Capítulo 14

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Mesmo após ter sua "liberdade" de volta, e tendo a certeza de que Serkan não a trancaria mais na "torre negra", sim, ela confiaria em suas palavras, Eda, ainda assim, decidiu não brincar com a sorte. Por isso, com a ajuda de Sanem, que havia enviado caixas e mais caixas de roupas que a alta sociedade vestia, ela se arrumou, e mesmo a contragosto compareceu a alguns desses eventos dos quais Serkan queria que ela fosse.

Foi voltando de um desses encontros, dos quais, enquanto todas as demais esposas iam embora com seus motoristas, que dirigiam um total de 5 minutos até chegarem em suas casas, e ela, simplesmente preferia voltar a pé, que encontrou com alguém que, bom, não queria ser encontrado.

- Christian? - Chamou, ao vê-lo sair de uma cafeteria, porém, ele não estava sozinho. Estava acompanhado de um outro homem, com os cabelos um pouco mais longos que os dele, e com uma intimidade da qual, Eda percebeu que não se tratava apenas de um amigo.

- Ah, oi Eda. - Disse nervoso. - Esse é o Evan, meu amigo. - Apresentou, e Eda o cumprimentou.

- Muito prazer Evan. - Disse sorrindo. - Bom, vou deixar vocês, nos vemos outra hora. - E ela bem ia saindo mas Christian a interrompeu.

- Não, Eda, por favor, podemos conversar? - Pediu, e seguia nervoso.

- Olha, Christian. - Ela sorriu tranquila para ele. - Você não precisa sair do seu compromisso por causa de mim, e também não precisa se preocupar, eu não vou dizer nada a ninguém. - Tranquilizou um Christian, que após escuta-la, pareceu que voltou a respirar novamente.

- Obrigada Eda. - Agradeceu sincero. - Mas eu ainda quero conversar com você. - Disse. - Outro dia te chamo então.

- Quando quiser, eu não tenho nenhum compromisso importante mesmo. - Debochou de si mesma. - Até mais. - Ela acenou para os dois, e seguiu seu caminho.

Christian bem ficou tranquilo quando Eda foi embora, mas é claro que aquela conversa se veio a dar, alguns dias depois, em uma cafeteria na Oxford Street mesmo.

- Obrigada por vir Eda. - Disse quando ela chegou, ele já estava lá esperando por ela.

- Por nada. - Disse tranquila.

- Quer pedir alguma coisa? - Perguntou.

- Só um expresso.

- Dois expressos por favor. - Pediu para a garçonete que havia ido até eles. - Olha... - Ele, novamente estava um pouco nervoso. - Você já deve imaginar que o Evan não é apenas meu amigo né.

- Bom, sim, eu imagino que ele não seja apenas seu amigo, mas, Christian, é a sua vida, você não tem que ficar dando explicações a ninguém. - Disse tranquila.

- Eu gostaria que fosse tão fácil assim. - Disse se lamentando.

- Seus amigos não sabem então? - Ele negou. - Sua irmã?

- Eu imagino que ela desconfie, mas não, eu nunca contei a ela.

- Posso saber porque nunca contou a ninguém?

- Por medo. - Confessou.

- Seus amigos e sua irmã te amam Christian.

- Eu sei, eu sei, eu não estou com medo deles em si, é... É que o Serkan e o Can tem uma vida pública, então... Imagina a imagem que eles ficariam, se a mídia soubesse que o amigo e advogado deles, é homossexual?

- Sempre essa merda dessa mídia. - Ralhou. - Nós já estamos no século XXI Chris. - Disse. - Além do mais, seus amigos não vão se importar com a mídia, tenho certeza que para eles, só importa a sua felicidade. - Disse. Ela nunca havia visto um traço de algo positivo em Serkan, mas algo a dizia, que se caso esse assunto viesse a tona, ele se preocuparia mais com o amigo, do que com qualquer outra coisa, e quanto a Can, bom, não era difícil de adivinhar que ele apoiaria o amigo em tudo. - E sua irmã?

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