— Para onde é que foram os pombinhos ontem à noite? Se é que se pode saber... — O Nuno perguntou-me.
Estávamos a tomar o pequeno-almoço cá fora. Uns estavam na cozinha, outros na sala e outros na mesa perto da piscina. Felizmente naquele momento, a Verónica ainda estava no quarto juntamente com a Alice e por isso não tinha ouvido aquela pergunta envenenada.
— Nós não estamos juntos, Nuno — respondi-lhe.
— Olha-me o gajo... — disse para Diogo. — Comem-se de vez em quando, não é? Para matar as saudaditas... — parou de falar quando a Nicole passou por nós e assobiou. — Caralho, está calor aqui ou é impressão minha?
A Nicole virou-se para o encarar, deixando de lado a conversa que estava a iniciar com Jéssica.
— O tempo passa e continuas o mesmo nojento de sempre! — A negra atirou.
— Então borrachinho, acordaste com os pés de fora? — O ex-namorado picou-a.
— Ai, a sério... Deus, dai-me paciência! — A Nicole foi para dentro de casa deixando a Jéssica sozinha, que logo se aproximou de nós.
— Sabes? Não é assim que a vais reconquistar... — a Jéssica comentou.
— Oh, aquilo já lhe passa... — disse o Nuno, entrando para a cozinha.
Ri-me pelo facto do gajo ser altamente tapado e reparei pelo canto do olho que a Verónica e a Alice já tinham descido para virem tomar o pequeno almoço. Claro que, por mais que gostasse da Alice, estava-me totalmente a cagar para ela naquele momento. O que me interessava mais era a sua amiga, que conversava alegremente com a Cátia e com o Sérgio, enquanto comia uma torrada com geleia de morango e bebia um iogurte que por vezes lhe sujava os lábios.
Foi inevitável não me lembrar do que se tinha passado na praia. Um arrepio percorreu de imediato a minha espinha só de pensar na sensação de ter a sua boca ao redor do meu...
— Terra chama Duarte!! — A Alice bateu-me no braço para me chamar a atenção. — Estou a falar contigo!
— A sério? Não tinha reparado! — Ironizei e encarei-a.
— Afinal, qual é o vosso lance? — A loira perguntou-me, sentando-se do meu lado. — E não me respondas que não há nada entre vocês. Dispenso balelas.
— Há passado. E daí uma atração. Mas não posso dizer que gosto dela ou que ela gosta de mim.
— Credo... que gente mais tapada... — revirou os olhos.
— Quem é que é tapada? — A Verónica questionou ao aparecer, ficando em pé entre o Diogo e a Alice.
— A tua amiga — apontei para a loira.
Recebi uma cotovelada, suscitando o riso aos que estavam ali presentes.
Mais tarde, reunimo-nos a todos na sala. A Verónica sentou-se no sofá juntamente com Jéssica e Alice (que se sentou no colo do marido) e eu fiquei sentado ao lado da ruiva, em cima do braço do sofá. Uma vez que também se encontrava em Lagos mais gente conhecida da nossa universidade, decidimos combinar um convívio. Estava na hora de decidirmos quem é que ficava com qual tarefa para prepararmos a festa e a churrascada. Eu e o Paulo ficámos encarregados de tratar da cozinha. A Jéssica e a Verónica teriam de ir ao supermercado comprar a comida tanto para o almoço como para o jantar.
Já era quase final da manhã quando o Paulo mudou o rumo da conversa que estávamos a ter.
— Acho que vocês deviam dar uma oportunidade ao vosso relacionamento — começou. — Nem dois dias se passaram e toda a gente já percebeu a maneira como se olham e como se tratam. Para não falar do facto de só terem vindo às duas e tal da madrugada ontem e terem dormido no mesmo quarto. Eu e a Jéssica vimos-vos a correr em direção ao centro. O amor é uma coisa que não dá para negar, meu amigo.
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Desejo: Fazer-te ficar
Romance[CONCLUÍDO] Duarte Gama, um homem de negócios de 26 anos, sai do bar noturno que gerencia secretamente. Ao constatar que se esqueceu das chaves, recua caminho indo contra uma rapariga. Esta, atrapalhada, pede desculpa e segue a sua vida. Porém, ao...