— Ela está um tanto agitada — revelou enquanto polia um copo. — Não tenho falado muito com ela, mas quando se toca no teu nome, parece pairar nas nuvens. De uma maneira não tão positiva. — Pôs o pano no ombro e pousou o objeto que limpava no balcão, pegando noutro igual de seguida para o polir também. — Tens definitivamente efeito nela e ela tem definitivamente efeito em ti.
— Só a quero ajudar... — esclareci, não desviando o olhar da ruiva que se encontrava entretida com as outras no palco. — Descobri que ela quer algo de mim. Mais precisamente do Rogério...
— O pai da Diana? A tua noiva? — Perguntou, inclinando-se sobre o balcão. Eu assenti como resposta ainda sem a encarar. — O que quererá dele?
— Não sei. — Sentei-me no banco, ficando de frente para a Noélia que logo me dirigiu o olhar.
— Como não? — Endireitou as costas. — Se sabes que ela quer falar com o Rogério, também deves saber o porquê, não?
— Não. Apenas ouvi o que não devia, mas ainda bem que ouvi — disse. A empregada arregalou ligeiramente os olhos, como se pedisse para eu desenvolver. — Algumas peças começam a encaixar-se, Noélia. E eu sinto que estou bem próximo de comprovar a minha teoria. Por mais que a tente refutar, parece que só encontro factos que a comprovam.
— Não me venhas com essas filosofias, Duarte! Já sabes que o meu raciocínio já não é o que era — riu-se da sua própria desgraça. — Todavia... ela tem andado nervosa e muito assustadiça — saiu de trás do balcão e pôs-se do meu lado. — Espera lá... Tem que ver com aquele homem, não é? — Os olhos arregalaram-se ao se aperceber do que se tratava. Virei-lhe a cara. — Ah, acertei?! Ouviste o que sabes quando foste atrás dela, não foi?
Mandei-lhe uma cotovelada quando reparei que a Lúcia se aproximava. A Noélia resmungou algo, contudo, não lhe dei atenção. Quanto à Lúcia, parecia demasiado cansada para se interessar pela nossa conversa.
— Noélia, podes encher-me um copo com água? — Pediu ao chegar perto de nós.
A Noélia lá se mexeu e foi para trás do balcão novamente.
Eu fiquei ali sentado. A Lúcia não me devolveu o olhar. Estava visivelmente cansada e a fazer um esforço enorme para não me encarar. A sua testa transpirava e a sua respiração estava um pouco ofegante. Levou o copo à boca e bebeu a água.
— Vou passar-me por água e trocar de roupa — pousou o copo e empurrou-o para junto da Noélia. — Já te venho ajudar — anunciou.
— Não preciso, querida. É a vez da Marta.
— Mas hoje... — franziu a testa por estar confusa. — Não é nada! Sou eu.
— Hoje é segunda. É a Marta.
A ruiva encarou a colega durante um tempo enquanto tentava conferir aquela afirmação mentalmente. A Noélia tinha razão, a ruiva não estava cansada só fisicamente.
— Pois é... — abanou a cabeça negativamente — tens razão.
«— Esse é o nome mais piroso que eu já ouvi em toda a minha vida! — Confessei, antes de dar um gole no meu sumo.
— O quê?! Não é nada!
— "Lucas" para rapaz... — parei para ponderar — Aguenta-se. Agora "Luna"?! Tu vais dar um nome de cadela à tua filha? Queres que a miúda sofra bullying?
— És tão parvo, Félix. Sinceramente...»
Regressei à realidade quando a Lúcia levantou-se do banco com alguma dificuldade. Estava pronta para nos abandonar quando lhe disse:
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Desejo: Fazer-te ficar
Romantizm[CONCLUÍDO] Duarte Gama, um homem de negócios de 26 anos, sai do bar noturno que gerencia secretamente. Ao constatar que se esqueceu das chaves, recua caminho indo contra uma rapariga. Esta, atrapalhada, pede desculpa e segue a sua vida. Porém, ao...