ENTREGA DOS CORAÇÕES

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-Desculpa, estraguei o seu jantar, está delicioso, vou repetir.

-É fome, por isso está achando gostoso, o espaguete está frio.

Essas foram as palavras trocadas durante o jantar, para o meu alívio ele escolheu o balcão da cozinha americana, seguimos em um silêncio constrangedor.

-Pode deixar os pratos comigo, já que fez a comida!

-Vou aceitar. Preciso ler uns email, pode me chamar se necessitar de ajuda.

Antes de afastar-se olha para o meu braço, imediatamente dou-lhe as costas indo para a pia com a missão de limpar a cozinha e ocupar minha mente por um tempo. Arregaço as mangas da blusa que vesti para esconder a mancha que ficou em meu braço.

Vejo ele passar falando em inglês ao telefone com alguém, sobre pedidos de matéria para fabricação dos perfumes, com o fone de ouvido interrompo a minha curiosidade.

Fixo minha atenção na série coreana que estou vendo no celular e o pequeno pote de sorvete que compramos mais cedo.

-Quero um pouco. -ele pede tirando um dos fones do meu ouvido. -Problemas na empresa, preciso resolver.

-Não se preocupe comigo, estou bem acompanhada! -Mostro o pote de sorvete, dou mais duas colheres em sua boca e seu telefone toca novamente.

Assisto também pouco de tv, depois de devorar quase todo o sorvete, cansada vou para a cama. Mas o sono passa quando estou deitada. Volto minha atenção para o celular. No momento não sei em que parte da casa o Dominic está.

-Ainda vendo séries? -Não percebo quando entra e vê meu celular -Por que não pergunta a mim, você tem um perfumista bem na sua frente?

-Se você me respondesse quando pergunto, não estaria pesquisando para saber.

-Lis, eu respondo agora, eu errei com você...

-Não precisa, já descobri quanto ganha um perfumista e também algumas coisas sobre você na internet. Vou dormir.

Puxo o lençol da cama, pedindo que se afaste de mim. Ele levanta e entra no banheiro. Após um tempo o lençol é puxado me assustando. Ele senta ao meu lado com os cabelos molhados e com uma pomada na mão.

-Me dê o braço! Não me faça tirar por você.

Resignada retiro a blusa, sem olhar para ele que passa a pomada devagar sobre a marca dos seus dedos no meu braço. Segura minha mão dando um beijo.

-Eu sou Caio Dominic Rodrigues, tenho trinta anos, perfumista, sou sócio em uma empresa de cosméticos sendo a quarta em vendas no país, casado há poucos dias com uma mulher maravilhosa, que está roubando a minha paz, pois me faz pensar nela o tempo todo mais do que na química dos meus perfumes. Me perdoa Lis, eu estava assustado com sua demora, disse coisas sem querer e te magoei quando eu mesmo disse que iria mudar

-Você só falou a verdade. Dom, a raiva já passou, me desculpa também eu realmente estava pensando na minha vida, até dois, três dias atrás eu era solteira e...

-E virgem!

-Por que tem que falar isso toda hora. -cubro a cabeça com o lençol.

-Pra te ver assim envergonhada. Lis, eu nunca estive em um relacionamento antes, já tive muitas mulheres, mas para momentos casuais, por isso sou grosseiro e insensível às vezes, mas quero ser diferente com você, me dê mais uma chance.

-Podemos tentar de novo! -ele beija minha boca e sorri.

-Você pode perguntar qualquer coisa, sente aqui perto do seu marido, gosto de sentir seu corpo perto ao meu enquanto investigo seu cheiro.

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