Capítulo 4

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POV Rebeca

- FOI VOCÊ SIM NILSON, EU LEMBRO! – Gritei, chorando de rir.

Mais cedo quando eu estava descendo, estava indo nos comércios abaixo do prédio para procurar algo para comer, mas então levei uma 'cachorro quentezada' na cara, e reencontrei Nilson, meu melhor amigo de infância.

Ele me convidou para o apartamento dele, e pediu pizza para que pudéssemos matar a fome, e agora estávamos de barriga cheia e deitados no tapete de sua sala, relembrando o passado.

- Ta bom, mas você sabe que isso é segredo né? Até hoje minha mãe pensa que foi o Marcos Paulo que amarrou a calcinha dela na cabeça do cachorro.

Dei mais uma gargalhada, me lembrando de tudo que Nilson aprontava.

- Não se preocupe, vamos deixar o Marcos continuar com a culpa. – Respondi, sorrindo. – Falando nisso, como ele está? Também mora aqui?

- Ele está bem, vai completar 18 anos no próximo mês. – Me respondeu, se sentando no tapete. – Está morando lá na roça, com meus pais.

- Seus pais foram embora daqui?

- Sim, quando eu completei 18 anos, eles decidiram ficar mais perto dos negócios e foram morar na nossa fazenda lá de Campos Belos, o Marcos foi com eles e eu fiquei por aqui, já que minha faculdade é aqui na capital.

- Hum... Sinto saudades deles, quando estiverem por aqui me avisa. – Pedi, me sentando também.

- Nem se preocupe com isso, minha mãe já anunciou que esse final de semana vem pra cá, só para te ver.

- Sério? – Perguntei feliz, vendo ele confirmar com a cabeça. – Ela era como uma segunda mãe pra mim...

- Eu sei, você também era como uma filha pra ela, sentimos muito sua falta quando você se foi...

- Eu também...

- Meus pais tentaram pegar a sua guarda, mas a sua avó insistiu muito com o juiz que você ficasse com ela.

- É, ela queria conseguir um dinheiro fácil, acabou não conseguindo e descontando tudo em mim.

- Como assim? – Ele perguntou, com a expressão confusa.

- Bom...

POV NILSON

Eu estava surpreso com tudo que a Beca havia me contado. Em pensar que enquanto eu estava aqui, levando uma vida tranquila, com uma família incrível, ela estava do outro lado do país, sofrendo nas mãos de uma velha interesseira.

- Me desculpa, mas sua avó é uma grande filha da puta. – Falei irritado.

- Eu sei. – Respondeu, dando uma risadinha sem graça. – Mas vamos esquecer isso, no que depender de mim, não quero mais ver ela... Por isso vim pra cá, quero reconstruir minha vida aqui e deixar o passado pra trás.

- É, você está certa... – Vi ela bocejar, e olhei a hora em meu relógio de pulso, levando um susto ao perceber que já iam dar 3h da manhã. – Porra, olha a hora, vou me ferrar na faculdade amanhã.

Beca acendeu seu celular para conferir as horas, e me olhou com os olhos arregalados.

- Desculpa, eu fiquei aqui conversando e te atrapalhei a ir dormir. – Pediu, se levantando do tapete e pegando sua bolsa no sofá. – Eu vou pra casa.

- Hey, não tem que se desculpar, eu que perdi a noção do tempo. – Me levantei também, andando atrás dela que havia caminhado até a porta. - Se eu pudesse, amanheceria o dia conversando com você, tem tanta coisa que quero saber.

- Agora que sou sua vizinha, vamos ter a oportunidade de colocar todos os assuntos em dia. – Respondeu, dando um sorrisinho fofo. - Ah, e obrigada pela pizza e por alimentar as lombrigas do meu estomago.

Dei uma gargalhada, e a puxei para um abraço.

- Por nada, sempre que quiser companhia para comer besteiras, estou aqui.

- E para comer uma salada? – Perguntou rindo, retribuindo meu abraço.

- Ai você esquece o número do meu apartamento, é uma ofensa me chamar para comer salada, Rebeca! – Respondi fazendo cara de sério, segurando a vontade de retribuir o sorriso dela.

- Tudo bem, não precisa se zangar, só vou aparecer aqui para comer besteiras, não se preocupe.

- Assim está melhor...

Dei um beijo em sua testa, e ela se despediu mais uma vez, antes de ir para o apartamento ao lado do meu. Estava entusiasmado com minha nova vizinha, e agora estava entendendo porque nós dois éramos tão grudados na infância, ela era demais, e esperava que nossa amizade pudesse continuar de onde parou.

Porque Eu te Amo - Nilson e BecaOnde histórias criam vida. Descubra agora