Tinha que tomar banho, ao menos, ou, no máximo, sair para colocar o lixo na caçamba que ficava ao lado do prédio. De qualquer jeito, ficar quieto não era uma opção. “Mente vazia é oficina do diabo”, sua mãe costumava lhe dizer, quando queria que o filho mais velho lhe ajudasse nas tarefas de casa. Gerard sabia que aquilo era verdade por experiência própria, e era por isso que se obrigaria a ocupar seu tempo o máximo que conseguisse naquele dia.

Era difícil entrar no chuveiro, mas era ainda mais difícil sair. O rapaz sabia que estava extremamente frio lá fora, e a água quente caindo sobre seu corpo parecia convidativa o suficiente para fazê-lo ficar ali mais do que o tempo necessário. Infelizmente, Gerard não era rico e não podia abusar da conta de água, então o máximo que ficou lá dentro foi trinta minutos. Foi o bastante para que as pontas dos seus dedos ficassem enrugadas e sua boca secasse, então para ele estava ótimo. Logo, estava diante do espelho de seu quarto, passando sua testosterona em gel pelo corpo e fazendo uma nota mental de que deveria comprar mais depois do almoço. Já havia ligado para o seu médico e este o havia passado a receita, então tudo o que precisava fazer era passar na farmácia e comprar o máximo que podia do hormônio para evitar ter que pedir receitas a cada mês.

Metamorfose || {frerard} Onde histórias criam vida. Descubra agora