A V O L T A P A R A C A S A

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Sem saber ao certo o que falar para os meus tios, peguei meus filhos dei banho e os coloquei na cama, sabendo que eles são sensíveis ao meu estado emocional, disfarço para não perceberem minha angústia e inquietação.

Em pé na pequena cozinha olhando para o copo com água sem conseguir ordenar os pensamentos, ouço batidas na porta.

-Como está se sentindo? -tia Selma me puxa para o sofá. -Infelizmente fatalidades acontecem, mas você precisa tomar uma decisão.

-Tia, como posso decidir e a minha vida aqui com vocês, meu trabalho, os meus filhos como..

-Emily, é sua mãe. Nunca concordei com o que ela fez com você, ela podia ter impedido o casamento, mas não fez. Mas neste momento ela está entre a vida e a morte.

Abraço a tia Selma sem mais conseguir conter as lágrimas. Lágrimas de desespero pela vida da minha mãe e por novamente ter que abrir mão da minha que está toda perfeita.

-Com certeza irei encontrá-los o que farei? Meus filhos, preciso protegê-los principalmente da Louise... Eu não vou suportar passar tudo de novo com ela, eu não vou.

Chorando baixinho para meus meninos não ouvirem. Tia Selma volta da cozinha com um copo d'água e me manda tomar.

-Vai enfrentar a todos, e não mais irá permitir sua irmã lhe diminuir em nenhuma situação. Mily, você precisa enfrentar seu passado, minha filha, não pode mais viver assim, se escondendo, você não errou sozinha.

-Como farei isso tia, a Louise não me deixará em paz, tenho medo pelos meus filhos.

-Emily, responda com sinceridade: quando se olha no espelho, o que você vê? Emily a irmã gêmea da Louise ou a Emily a mãe da Lilian e do Danton.

Seco as lágrimas enquanto penso e só consigo ver os meus filhos ao meu lado, de repente um sorriso nasce em meio as lágrimas, me dando conta que meu reflexo mudou a partir do momento que dei a luz ao meus filhos.

-Com certeza Emily: mãe da Lilian e do Danton. Essa Emily não vai se permitir ser humilhada pela Louise.

Recebo um abraço da minha tia, sorrimos com a constatação da minha força e o motivo dela: meus filhos.

-Até quando você vai deixar nossos bebês sem saber quem é seu pai? Não filha -ela me repreende quando tento protestar. -Os gêmeos têm o direito de saber que o seu pai está no Brasil e não em Londres nessa fantasia que criou. Você irá aproveitar essa oportunidade para procurar o Dominic e falar do seus filhos, meus netos merecem ter um pai.

-E se ele quiser tomar meus filhos de mim, após saber que foi enganado por mim, ele não vai perdoar quatro anos perdidos longe dos filhos e terei que falar que troquei de lugar com a Louise, ela não vai permitir.

-Não se concentre na sua irmã, vocês erraram ao fazer isso com ele, mas só você pode consertar. Mily, faça isso por seus filhos e poderá seguir e depois que ele conhecer nossos bebês com certeza esquecerá toda raiva, ele já é pai saberá entender suas razões e além do mais eu ouvi algumas qualidades de não ser apenas lindo, alto com sinais que é muito charmoso...

-Tia, ele é meu cunhado, será muito complicado reencontrá-lo e fingir que mal o conheço.

Olho para a foto dos meus filhos comigo que foi tirada no parque, contudo tem um lugar vazio. Suspiro, fecho os olhos e sinto a mão da tia Selma sobre a minha.

-Ele acha que me viu só uma vez, nem deve lembrar de mim -Refleti por um momento, tia Selma afagou minha mão, ponderei, mas cedi. -Tudo bem tia, pode avisar ao meu pai que estou indo para casa.

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