[!] Neste capítulo será tratado de forma explícita o desenrolar de um ataque de pânico. Se achar que será um gatilho, não leia, e se precisar de falar, estou disponível.
"— Vamos, deve estar por aqui! — Incentivou-me. — Nico!! — Chamou alto, enquanto vasculhava entre os arbustos. — Nico!!
— Quem é que dá o nome "Nico" a um coelho?! — Perguntei-lhe ainda indignado.
— A tua cadela chama-se Boneca! — A ruiva retorquiu. — Oh, aqui estás tu! — A rapariga pegou no coelhinho branco com toda a meiguice. — Oh, Félix, ele está a tremer! — Deu festinhas ao animal. — Estás com medo? Eu sei que ele é meio desengonçado, eu sei... — gozou literalmente com a minha cara.
— Belmonte dava um bom nome de circo — retribuí a indelicadeza.
— Estás a ficar fraco nestas coisas Félix. Agora, tira lá a foto antes que ele fuja outra vez! — Ordenou, aproximando o bicho branco do seu peito. Liguei a câmara e tirei a foto."
— Tivemos visitas? — Alice perguntou enquanto comia os cereais, despertando-me para a realidade.
— Sim, não era ninguém especial — respondi-lhe enquanto fazia o meu café.
— E a atuação? Foi boa? — Diogo perguntou-me enquanto lia o jornal.
— Sim, ela tem jeito. Foi uma boa decisão da parte dela escolher aquela área. E da nossa também — disse, sentando-me no banco com a cafeteira e a caneca na mão.
— Duarte... Eu queria pedir-te um favor... — Alice aproximou-se com uma voz meiga.
— Diz lá, anda — dei-lhe permissão, já sabendo o que vinha por aí.
— Podes emprestar-me o Clube daqui a duas noites? Por favor? — Fez uma carinha chorona.
— Não sei se devia. Álcool e mulheres não são uma boa junção. Especialmente quando se trata do vosso grupo de mulheres e o meu clube... — fingi-me receoso.
— Ooooh, por favooor. Eu juro que se tiver de limpar depois eu limpo, mas deixa. Vá lá! — Ajoelhou-se à minha frente para implorar pela minha permissão.
— Tu concordas com isto? — Questionei o Diogo, apontando para a Alice.
— Faz-lhe esse favor por mim. Já há um mês que anda com essa conversa!
Olhei para Alice que me olhava com aqueles olhinhos de gatinho triste, e voltei a olhar para Diogo.
— Está bem — revirei o olhar, rendendo-me num suspiro. — Eu empresto-te o Clube!
Ela atirou-se para o meu colo e espalhou beijinhos por toda a minha cara.
— Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada! — Abraçou-me. — És o melhor padrinho do mundo!
— Desde que eu me lembro, ele é meu padrinho! — Diogo cruzou os braços.
— Amor, o que é meu, é meu e o que é teu, é nosso — explicou ao sentar-se no seu lugar outra vez, fazendo-nos rir.
Acabámos de comer e saímos de casa todos ao mesmo tempo. O Diogo e a Alice foram para Aveiro. Eu fui para o Empire, uma vez que o Tiago estava de férias mais a Helena, a sua namorada. Ao chegar, cumprimentei as meninas e fui chamado discretamente pela Noélia.
— Sabes da Lúcia? — Perguntou-me preocupada num tom baixo para as outras não ouvirem.
— Não, porquê?
— Ela ainda não veio. A esta hora ela já devia ter chegado.
— Calma, ela pode ter adormecido. Acontece. Ela ontem fez a sua primeira noite, portanto deve ter-se descuidado com as horas.
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Desejo: Fazer-te ficar
Romance[CONCLUÍDO] Duarte Gama, um homem de negócios de 26 anos, sai do bar noturno que gerencia secretamente. Ao constatar que se esqueceu das chaves, recua caminho indo contra uma rapariga. Esta, atrapalhada, pede desculpa e segue a sua vida. Porém, ao...