V E R D A D E S N U A S

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Há uma semana o Dominic tem sido hostil, não permite que eu me aproxime dele, não responde minhas mensagens. Não me dar a chance de explicar porque escondi o fato do Gustavo ser o pai do meu sobrinho.

Tentei mais uma vez no hospital, mas travei ao questionar, poderia naquele momento falar, "você é o pai dos meus gêmeos!" mais uma vez calei aterrorizada. Também não queria usar o momento que estava tão frágil e o Luís ainda sem melhoras, vi ele entrar no elevador desanimado e magoado.

Ainda tenho que todos os dias dedicar mais tempo aos gêmeos, nos primeiros dias o Tonton sentiu-se culpado por apostar corrida com o primo, a Lili não esquece a imagem dele no chão e o sangue, estão triste por não poderem vê-lo.

Volto mais cedo do trabalho para levá-los para passear no shopping, no momento eles não querem se aproximar da bicicleta nem do parque. Encontro a Louise saindo de casa. Reclamando de algo que não consigo entender

Não a perdoei, mas novamente condeno meu coração fraco a querer dar o primeiro passo. Ouço uma voz, "Emily burra e idiota ela quis matar seu filho." Ela ainda me olha antes de fechar a porta do carro, permaneço no mesmo lugar, olhando o vazio. Por um momento naquele hospital desejei que ela não tivesse nascido. Esse desejo não se desvaneceu logo, isso foi mais angustiante.

"Você é minha irmã!"

Sussurro antes de dar a volta em meu corpo e abrir a porta de casa, para abraçar meus filhos e encher meu coração de sentimentos bons e inocentes. Fecho as mãos para impedir que uma ira me invada, só em imaginar que poderia ser o meu Tonton no lugar do Luís.

- Você não pode exigir isso de mim, não vou ficar parado e ver a Emily novamente sofrer pelos caprichos da Louise...

Paro diante a porta do quarto dos meus pais ao ouvir meu nome, em todas discussões deles eu passo sem intervir, mas essa não pude ignorar, meu pai continua sem falhar a voz.

- Não acha que ela já se sacrificou o bastante por seu sonho?

Quando mais nova esperava que ele discordasse dela, mas raramente acontecia e quando, ele não alterava a voz, minha mãe sempre teve o controle sobre ele, mas perdeu.

- Ela escolheu casar com o Dominic...

- Não. você a forçou quando não a impediu entrar naquela igreja e casar com ele.

Será esse o motivo? Entro sem bater quando meu pai me defende com veemência, eles não esperavam me ver.

- O senhor sabe do contrato... da troca?

Minha mãe sentada em sua cama, ele vira abruptamente ao ouvir minha voz. Nervoso, zangado, não há só tristeza em seus olhos, além do cansaço posso ver um temor ao me ver dar um passo em sua direção, passa a mãos em seus cabelos, hesita, mas volta a andar e segura minha mão.

- Soube momentos antes do acidente da sua mãe, ouvi uma conversa dela com a Louise.

Envergonhada, não consigo mover meu corpo, sem largar minha mão me leva para o sofá e senta ao meu lado, olho para nossas mãos sobre sua perna, desde de criança quis saber a temperatura delas, o que sentiria ao receber um afago das mãos dele que aperta a minha, sinto seu tremor nela, ouço a voz da minha mãe.

- A Louise estava tentando me impedir de trazê-la para casa, me chantageando. - Ela começa a soluçar, sou eu que aperta a mão do meu pai. - Ela jurou cumprir a promessa que faria você ser presa, seu pai ouviu... discutimos muito por ter escondido dele. Seu pai pediu o divórcio, eu saí de casa, nervosa, bati o carro...

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