R E V E L A Ç Õ E S

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A Carla pedindo calma a todo tempo, como fazer isso se um acidente com as crianças era a última coisa que faltava acontecer, já não bastava a visita da Louise e toda carga de emoção na conversa com minha amiga.

Enquanto andava pelo corredor do hospital falava para o meu cérebro achar meios de enfrentar toda essa nova situação, porém tudo que até então eu havia pensado sumiu quando vi o Dominic em pé com a cabeça encostada na parede da sala de espera chorando. Quando ouve seu nome, logo me abraça apertado.

- Mily, me perdoa, eu não pude proteger nossos filhos, foi tudo muito rápido...

- A culpa é da pessoa que bateu em nossos filhos e não sua. -Seguro seu rosto entre minhas mãos. - Como eles estão?

Peço que sente, Carla chega com um copo com água e exige que ele beba, aguardamos que ele se acalme e sua respiração normalize. Para manter o controle das minhas emoções e não chorar também, aceito o copo que a Carla estende para mim, tentando esconder o tremor das minhas mãos

- O Tonton está com seu pai recebendo atendimento e fazendo alguns exames, a Lili com a Mariana em algum lugar, o meu menino.... na emergência. Mily, não posso perder meu filho ele....

- Você não irá perdê-lo, com certeza estão fazendo de tudo para que isso não aconteça.

- Os dois se acalmem, eles receberam atendimento rápido, vamos ter fé. - Carla recolhe os copos de nossas mãos.

Nesse momento a Louise entra chorando, quando levanto para falar com ela o Dominic puxa minha mão e me faz sentar novamente.

- Não pude permanecer ao lado do Tonton, vá vê-lo, provavelmente deve estar ainda assustado. - Ele tenta sorrir. -Ficarei bem! Por enquanto, só podemos esperar por notícias. Eu falo com sua irmã.

- Fico com ele, pode ir. Nos mantenha informada.

Na saída da sala de espera encontro a Mariana e a Lili que corre para os meus braços falando e chorando ao mesmo tempo, ela reclama quando aperto, mas se agarra mais ainda em meu pescoço.

- Vamos ver seu irmão?

Olho para o Dominic mais uma vez falando ao celular, tentando não chorar novamente, a Louise sentada em uma cadeira sozinha, a Mariana também me impede de falar com ela.

- Tonton está chorando! - Sigo para ver meu filho.

Encontro ele deitado em uma cama após todos os exames. Meu pai explica que está aguardando o médico com os resultados. Ele pega a Lili com tanto carinho que me emociona, beijo a testa do meu filho, sentindo-me aliviada por vê-lo bem, o braço esquerdo com uma faixa, pequenos arranhões no rosto e na perna, mas vivo.

- Não chora meu amor, já passou, a mamãe está aqui!

- Notícias do Luís, como está o Dominic?

Explico como o deixei, mas não falamos sobre a real situação, para não assustar os gêmeos novamente. Olho pela janela e vejo que já é noite.

Meu pai suspira, passa as mãos nos pucos cabelos. informa que a mamãe está chamando pelo celular, me dando a Lili que está sonolenta para conversar com ela. Mais calmos conseguimos fazê-los descansar juntos na cama.

- Louise quer um copo com água? Você precisa se acalmar...

- Eu não tive culpa Mily, acredita em mim!

Deixo os gêmeos com o avô retornando para saber do Luís e ficar ao lado do Dominic, encontro a Louise isolada, sozinha. Por compaixão, seguro sua mão, afinal ela é mãe e está sofrendo por seu filho.

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