— Isso pergunto-te a ti. O que é que estás aqui a fazer, Leonor?
— Eu vim ver a Lúcia — cruzou os braços, meio atrapalhada.
— A sério? — Fui abrindo a porta, deixando-a sem reação. — E ela não te avisou que passou a noite comigo? — Entrei e ela ficou na porta muito admirada pela novidade.
— Ai sim? Então o que se anda a dizer por aí é verdade? — Aproximou-se de mim.
— Não — encarei-a. — Eu não ando "enrolado" com ela. Por enquanto — encolhi os ombros. — Não falta muito.
— Metes-me nojo, Duarte — olhou-me com uma expressão de repulsa.
— Ótimo! Passa bem, Leonor. E dá cumprimentos meus ao meu primo.
— Tu não aprendes, pois não? A Lúcia é uma mulher incrível. O seu único defeito foi ter-se apaixonado por ti.
— Porquê essa preocupação toda? Vês nela a tua irmã, Leonor? — Aproximei-me dela, que me encarava com uma expressão bastante azeda. — Mas ela não é a tua irmã, pois não?
— Passa bem, Duarte. — A loira olhou-me uma última vez antes de sair do apartamento.
Quem cala consente.
Fiquei a pensar no que tinha acontecido. Depois de uns minutos, fui buscar a mala e saí.
Quando ia para abrir a porta do meu apartamento, ouvi duas mulheres a discutir. Entrei.
A vida só podia estar a gozar comigo.
— Ele é o meu noivo!!
— Ele não te quer!!
— Mas que... Eu só saí durante 35 minutos — suspirei passando as mãos pela cara e fechando a porta do apartamento. — Diana, sai daqui, por favor — pedi calmamente.
— Não! — Virou-se para mim. — Eu não vou sair daqui assim! Tu não podes humilhar-me desta maneira! — A loira exaltou-se.
— Diana, tu humilhas-te a ti própria, não precisas de ajuda. Sai, por favor — pedi de novo.
— Vais proteger esta... — ela olhou para Lúcia — puta em vez de mim?!
— Olha lá?!! — A Lúcia quase que partia para cima dela se não fosse eu a meter-me no meio.
— Diana sai!
— Não! Eu não vou sair! Não vês que ela quer aproveitar-se de ti?! De nós?! Ela é uma cabra! — A Diana encarou a adversária.
— Diana! Para com isto! Para de armar confusão para cima de mim e das outras pessoas, para! — Implorei.
— Tu realmente fizeste-lhe a cabeça, não foi?
A Diana foi toda acelerada em direção da ruiva, mas foi bloqueada por uma bofetada da mesma.
— Não precisei de lhe fazer a cabeça para ele não gostar de ti, Diana. Tu própria fizeste isso! Não tenho culpa se ele se interessou por mim e nenhum de nós os dois tem culpa se sentes mais amor por uma pessoa que não te quer do que por ti própria! Portanto, se ainda tens o mínimo de amor por ti mesma, sai. Agora.
As duas mulheres encaravam-se com a raiva nítida no olhar. A Diana ainda tinha a face esquerda um pouco vermelha, mas não recuava a posição. Já a Lúcia parecia pronta para lhe dar outra. Antes que uma delas fizesse ou dissesse mais alguma coisa, intervim de novo.
— Diana, sai — pedi-lhe num tom cauteloso. — Não vale a pena.
A loira recuou. Pegou na sua mala caída ao pé da entrada, e saiu furiosa, fechando a porta com um estrondo. A ruiva voltou ao seu estado normal aos poucos.
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Desejo: Fazer-te ficar
Romance[CONCLUÍDO] Duarte Gama, um homem de negócios de 26 anos, sai do bar noturno que gerencia secretamente. Ao constatar que se esqueceu das chaves, recua caminho indo contra uma rapariga. Esta, atrapalhada, pede desculpa e segue a sua vida. Porém, ao...