— ¡Déjala allí!
Senti o meu corpo ser atirado para uma superfície gélida, que logo tremeu com o baque do meu corpo nele. Com bastante esforço, abri lentamente os olhos. A minha visão estava turva e tudo ao redor parecia girar e girar e girar e girar...
— ¿Está viva?
— No lo sé.
À medida que o tempo passava, a minha visão ia ficando um pouco mais nítida. Contei cinco homens. Três cá dentro, dois lá fora.
Onde estava? Quem eram aquelas pessoas?
Estava imenso frio, chovia torrencialmente lá fora e o chão estava completamente húmido...
Deve ser um pesadelo. Devo ter adormecido à espera que a Alice tomasse banho. Tenho de arranjar uma maneira de acordar.
— Mãe... — a minha voz soou arrastada.
Um deles aproximou-se ameaçadoramente do meu corpo imóvel, carregando algo preto na mão e apontando na minha direção.
— ¿Qué estás haciendo?
Um outro aproximou-se e desviou as atenções do primeiro homem, que agora encarava o companheiro.
— La orden es matarla.
Ele voltou a apontar-me aquilo que fiquei a saber que era uma arma. O outro limitou-se a encarar-me.
O meu corpo não se manifestou. Nem a minha voz. Nem nada.
Era o meu fim. Era o karma. Ele veio para se vingar e eu ia deixá-lo fazê-lo.
— Nuevo plan — o segundo abaixou a arma do primeiro.
— Pero, la orden... — tentou contestar
— La orden es hacerla desaparecer — pegou num telemóvel descartável e discou um número. — No importa cómo.
Uns segundos de silêncio e a chamada iniciou-se em alta voz.
— Não a vamos matar — disse ele ao telemóvel. — Pelo que estou a ver, a sua encomenda vai ser-nos útil.
— Quero vê-la. — Uma voz grossa soou do outro lado da linha. — Preciso de provas.
Aquela voz... Eu já ouvi aquela voz...
Vários flash seguidos fizeram com que fechasse os olhos que me ardiam. A ligação foi retomada.
— Bom trabalho. Não me interessa em que inferno é que essa puta vai parar. Façam o que quiserem com ela. Temos um trato - se ela entra em Portugal e estraga o meu plano e o da minha Diana, a vossa rede vai toda abaixo!
«— E esta... — deu espaço para a rapariga aproximar-se — é a minha filha, Diana.»
Era... Era o Rogério?
— Não se preocupe. Ela não será um problema para si. A não ser que queira.
Ele desligou a chamada, retirando do telemóvel o cartão SIM e a bateria, que logo foram esmagados.
— Roman! — Berrou para um dos que estavam lá fora, que logo o encarou. — Take care of her!
O tal Roman subiu a plataforma em que estávamos. Apercebi-me que me encontrava dentro de um camião. O chão abanou assim que Roman se aproximou de mim com passos pesados. Agachou-se, levou a mão ao bolso do corta-vento preto e senti uma agulhada no pescoço.
A minha visão começou a desvanecer e os meus olhos a pesar, quando vários pares de mãos em volta do meu pescoço, braços e pernas. Porém, antes de poder descobrir do que se tratava aquela invasão, apaguei.
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Desejo: Fazer-te ficar
Romance[CONCLUÍDO] Duarte Gama, um homem de negócios de 26 anos, sai do bar noturno que gerencia secretamente. Ao constatar que se esqueceu das chaves, recua caminho indo contra uma rapariga. Esta, atrapalhada, pede desculpa e segue a sua vida. Porém, ao...