⚠️⚠️⚠️ TW para transfobia (deadnaming)!!!! ️⚠️⚠️⚠️
Boa leitura :3
•••
"Feliz e completo. Sim, era assim que ele se sentia.
Gerard estava pensando nisso quando olhou para Ray novamente e pôde ter uma boa visão da pessoa com quem ele conversava: um rapaz que parecia ter vinte e poucos anos, com cabelos castanhos cortados em um corte estranho e óculos de grau retangulares, com um olhar sério no rosto que lhe dava um ar mau encarado, por mais que não parecesse estar com raiva.
E foi observando esse homem que o mundo de Gerard caiu."
Somente pessoas que têm ou já tiveram crises de ansiedade sabem o horror que é quando ela acontece. Tão horroroso que quem já teve essa experiência jamais a desejaria para alguém, nem para seu pior inimigo.
A visão ficando turva e desfocada; a sensação de que alguém está apertando sua garganta aos poucos, tirando o ar de seus pulmões para tentar matá-lo sufocado; o coração tão acelerado ao ponto de dar náuseas; a perda completa da noção da realidade; o temor do desconhecido, do futuro, do passado, e do passado que nunca aconteceu, mas que também nunca passou. É a pior das piores sensações que um ser humano pode ter, algo tão horrendo e grotesco que pode deixar qualquer um em estado de choque.
Gerard nunca havia tido uma crise tão forte quanto a que estava tendo naquele momento.
Seu corpo tremia e, inconscientemente, ele havia passado a respirar pela boca, tentando pegar o ar que parecia faltar em seus pulmões, mas tal ato não adiantava de nada — sentia-se flutuando no espaço sideral, sem oxigênio e sem chão para mantê-lo em terra firme. E, mesmo assim, ele continuava olhando para aquela figura, aquele rapaz, aquele menino que já não parecia real a seus olhos. Pensou que nunca mais iria vê-lo e desejou isso, acreditou veementemente nisso. Entretanto, era ele, Gerard tinha certeza que era ele. Era ele ali, e Way nunca havia se sentido tão amedrontado antes.
– Gee… Gee, o que foi? Gee! – A voz de Frank adentrou seus ouvidos aos poucos, ainda um tanto longe e difícil de se compreender. – Gee, pelo amor de Deus, o que tá acontecendo?!
– Vamos embora. – Foi a única coisa que Gerard conseguiu dizer, com muito custo devido à sua voz trêmula.
– O quê? Por quê?
– Vamos embora, Frank – repetiu ele, soltando um soluço enquanto sentia a primeira lágrima rolar por sua bochecha direita.
– Gee, o que tá acontecendo…?
Então, Gerard olhou diretamente para Frank, permitindo-o ver o horror estampado em sua face. Foi assim que ele entendeu que havia algo muito errado ali — ele não sabia o que era, mas não importava. Se era ruim o suficiente para fazer Way chorar em público, então aquela não era hora para duvidar de suas palavras.
Iero suspirou forte e se levantou de seu assento, pegando seu casaco e indicando com a cabeça para que Gerard se levantasse, e logo ele o fez, aos tropeços devido ao seu desespero para sair. Assim, o mais novo entrelaçou sua mão na do outro e então o puxou pelo restaurante às pressas, passando direto por Ray e seu amigo que, por estarem ocupados conversando, não notaram a presença deles ali. Os dois continuaram andando a passos rápidos até se retirarem do local, saindo direto no estacionamento onde eles haviam parado o carro.
Ao sentir o ar frio da noite de novembro em seu rosto, Gerard deixou com que algumas lágrimas rolassem livremente pelo seu rosto antes de limpá-las, ainda tentando segurar o choro que lutava para sair. Ao ver isso acontecer, Frank andou até o mais velho, e segurou seu rosto com as duas mãos, secando suas bochechas molhadas e o encarando profundamente, as sobrancelhas franzidas em dúvida e preocupação. E Gerard suspirou, apreciando o contato carinhoso e amável, sentindo-se acalmar minimamente com aquilo — quase nada, no entanto. Apenas o suficiente para impedi-lo de hiperventilar no meio da rua.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Metamorfose || {frerard}
Fanfiction"Como 95% das pessoas que moram no Brooklyn, Gerard estava lá por um motivo ruim. E não, ele não era criminoso, drogado, traficante, ou qualquer merda do tipo. Ele seria um rapaz normal de vinte e sete anos para a sociedade - isso, se ele tivesse um...