Porque Eu te Amo - Nilson e Beca

Capítulo 44

POV Nilson

- Minha gente, amanhã é meu aniversário, as comemorações vão começar hoje a noite, vamos beber todas e quem não for é viado!

Era bem cedo, cerca de 6h00 da manhã, e Loma estava em cima de uma cadeira da sala de descanso, aproveitou que não tinha nenhum médico chefe por ali, e estava convocando todos os presentes para comemorar o seu aniversário.

- Então eu não vou, porque eu sou viada, inclusive sou viada pela sua chefe! – Kauana exclamou, enquanto mastigava um sanduiche e arrancou várias risadas.

- Deixe disso, que hoje é tua oportunidade, Dani vai estar lá... – Loma contou, enquanto descia da cadeira e se sentava na mesa com a gente.

- Huuum, será que é hoje que Kauana coloca essa língua pra trabalhar? – Álvaro perguntou, rindo.

- Amiga, se quiser um aquecimento comigo, pra se preparar pra Dani a noite, é só falar! – Lara entrou na onda, ela era muito engraçada e super liberal, ficava com todo mundo que desse mole para ela.

Logo todo mundo se dispersou em outras conversas, e eu puxei minha cadeira para mais perto de Loma, para poder falar com ela.

- Lominha, eu não vou poder ir hoje, me desculpa...

- Ah não, vai sim, você não é nem doido! Porque não vai?

- Cara, eu to muito cansado, eu emendei dois plantões seguidos, preciso dormir um pouco...

- Não Nilson! Deixe de sacanagem, você vai nem que seja só pra eu ver tua fuça lá, fica uns minutinhos e depois vai pra casa, mas vai sim!

- Loma, mas...

- Mas nada! Tu é meu amigo e eu quero que tu vá, beleza?

Suspirei cansado, e concordei com a cabeça, desistindo de tentar ir contra Loma. Iria fazer como ela disse, ia aparecer por lá, dar parabéns para ela, ficar poucos minutos e ir embora, afinal, já era nesse final de semana que Beca viria, e eu queria estar bem descansado para receber ela...

POV Beca

- TOMA, SUA CAVALONA!

Dei um pulo assustada com a voz grave e rouca que surgiu do nada, cantando esse funk, para logo em seguida explodir em uma risada.

Estava na recepção da academia, e quem havia acabado de chegar era Collen. Essa música era sua marca registrada, ela vivia forçando a voz e cantando ela de forma engraçada.

- Amiga, oi! – Cumprimentei a mais alta, assim que ela se aproximou de mim.

- Oi meu toquinho de amarrar jegue! – Me cumprimentou de maneira 'carinhosa', me esmagando em um abraço.

- Que susto você me deu! Ainda bem que as alunas não chegaram, imagina o que eu ia explicar para os pais dela se saíssem daqui cantando 'toma sua cavalona'!

- Ah amiga, não tem nada demais, explicasse que elas aprenderam com a tia Collen! – Respondeu, entrando na recepção comigo e se sentando ao meu lado. – Eai, como você ta, minha miniaturazinha?

- Estou bem, e você? O que ta fazendo tão cedo por aqui? Não está de plantão hoje?

- Não, amor, e isso tem um pouco haver sobre o que vim falar com você! Júlia me contou que amanhã a noite você vai embarcar para São Paulo, é verdade?

- Sim, amiga, porque?

- Então, é porque minha mãe tinha uma viagem de negócios essa semana para São Paulo, junto da secretária dela, mas tudo acabou embaçando e ela não vai mais ter a reunião que ia ter, e ai ela acabou me dando as passagens de presente, porque você sabe, minha família é toda de lá, e eu vou para ficar uns dias na casa da minha vózinha... Mas são duas passagens, e apesar de ser uma grande gostosa, eu sou só uma, então queria saber se você não quer adiantar sua ida, e ir comigo hoje a noite para SP, o que me diz, xuxuzinho?

- Sério amiga?

- Sim! Ai a sua passagem de sexta, você pode, sei lá... Falar com a companhia área para reagendar para próxima vez que você for para lá, é bom que você já fica com uma passagem guardada!

- Poxa amiga, que demais! Muito obrigada por pensar em mim! – Agradeci, batendo palminhas e pulando nela para dar um abraço em seguida. – Eu só preciso confirmar com o Nilson, se não tem nenhum problema sobre eu chegar hoje!

- Ótimo, então fala com ele agora, amiga, porque ai já mando mensagem para minha mãe transferir a passagem para o seu nome...

- Claro, só um minutinho.

Peguei meu celular animada, e liguei para ele. Fiquei longos segundos ansiosa, esperando que ele atendesse, mas a ligação caiu na caixa postal.

Tentei por mais 3 vezes, e em todas elas o resultado foi o mesmo, ligação não atendida e mensagem na caixa postal.

- Amiga, ele não está atendendo o celular, deve estar em atendimento no plantão...

- Eita, e agora, o que a gente faz?

- Hum... Eu posso te responder até o início da tarde? Eu vou mandar uma mensagem pra ele, e com certeza quando ele ver vai me retornar, e ai a gente acerta tudo, pode ser?

- Pode sim, amoreco! Então eu já vou, preciso arrumar minhas malas porque Collenzinha está indo causar em SP, uhuuuul!

Dei risada e me despedi de minha amiga, assim que ela saiu eu mandei uma mensagem para Nilson e fiquei ansiosa pela sua ligação.

POV Nilson

Beca (8h24): Vida, preciso falar com você, me liga assim que puder, ok? Beijos, te amo!

Tinha acabado de ler a mensagem de Beca, e vi várias ligações perdidas dela em meu celular. Queria poder retornar, mas tinha vindo no meu armário só para trocar de jaleco, já que tinha sujado o meu de sangue em um atendimento.

Já era cerca de 11h, e as 12h eu poderia ir embora, então resolvi só mandar uma mensagem para ela, avisando que logo ligaria.

Nilson (11h07): Oi minha linda, estou em plantão ainda e não posso ligar agora, mas em pouco tempo eu saio, e ai te retorno, ta bom? Também te amo!

Guardei o celular de novo, e voltei para o meu plantão.

No fim, acabei me envolvendo em alguns atendimentos de emergência e quando sai do hospital já era cerca de 14h30, eu estava completamente exausto, tinha feito quase 50h de plantão, mas isso valeria a pena, tudo era para ter um tempo a mais com Beca.

Ela chegaria na sexta a noite, Kauana iria cobrir meu plantão de sexta para sábado, para que eu pudesse ficar com minha namorada, e eu tinha conversado com meu supervisor e ele havia concordado que eu dobrasse minha carga do último plantão, de 24h para 48h, para que assim eu pudesse folgar na segunda, assim, e então só precisaria voltar para o hospital na quarta e teria todos esses dias junto da minha vida. 

Assim que sai do hospital, passei em um drive thru do Habibs, comprei uma caixa com algumas esfirras e comi dentro do carro mesmo, junto de um copo grande de refrigerante, e logo fui para casa, tomei um banho quente e me joguei na cama, apagando em um sono pesado logo em seguida.