I N E S P E R A D A S U P R E S S A

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Sentindo-me mais ansiosa que os gêmeos para ir a praia e rever alguns lugares onde cresci, acordo cedo para fazer o café. Sem saber se o meu pai já havia saído, pois não me atrevi a bater na porta do seu quarto.

Decidida a propiciar um dia feliz para eles, começando pelo café, faço uma salada de frutas que a Lili gosta, panquecas, suco.

A cozinha é espaçosa, com muitos armários, uma grande ilha com cooktop e pia ao lado, uma mesa logo à frente com uma iluminação natural propiciada pelas portas de correr de vidro na parede lateral dando uma visão completa da área gourmet, uma boa parte da garagem e do gazebo com uma rede estendida.

Com uma frigideira nas mãos e a testa encostada na porta de vidro observando o movimento de vai e vem que a rede faz com a força do vento, é inevitável não pensar na lua mel com Dominic, ouço risos ao longe, mas não me movo, ainda hipnotizada com a rede e as lembranças.

-Bom dia... -Solto a frigideira, não acreditando que o dono dos meus pensamentos está logo atrás de mim. -Desculpe Emily não queria assustá-la.

Fico petrificada olhando seu sorriso, pisco quando se agacha para pegar a frigideira que deixei cair no chão. Os cabelos molhados não escondem alguns fios brancos.

"Ele me reconheceu e me chamou de Emily..."

-Mãe!

Olho para a voz me chamando, um menino confuso achando que sou a Louise. Ele põe a frigideira sobre a ilha e pega o garoto nos braços.

-Não, meu amor, essa é sua tia Emily, acabamos de ver a mamãe dormindo.

Como se tivesse me dado um tapa, desperto do meu transe, sorrio sem mostrar os dentes.

"Só assim para ele saber quem eu sou!"

-Seu pai está falando a verdade... eu sou sua tia qual o seu nome? -Tentando parecer o mais natural possível e calar a vontde de gritar quem eu fui na sua vida e esmagar a vontade de chorar.

-Luís, você é igual a minha mãe! -ele responde sem piscar os olhos, fixados em mim.

Olho para seu pai que sorri e beija sua bochecha gordinha e passa as mãos nos seus cabelos claros.

-Porque sou a irmã gêmea da sua mãe.

-Filho, o papai falou para você que a sua mãe tem uma irmã, finalmente hoje vocês estão se conhecendo.

Toco em sua mão para que sinta que sou de verdade, passo ela em meu rosto fazendo ele sorrir.

-Você é de verdade! Pai, até a voz é igual! -toco seu nariz, mas afasto de imediato com a proximidade senti o cheiro da loção que o Dominic gosta de usar pela manhã.

-Está fazendo o café para quantas pessoas, tem tanta comida pronta...

-Mãe, a Lili me acordou...

Não tenho tempo de responder os gêmeos fazem uma entrada espetacular: Tonton arrastando seu pequeno lençol preferido e a Lili toda descabelada segurando a mão do irmão que abre a boca denunciando seu sono.

-Meu Tonton ainda está com soninho? -abaixo ficando na sua altura. -A mamãe vai passar um pouco de energia.

Abraço forte, dando beijinhos no rosto e no pescoço despertando sorrisos nele.

-Acho que minha Lili também acordou fraca...

-Maē, estou acordada...

Puxo ela para meus braços, com o irmão se jogando em cima de mim nos levando ao chão. Não consigo conter o riso. Quando recebo vários beijinhos deles.

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