Capítulo 23

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POV Beca

- Não, Melinda, você vai rodopiar para a direita e a Luna para a esquerda, é só se lembrar que direita é o lado da mãozinha que você escreve.

Estava na sala de dança da academia, ensaiando com minhas meninas a apresentação de balé do final do ano, que seria daqui alguns dias.

Elas estavam muito entusiasmadas, e extremamente fofas na dança.

Essa era minha última turma do dia, e assim que a aula acabou e todas as meninas foram embora com seus pais, eu organizei minha mochila, me preparando para ir também. Já era final da tarde e estava quase anoitecendo, e desde o incidente com Isadora a um pouco mais de um mês atrás, eu não gostava muito de andar sozinha pela rua, piorou a noite.

Me preparei para ir, e quando passei pela recepção, vi que Mazolla estava lá no telefone, acenei me despedindo, mas ele fez sinal pedindo que eu esperasse.

Fiquei poucos segundos parada em sua frente, até que ele encerrou a ligação e me cumprimentou, sorrindo.

- Oi Beca, já está indo?

- Sim, já encerrei a aula da minha última turma, precisa de algo?

- Não, não! Mas eu também estou indo embora, vou só chamar a Mah pra ficar aqui na recepção, você quer uma carona?

- Ah... Não, não precisa se incomodar, se eu sair agora consigo pegar o ônibus das 18h30.

- Que isso, não precisa pegar ônibus se estamos indo embora no mesmo horário e pra mesma direção, eu te levo! MAAAAH, VEM AQUI. – Gritou chamando ela antes que eu pudesse responder.

Fiquei sem alternativa e acabei pegando a carona com ele, eu tinha sentido que ele estava tentando se aproximar de mim, durante o mês que fiquei afastada para recuperar minhas costelas, ele sempre organizava visitas na minha casa com o pessoal da academia, e eu sempre me lembrava da conversa dele com Nilson, de que ele estava interessado por mim.

Agora estávamos a caminho do meu prédio, o trânsito estava um pouco pesado, e dentro do carro fazia um silêncio desconfortável.

- É... Como está sendo essa semana com sua volta? Devia estar com saudades de dar aulas né? – Ele perguntou, puxando assunto.

- Sim, estava sendo horrível ficar em casa, principalmente nos primeiros dias, que eu mal conseguia sair da cama, mas graças a Deus passou rápido e já estou 100%.

- Fico feliz, você estava fazendo falta.

Forcei um sorriso e fiquei prestando atenção na rua pela janela.

- Escuta... – Chamou minha atenção, após alguns minutos de silêncio. – Essa hora o engarrafamento é horrível e aqui perto tem um restaurante muito bacana, a gente podia parar para comer alguma coisa e é o tempo do trânsito ficar tranquilo e eu te deixar em casa, o que acha?

- Ah, é melhor não, e... – Antes que eu continuasse, fui interrompida pelo toque do meu celular. Olhei o visor e vi que era Nilson me ligando. – Só um minuto...

Pedi, atendo a ligação em seguida.

Ligação Onn

- Oi meu amor! – Cumprimentei ao atender.

- Oi minha princesa, tudo bem?

- Sim, e você?

- Estou bem, já está em casa, vida? Terminei rápido a prova que tinha hoje e já estou indo embora, acho que vou passar naquele restaurante mexicano pra comprar tacos pra gente, anima?

Porque Eu te Amo - Nilson e BecaOnde histórias criam vida. Descubra agora