Capítulo 35

282 13 18
                                    

POV Nilson

- Cara eu quase tive um infarto, a senhora já estava estável, e ela começou a convulsionar do nada, foi ai que me veio na cabeça que o acidente não tinha causado só um braço e as pernas fraturadas, mas que ela devia ter tido algum trauma craniano também, quando fizemos a radiografia foi tiro certeiro...

- Que tenso, cara!

Eu estava com Dantas na cafeteria do hospital, estávamos dando uma pausa e ele estava afobado, me contando do atendimento que tinha participado no fim da tarde.

- Mas que bom que você identificou a tempo o motivo da convulsão, a paciente está estável de novo?

- Sim, ela está em observação com o Dr. Vilela! – Respondeu, enquanto mastigava um salgado.

Continuamos ali jogando conversa fora por mais alguns minutos, aproveitando o pouco tempo que tínhamos livre, até que nosso sossego foi interrompido pela chegada da pessoa que eu me esforçava ao máximo para me distanciar nos últimos meses, Isadora.

Depois do ataque dela a Beca, e da minha conversa com ela, ela finalmente tinha dado uma trégua e nos deixado em paz, mas nas últimas semanas eu senti ela tentando se reaproximar, ela estava estagiando no mesmo hospital que Dantas e eu fazíamos residência, e nossos horários quase sempre batiam, mas eu tentava ao máximo me manter afastado, pois tinha certeza de que Beca não se sentiria bem com uma possível reaproximação, e nem eu queria a amizade de alguém que é tão instável e tentou nos prejudicar tanto.

- Oi meninos! – Nos cumprimentou, já chegando e se sentando na nossa mesa.

- Eai... – Dantas respondeu, irritado com a chegada dela, e eu continuei calado fingindo estar concentrado em mexer a minha xícara de cappuccino.

- Ih, que desanimo gente! Estão tão cansados assim, o que houve?

- O que houve, que já estamos a quase 15h aqui, e ainda temos longas horas de trabalho para poder ir embora, claro que estamos cansados. Mas enfim, já vou indo... – Respondi, dando um gole longo em minha bebida para acabar com ela, e me levantando da cadeira.

- Espera, Nilson! Quando eu estava vindo pra cá, me encontrei com o Dr. Monteiro e ele pediu que te avisasse que quer falar contigo, que quando seu intervalo acabasse você fosse até ele...

- Hum... Ok, vou lá, obrigado!

Sai da cafeteria e fui direto para o elevador, me direcionando até o 8º andar do hospital, que era onde ficava o consultório do Dr. Monteiro, ele era meu supervisor da residência, e nos 4 meses que eu já estava trabalhando no hospital, ele estava sendo incrível pra mim e me passando todo conhecimento possível da área de cardiologia, que era a área que eu tinha escolhido me especializar.

Assim que cheguei no seu consultório, sua secretária, que era uma senhora por volta de 50 anos, estava sentada na mesa em frente a sala, esperei ela concluir o atendimento de um paciente que parecia estar fazendo um agendamento com ela, e depois dele sair, fui até ela.

- Eai Joana, tudo tranquilo?

- Oi Nilson! Tudo sim, e você, o plantão ta tranquilo?

- Até agora, sim, vim aqui porque me disseram que o Dr. Monteiro estava me procurando, ele está aí no consultório?

- Ah sim! Ele quer mesmo falar com você... – Ela respondeu com um sorriso imenso no rosto. – Acho que você vai gostar do que ele tem a dizer...

Quando ela falou, já senti a animação e a curiosidade crescer em mim.

- O que é que ele vai falar comigo?

Porque Eu te Amo - Nilson e BecaOnde histórias criam vida. Descubra agora