— Se partirem alguma coisa, vocês é que pagam. Estás a ouvir-me? — Dei-lhe as chaves.
— Eu prometo que não vai acontecer nada, Duarte!
A Alice abraçou-me e agradeceu-me pelo voto de confiança. Eu e o Diogo deixámo-la no Empire para ela organizar as coisas à sua moda e entrámos no carro dele.
— E agora, como vai ser a tua despedida de solteiro? — Perguntei-lhe.
— Não sei... Por mim estava em casa com ela. É uma noite como as outras — disse enquanto conduzia.
— Retirando a parte que é a tua última noite estando solteiro, acho que tens razão.
— Mas eu nem sequer estou solteiro, estou noivo! Achas mesmo que devia festejar?
— Só acho que devias convidar os teus velhos amigos para irmos todos beber um copo. Querendo ou não, é algo importante e merece ser festejado — argumentei. — Não é como se estivesse a dizer para irmos a um strip club.
— Está bem, tens razão.
O silêncio estava prestes a se instalar, porém o Diogo tinha outros planos.
— Tu e a Lúcia... têm algo sério? — Analisou-me pelo canto do olho.
— Sabes bem que não. Somos apenas amigos.
— Hm... não me lembro de dormires em casa das tuas amigas. Ou melhor, quando lá dormes nunca são apenas amigas... E mais, duvido muito que realmente durmam alguma coisa.
— Não estou a perceber a tua intenção com esta conversa, Diogo.
— Vocês não parecem ser só amigos. Há algo mais aí, e eu conheço-te.
«— Eu e ela somos só bons amigos — cruzei os braços e encostei as costas ao balcão.
— Não querido... ― Aproximou-se. ― Eu e tu somos bons amigos — corrigiu-me. — Há algo mais entre ti e a Lúcia.»
— Sei das tuas antigas aventuras. Já para não falar de que a Lúcia faz-me lembrar muito uma pessoa...
— Espero bem que não queiras seguir por aí — avisei-o.
— Não, não quero Duarte. Não vale a pena. Apenas quero que estejas bem, mas sinto que lá no fundo tu não estás. — Encarou-me. Conhecia aquele olhar, o assunto era-lhe sério. — Vejo-te como se estivesses numa missão, ou quanto muito a camuflares-te para te protegeres de algo que "já passou" – palavras tuas, Duarte. E depois olho para a Lúcia e... — voltou a concentrar-se na estrada à sua frente — não sei, não me convences.
— Não é a ti que tenho de convencer... — encarei-o.
— Pois, e isso é o mais grave — interrompeu-me. — Tu tentas convencer-te a ti próprio. Não sei se funciona, mas creio que não. Vê-se pelo facto de, há uns tempos atrás, estares tão focado em te casares com a Diana, custasse o que custasse, e agora quanto mais isso for impossível, melhor para ti. Não porque não gostas dela, mas porque conheceste a Lúcia.
— O que queres dizer com isso?
— Sinceramente? — Encarou-me. — Aquilo que não queres ouvir.
Mas que merecias. E merecias muito. Queres que seja eu a dizer-te? Ainda não esqueceste a...
Senti o meu telemóvel vibrar.
"Porque é que o Empire está fechado?", a Lúcia perguntou por mensagem.
"Eu emprestei-o a uma amiga minha durante a noite de hoje. Estás de folga", respondi-lhe.
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Desejo: Fazer-te ficar
Romance[CONCLUÍDO] Duarte Gama, um homem de negócios de 26 anos, sai do bar noturno que gerencia secretamente. Ao constatar que se esqueceu das chaves, recua caminho indo contra uma rapariga. Esta, atrapalhada, pede desculpa e segue a sua vida. Porém, ao...