A S E P A R A Ç Â O

4.6K 346 41
                                    

-Lis, está me ouvindo?

-Claro que estou, pode falar.

-O que acabei de falar então? Lis, você não está bem meu amor, vou cancelar o jantar e ficar...

-Dom, quer parar de ser tão dramático, olha eu estou apenas cansada. Amor por favor não cancele nada. Irei apenas finalizar essa folha e vou me deitar.

-Lis mais de nove meses juntos, eu te conheço bem para saber que não é só isso, vamos fazer assim, hoje vou ao jantar com os empresários, mas amanhã iremos passar o dia juntos. Quero que conheça um lugar.

Sorrindo lhe abraço, ele segura meu rosto entre suas mãos e procura algo em meus olhos, peço um beijo fazendo biquinho, ele de pronto me dá com um lindo sorriso, eu beijo a ponta do seu nariz.

-Eu te amo, estarei aqui te esperando.

-Eu te amo mais. Pode dormir que eu adoro te levar para nossa cama.

-Agora vai, já está atrasado.

Ele vai embora para seu jantar de negócios, eu me jogo no sofá da sala de tv, exausta, meu corpo dói pela pressão psicológica que a Louise está fazendo desde que invadiu o banheiro e exigiu que lhe desse dinheiro.

"Eu estou pegando o que é meu, afinal a esposa sou eu irmãzinha!"

Ela faz questão de lembrar que sou uma usurpadora e sou, por duas vezes, também estou extraviando o dinheiro do Dominic. E mais uma vez ela me fez perder novamente minha identidade.

Em três meses ela levou mais de trinta e cinco mil e há dois dias me fez pagar roupas sei que tem muito mais do que ela me pede, mas como vou justificar quando ele me questionar onde gastei.

Desisto de estudar, estou dando muitas aulas de inglês, faço traduções na internet, não estou conseguindo acompanhar meu curso de design, pois estou sempre cansada e ocupada, logo quando descobri que amo essa área como profissão.

Fingi que estava dormindo quando o Dom chegou, ele me abraçou por trás, senti seus lábios tocarem meu ombro de leve, afastar meus cabelos e passar o nariz em meu pescoço, fechei os olhos com força e mordi os lábios para não cair na tentação de ceder ao desejo do meu corpo, pouco depois sua respiração se acalmou e acabei adormecendo pelo cansaço.

-Para onde está me levando?

-Calma, sei que vai gostar.

Após mais de uma hora nós entramos em uma cidade: Bem vindo à Augusto Félix, diz uma grande placa na entrada da cidade.

-Ainda existe cidade assim?

-Sim, essa é uma delas, calma onde as pessoas caminham pelas calçadas, olha a praça.

Uma praça com um grande lago no centro, com crianças brincando em um parque feito para elas e poucos adultos fazendo exercício.

Após dirigirmos mais um pouco, passamos por um grande portão, o carro é estacionado em frente de uma linda casa, com a frente toda coberta de uma planta rasteira e grandes janelas de madeira.

Somos recebidos por um casal, após abrir uma porta enorme e informarem que tudo estava como ele pediu, entrega as chaves e vão embora.

Uma sala ampla com algumas janelas, mas as cortinas impedem enxergar o que tem por fora, a decoração no estilo vitoriano, sinto o cheiro de flores, aproximo de uma das janelas, mas o Dom segura minha mão.

-Antes de mostrar a casa, quero que conheça um lugar.

Na lateral de uma parede da sala ele abre uma porta de correr com desenhos de folhas. Meu olhos não acredita no que ver: um jardim japonês com uma variedade de flores e no meio dele um lago e uma ponte vermelha.

A outra Onde histórias criam vida. Descubra agora