O C R I M E

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Finalmente minha vida está como sempre desejei; o último lançamento da empresa alcançou o primeiro lugar em vendas, meu casamento com a Louise acabou, estou com a guarda do meu filho e, no próximo feriado pedirei a Mily em casamento, ainda estou na dúvida se a levarei em um restaurante ou no nosso barco, só tenho certeza que eu a amo e que dessa vez nada e ninguém impedirá de ficarmos juntos.

- Dominic, o Luís adormeceu.

- Pode deixar Mariana, ele está mais empolgado com o passeio que faremos mais tarde com os primos com as bicicletas.

- O Tonton ficou mais encantado com o barco se ele estivesse aqui com certeza estaria ao seu lado pedindo para pilotar.

Sorrimos ao imaginarmos a cena, peço que ela descanse e aproveite a nossa volta para Pilar das Palmeiras enquanto meu filho dorme.

- Não precisa mandar duas vezes, vou admirar essa visão maravilhosa lá na proa.

Sobe cantando, eu continuo na popa pensando na minha doce Emily e como será nossa vida juntos. O João Felix aconselhou-me esperar mais um pouco, mas não consigo, é só o tempo de falar para seu pai que estamos apaixonados se bem que ele está desconfiado.

Chegamos em casa quase meio dia, envio uma mensagem para ela da minha chegada e estou ansioso para vê-la.

O Luís vai para a casa dos avós após o almoço me deixando sozinho, com certeza só voltará no final do nosso passeio com os primos, ligo para a Mily, mas não me atende nem responde minhas mensagens. Sozinho na sala de uma casa sem vida, olho para fora da janela até os poucos jarros de plantas parecem solitários, a piscina só fui uma vez para ver as crianças nela, sinto falta até do barulho de uma sala de tv e dos brinquedos espalhados pela casa.

- Você está parecendo um adolescente apaixonado. - me censuro ao olhar para o celular e ver que a Mily não respondeu. Subo as escadas para descansar um pouco no meu quarto, ouço a campainha.

- Nosso filho está na casa de seus pais, o que veio fazer aqui?

- Não tem necessidade de ser ríspido comigo, afinal fui esposa e ainda te amo...

- Louise, por favor não comece eu ainda te recebo por causa do Luís , mas não abuse da minha paciência.

Fingindo não me ouvir senta no sofá, cruza as pernas e bate nele me pedindo para sentar ao seu lado, sorrir quando me ver escolher uma poltrona distante de onde está.

- Então o que veio fazer aqui quando poderia está aproveitando a companhia do seu filho.

- Não entendo do porque tem tanta raiva de mim se foi você que deu início a toda essa situação, me pediu em casamento quando não me amava, mentiu e me enganou, inventou um contrato me prometendo uma vida de rainha e agora está querendo tirar tudo que me deu.

- Está querendo um pedido de desculpas ou sua conta bancária recheada novamente?

- As duas coisas, mas hoje preciso de um favor seu, a nossa casa em São Bento está vazia, precisa de reparos...

Se ainda estivéssemos casados bastaria falar que estava entediada para depositar mais dinheiro na sua conta bancária, observo enquanto fala, parece uma lady de tão perfeita, gesticula mais do que normal e olha nos detalhes da sala evita me olhar diretamente nos olhos.

Sorrio internamente por saber que é foi sua outra versão que entrou na igreja. "A Mily mal fala comigo..." volto minha atenção para ela ao ouvir o nome da sua irmã

- ...Hoje eu fui visitá-la no trabalho e como sempre me recebeu muito mal e se negou a me ajudar por isso estou aqui.

Ela levanta e anda até a mim, mas se arrepende e senta novamente no sofá só que mais próximo.

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