Serkan bem teve que piscar algumas vezes para entender que estava vendo Logan, seu filho. O garoto, que brincava no parque com mais alguns amigos, era tão parecido com a mãe, com Madison. A cor do cabelo era a mesma, e pelo que ele lembrava, do pouco que havia visto o filho quando ele era apenas um recém nascido, os olhos também eram da mesma cor que os dela.
Ele bem procurou pelos responsáveis de Logan, que eram, justamente os pais de Madison, mas não os encontrou, por isso, presumiu que o menino estava ali sob os cuidados dos pais de algum de seus amigos.
Ele queria se aproximar, queria dizer oi, queria abraça-lo, mas não o fez. Ele havia tomado uma decisão anos atrás, de entrega-lo aos pais de Madison, e tinha que bancar tal decisão, mesmo que doesse.
É claro que ele nunca deixara faltar nada para o filho, economicamente falando, mas nunca tivera nenhum outro tipo de contato com o filho, além de algumas poucas fotos que Karen e Keith Scott o haviam enviado ao longo dos anos.
Mas então, vendo o filho ali, feliz... Ele foi embora.
Ele não podia fazer isso com o filho, não podia bagunçar a vida de um garoto de quase 6 anos, não dessa maneira, mas... Ao tomar aquela decisão, ao se virar, deixar o filho lá, e ir embora, parece que finalmente, ele havia entendido.
Logan era feliz, tinha uma vida normal, não tinha traumas... Isso, porque ele nunca precisara conviver com o pai. Então, ele pensou em Eda, e era exatamente isso que ele havia entendido... Ele não havia destruído o filho, porque o mesmo nunca conviverá com ele, ele não havia destruído os amigos porque eles foram obrigados a lidar com ele, mas ele, com certeza bagunçara a vida da irmã, e só não havia destruído Eda, porque ela era uma mulher extremamente forte, e porque... Ele ainda estava a tempo, estava a tempo de não destruí-la, estava a tempo de terminar com aquilo.
"Tienes que soltar mi mano y seguir tu camino"
Quando Eda chegou em casa, Serkan estava em seu quarto, sentado na cama, esperando-a.
- Oi. - Ela disse entrando, subindo na cama, e abraçando-o por trás. - Deixei Nina na casa da Len, ela disse que não volta para jantar. - Disse, e então, percebeu que ele estava sério. - Aconteceu alguma coisa? - Perguntou soltando-o, e seguindo o olhar dele. - De quem é essa mala? - Perguntou, vendo a mala no canto do quarto dele.
- Sua. - Respondeu se levantando.
- Como assim?
- Estou te liberando desse casamento Eda. - Respondeu, e Eda o encarou sem entender.
- O que está falando? - Perguntou, realmente achando que tinha escutado errado.
- Te dou o divórcio, vá embora, você está livre.
- Serkan, o que você está fazendo? - Ela perguntou novamente, se levantando da cana, e ficando de frente para ele.
- Estou te dando o divórcio, estou te liberando desse casamento, de mim... Não era o que você queria?
- Sim, era o que eu queria... Agora eu não quero mais.
- Uma pena. - Ele pegou a mala, e trouxe até ela. - Vá embora.
- Porque está fazendo isso? - A voz cortada pelo choro que ela estava segurando. Mas nenhuma resposta veio. Serkan sequer conseguia encara-la. - Olhe para mim, olhe para mim e responda, porque está fazendo isso? - Mas ele não olhou. - Olhe para mim. - Disse com o tom de voz elevado, e puxando seu rosto, para que ele a olhasse. - Porque está fazendo isso? - Então, um longo suspiro veio.
- Porque eu quero você... - Disse, beijando-a em seguida.
Os dois transaram, transaram a noite toda, como se fosse a última vez, como se fosse a primeira, como se não houvesse dor entre eles, como se não se odiasse, como se se amassem...
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Vas a Quedarte
FanfictionSentimentos não são fáceis de mudar. As barreiras criadas por uma pessoa, que havia chego no auge de sua dor, são quase impossíveis de se quebrar... Quase. Serkan Bolat era o dono dessas barreiras. Ele vestia diariamente uma armadura, que nem seus...