Middle Names Are Important

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Ver Gerard ser atropelado bem na sua frente não era algo  que Frank planejava para aquela manhã — nem nunca. Todavia, por mais que ele estivesse surpreso, a sua preocupação o impediu de entrar em estado de choque e ficar parado ao invés de ajudar. Logo, havia corrido até ele, no mesmo momento em que o motorista do carro que havia batido em Way saltava do veículo e ia em sua direção para ajudá-lo.

Gee! – exclamou Frank, ficando minimamente aliviado ao ver que Gerard não havia perdido a consciência e tentava se levantar do chão, sem muito sucesso por causa da dor. – Puta merda, você tá bem?!

– Cara, me desculpa! – disse o motorista, o cenho franzido em preocupação. – Eu estava tentando pegar o celular que caiu no banco de trás e eu não te vi e porra… Cara, eu sinto muito!

– Tá tudo bem – falou Gerard, a voz soando trêmula e contrastando com sua afirmação. – Não foi nada…

Ao apoiar a mão esquerda no chão, o rapaz soltou um grito e caiu de novo, segurando seu pulso enquanto apertava seus olhos, sentindo a região formigar pela dor. Frank então pegou-lhe pela cintura, tentando ajudá-lo a se levantar, mas este lhe deu um tapa na mão, afastando-o antes que pudesse fazer alguma coisa.

– Gerard, é melhor você ir pro hospital – sugeriu Iero.

– É, cara, você não parece muito bem – disse o motorista. – Eu vou te levar até lá. É o mínimo que eu posso fazer…

– Não precisa. Eu tô bem – insistiu Gerard, ainda que ele mesmo soubesse que isso era uma grande mentira.

– Eu insisto! – exclamou o desconhecido.

– Eu já disse que estou bem.

Gerard...

Iero lançou ao mais velho um olhar debochado, como se estivesse dizendo a ele para que parasse com seu orgulho bobo e desse o braço a torcer — naquele momento, essa frase poderia ser literal, para falar a verdade. E, por mais que quisesse, como sempre, discutir com Frank, Gerard estava dolorido demais para ter forças para tal. Não queria desistir de sua habitual teimosia, mas, no fundo, sabia que havia se machucado bastante e que era melhor consultar um médico, para que não houvesse nenhuma complicação, principalmente em seu pulso e em suas costelas, locais em que a dor estava se concentrando. Sendo assim, deixou com que Iero e o homem que o havia atropelado erguessem-no do chão e o colocassem no banco de trás do carro do desconhecido, o mais novo se sentando no banco do passageiro logo em seguida, e o "autor do crime" no banco do motorista.

Sinceramente, Gerard não se lembrava do caminho que haviam feito até o hospital. Estava ocupado demais lembrando-se de cada detalhe do que havia acontecido na noite anterior, em cada vergonha passada e cada erro cometido — e foram muitos. Às vezes, olhava para Frank pelo retrovisor direito, tentando pegá-lo em um momento em que o olhava com desprezo e nojo, mas isso nunca aconteceu. Iero parecia tão perdido em pensamentos quanto ele, e não demonstrava nada além de uma leve preocupação, visível apenas por estar com o cenho franzido. Isso não fazia Way se sentir mais seguro, no entanto; cobras atacam quando você menos espera, afinal.

Para o bem da dor de Gerard, não demorou mais do que dez minutos para que chegassem ao hospital. Na verdade, o tempo que demoraram para fazer o cadastro e preencher a maldita ficha que a moça da recepção passou para eles foi maior do que o caminho da casa de Frank até lá. E esse tempo pareceu ainda maior, uma vez que, como o mais velho estava com o pulso machucado, quem teve que escrever tudo sobre ele foi Iero, enquanto o criminoso estava sentado ao lado dele, batendo o pé no chão em um ato de nervosismo e deixando o próprio Gerard nervoso. Bem, mais nervoso do que o normal.

Metamorfose || {frerard} Onde histórias criam vida. Descubra agora