Capítulo 6

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Na primeira hora de segunda, Sanem, mais uma vez, estava lá para supervisionar as pequenas alterações a serem feitas no vestido, mas foi quando saiu que a surpresa maior veio. Can estava ali, atrás da porta da sala em que ela estava, e ela podia jurar que ele estava criando coragem para entrar.

- Can Divit? - Perguntou surpresa.

- Sanem Aydin. - Disse tentando se acalmar.

- O que faz aqui?

- Essa é a minha empresa. - Respondeu obvio, e até um pouco debochado, o que fez com que ela esboçasse um sorriso.

- Você não parece nada com o dono de uma empresa vestido assim. - Disse, e ele olhou para si mesmo, rindo. Can vestia uma calça jeans preta, uma blusa branca, e uma camisa azul, aberta, por cima. Ele sempre andava com alguns colares em seu pescoço, e com o típico coque prendendo seu cabelo, que solto, batia no ombro.

- Só porque eu não gosto de me vestir com um terno e uma gravata apertada, não quer dizer que eu não seja um ótimo CEO tá bom.

- Não, eu não estou julgando sua capacidade de comandar os 45 andares desse prédio, eu vejo o respeito que todos os funcionários tem por você, muito diferente do medo que eles tem de Serkan. - Comparou. - Só estou dizendo que você é... Um CEO pouco convencional. - E ele riu novamente.

- É, Sanem, será que podemos conversar? - Perguntou após um breve silêncio que se deu.

- Claro, diga. - Disse cruzando os braços.

- Não, não assim, sabe, uma conversa de verdade, sentados, tranquilos...

- Uma conversa sobre o passado. - Disse o que ele estava relutando para dizer.

- É. - Concordou. Can não a entendia muito bem, por varias vezes ele imaginou como aquele encontro seria, mas em todas as vezes, ele imaginava que seria um reencontro cheio de dor, ou mágoa pelo que havia acontecido, no entanto, Sanem simplesmente apareceu, e o tratou de uma forma bastante normal. Isso o confundiu um pouco, afinal ele estava esperando dor e culpa.

- Me busque as oito, estou na casa do meu irmão. - Disse tranquila. - Até mais Can. - Ele assentiu, e saiu.

...

As oito, como prometido, Can estava lá, no prédio de Christian, esperando por Sanem no saguão de entrada. Ele realmente não sabia o que esperar daquela conversa, mas sabia que não conseguiria seguir com sua vida sem que ao menos ambos chegassem a um ponto comum sobre seus sentimentos em relação ao bebê que haviam perdido anos atrás.

- Boa noite. - Sanem cumprimentou.

- Oi. - Ele disse, e a guiou até o carro.

- Nada de moto hoje? - Sanem perguntou, sabendo que Can constantemente ia com sua moto para a empresa.

- Não, hoje não. - Respondeu, e ela notou o quão distante ele estava. Acontece que Can estava nervoso, ele sempre estava nervoso perto de Sanem, por isso, a conversa entre os dois no caminho até o restaurante, não fluiu, e após algumas tentativas com respostas monossilábicas, Sanem desistiu, e só foi tornar a falar, quando os dois haviam chego.

- Você não precisa ficar nervoso toda vez que está perto de mim Can, eu não vou pular no seu pescoço, nem te culpar por nada. - Disse assim que os dois sentaram.

- Não vai? - Ele sabia que ela não ia, mas ela entendeu a intenção da pergunta. Ele se referia a culpa, a culpa que ele sentia, e que achava que ela também sentia em relação a ele. - É que quando você foi embora, você foi magoada comigo, e...

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