U M N O V O P E R F U M E

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- Hoje podemos tomar mais uma taça de vinho! Mariana enviou as fotos dos nossos filhos?

Estamos de volta ao barco após levá-la para jantar ao restaurante na marina, onde pude saber mais coisas dela, o que fez depois que nos conhecemos, o tempo que passou na Inglaterra, seu trabalho na floricultura dos tios. Evitei o nome da Louise em nossas conversas.

- Eles já estão em suas camas, olha!

- O Luís só aceitou o quarto por causa das camas dos gêmeos. Não se preocupe, a Mariana cuida bem deles.

Falei para Mariana uma parte da minha história com as irmãs para que entendesse o porquê me encontrar às escondidas com Mily, em resposta recebi uma gargalhada; "Dominic, você e a Emily precisam disfarçar melhor, já percebi os olhares." Agora tenho uma aliada.

- Eu sei, é saudade. Esta é a segunda vez que estou longe deles... mas posso aguentar esta noite.

Fala após ver minha expressão e apoiar minha testa no seu ombro.

- Que bom, porque não tenho nenhuma intenção de levá-la para casa, mas podemos passear com nossos filhos no domingo, chamo o comandante assim podemos aproveitar o dia.

- O Tonton vai adorar, ele tem miniaturas de barcos. Posso convidar a Carla e o esposo?

Recebo um selinho quando confirmo com um meneio de cabeça.

-Teremos que fingir que somos amigos, ainda é perigoso para você se a Louise saber que eu sei toda verdade. Já basta o olhar de sua mãe em mim, não entendi o porquê ela impedir de vocês saírem ontem...

-Talvez porque ela sabe que troquei de lugar com a Louise.

- Você falou para ela em que momento?

- Diferente do meu pai, ela nos reconhece até de costas. Ela percebeu logo na igreja.

Ela toma todo líquido da taça, mas não aceita que coloque mais um pouco do vinho, também desisto de beber.

- O seu pai parece que não sabe, porém às vezes fala estranho comigo. - Levanto indo por uma música, ela sorri quando ouve a melodia da banda Melim. - Sua mãe mudou depois que saiu do hospital, antes era mais gentil.

Retiro para dançar, o som dos nossos sorrisos se misturam à música, rodopio seu corpo e prendo-o junto ao meu, só embalando no ritmo suave.

- O acidente mexeu muito com ela, nossa relação familiar não é boa, eles sempre foram distantes com as filhas, mas como um casal são perfeitos.

- Um dia também seremos, juntos com os nossos filhos, já tenho uma casa.

- Dom! - ela me repreende quando seguro sua mão esquerda, aproveito e dou um selinho demorado. - Além do mais a dona Maíra continuou me ajudando mesmo depois de pagar as dívidas que a Louise fez quando estava com meus documentos...

- Ela fez o quê? - Solto seu corpo imediatamente, assustando-a com meu grito. - Emily, é isso. Você não será presa, mas a Louise, senta me fale exatamente o que ela fez e onde esteve, enquanto você estava comigo.

Praticamente eu a coloco sentada no sofá, desligo a música e espero ansioso seu relato.

- Eu não sei com certeza onde ela esteve, porque assim que ela saiu da cerimônia não tive contato com ela, troquei o chip dela do meu celular, eram muitas ligações de pessoas que eu não conhecia...

- Mily, não tente atenuar, eu sei que sua irmã teve muitos namorados, por um tempo você me fez esquecer seu caráter...

Tento mudar minhas palavras quando ela se levanta e vai pegar uma garrafa d'água, sei que não se sente bem falar mal da irmã mesmo depois de tudo que fez.

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