M U D A N Ç A S

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   — Dominic, você não pode fazer isso comigo, eu vou com você!

   Ela tenta aos gritos mudar minha vontade desesperada de ir embora, mesmo depois de lhe  entregar uma cópia do pedido de divórcio, tenta sem sucesso arrancar minhas coisas da mala. 

   — Louise, quando vai cansar de espenear não vê que nada do que falar ou fizer irá mudar o que já está decidido.

   —Você decidiu, mas eu não aceito, eu sou sua esposa. Há tempos vivemos assim...

   — Cada um buscando amantes para ter um prazer, ou nos ignorando para não incomodar o outro, não faça essa cara Louise sei que teve amantes.

   — Durante muito tempo  você me desprezou como queria que vivesse? Quantas noites te esperei em casa...

   — Quantas noites te procurei e você me rejeitou – suspiro e peço  com as mãos  que pare de falar. — Um dia você me fez te amar, mas acabou, aceite que doi menos.

  — Dom, sou a sua esposa, posso te fazer feliz de novo!

   Neste momento sinto vontade de gritar que a Emily é a minha mulher, mas me contenho, respiro e sento na  cama para recuperar minha sanidade perdida desde que entrou no meu quarto e viu as malas do Luís.

   — Qual o próximo  argumento para me convencer? E não pense em usar nosso filho, ai está escrito que a guarda dele é  minha.

   — Ele é meu filho, você não tem o direito de levar ele dessa casa, você não  é...

   Ela se cala com o dedo apontado em minha direção, continuo esperando terminar sua fala, cruzo os braços, mas percebe que os gritos não estar fazendo mudar minha decisão, fala mais manso.

   — Dom, eu te amo! Eu faço  tudo que você me pedir, olha eu volto a estudar, posso  mudar meus hábitos...

   — Louise, eu sei que não me ama, não entendo porque insiste tanto nesse casamemto, ele acabou há muito tempo e não pode mais a tática de imitar sua irmã  não mais funciona comigo – falo enquanto fecho as malas, para que não desconfie da minha descoberta.

   — Por isso cortou o meu dinheiro, como acha que vou viver?

   — Você ficará com a casa que tanto deseja e como te expliquei, voltarei para São Bento na segunda feira, mas já tenho uma casa, agora preciso ir, nosso filho está me esperando.

   Ela segura meu braço, mas logo solta ao olhar  fixamente em seus olhos, não  quero ter que usar todas as provas da traição  que tenho contra ela nesse  momento, mas ela sabe que perderá muito das mordomias que estava tendo ainda sendo casada comigo, uma delas já cortei: o alto depósito que fazia em sua conta bancária e cobria todos seus gastos. Por isso me ligou há duas noites passadas, sabendo que ligaria do celular da irmã me finji de morto.

   Ao descer as escadas vejo a Emily atônita me olhando, mas é a Louise que chega nela primeiro com sua voz acusadora.

   — Foi você, o que fez para o Dom me deixar? O que disse a ele, fale sua traidora ou verá do que sou capaz!

   — O que sua irmã teria para falar que me faria separar de você?

   Olho para Emily permanecer calada, mas ela não se afasta da Louise  que sacode seu corpo segurando seu braço fazendo as sacolas que carrega cairem no chão.

   — Você o tempo todo cercou ele, usando aqueles fedelhos para chamar sua atenção fazendo ele se afastar de mim, eu deveria...

   — Louise, pare imediamente, por que estar acusando sua irmã, se há muito tempo quero me separar de você, se não fiz antes foi por causa do nosso filho. Por que não aceita que não te amo e sabe muito bem porque me casei com você...

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