F U G I T I V A

3.8K 321 22
                                    

Estou olhando meus filhos sendo abraçados pelo Dominic ao retornar da sua viagem depois de três dias à São Bento, novamente sua fábrica necessitou de sua presença dois dias após a visita da Louise ao supermercado.

Estou vivendo como uma fugitiva, buscando motivos para me esquivar dele, usando a Carla e também o Leandro, percebi que não se gostam, em casa tenho meus filhos como escudo para mantê- lo distante e não dar oportunidade de novamente conversarmos a sós nem tão pouco de segurar minha mão, para não me render como aconteceu dentro do seu carro, vi o perigo que é sentir o calor de um simples toque dele.

No momento em que a Louise bateu na janela do carro me salvou do meu breve momento de insanidade e me jogou no mar de fúria onde novamente ameaçou meus filhos, não consegui conter as palavras, não permitirei que eles por seus desejos de felicidade me envolva na crise do seu casamento.

Sei que depressão é uma doença grave porque eu mesma consegui escapar com ajuda dos meus tios e do meu primo, onde encontrei o apoio e o amor para ver a beleza e a bênção em ser mãe dos meus gêmeos, entretanto vivi com a Louise usando doença para se sobrepor a mim que no momento não pensei quando entrou no escritório

- Que bom que chegou há tempo de jantar conosco. -meu pai o recebe com alegria igual a dos gêmeos.

-Também acho, estou com muita fome, o banho abriu meu apetite!

Nossos olhos se encontram fazendo meu coração acelerar dentro do meu peito, minhas pernas amolecem com seu sorriso me hipnotizando ainda mais sem ter forças para desviar atenção dele a sorte que estou sentada em um das poltronas da sala, mas lá está a Louise ao seu lado me olhando com seu desprezo costumeiro.

- Venham crianças vamos jantar! -Busco refúgio em meus filhos para fugir da situação embaraçosa e da ira da minha irmã.

Como era esperado, os gêmeos ficaram animados com a novidade da escola. Antes de sua viagem visitamos a que ele indicou e o fato de estar perto de casa nos fez decidir por ela, também permitimos que os três ficassem na mesma sala para alegria deles.

- Eu não poderia perder o primeiro dia de aula das crianças e amanhã é o dia de entrega de pedidos. Emily, alguma novidade no supermercado?

- Não, tudo certo, o Leandro informou que chegará amanhã o último pedido de compras e o novo cortador de frios iniciou ontem.

- E os refrigeradores, a nova empresa como ficou o contrato?

- Estou com ele, depois se quiser pode dar uma lida.

- Quero sim, depois de brincar um pouco com nossos filhos. Você comprou os materiais escolares, se não, podíamos ir juntos.

- Você mal chegou e vai trabalhar, não está cansado? - Louise reclama e usa o filho para ter sua atenção. - Vamos sair um pouco com nosso filho, o que acha querido?

- Acabei de chegar, prefiro ficar em casa - ele responde seco sem olhar para ela, dirige o olhar para o meu pai. - E a Maíra como está?

- Amanhã ela irá para um apartamento, finalmente deixará a UTI, está ansiosa para ver os netos e voltar para casa é claro.

A conversa gira em torno da minha mãe, a perna dela ainda requer cuidados para cicatrização, ainda fará alguns exames, mas devido a gravidade do acidente foi um milagre não ter ficado paraplégica.

- Louise você irá também ao hospital amanhã, sua mãe ficará muito feliz ao ver suas duas filhas.

- Não papai, o senhor sabe que não gosto daquele clima de hospital, mas prometo que irei depois.

A outra Onde histórias criam vida. Descubra agora