Capítulo 58

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Haveria uma reunião na E.E naquela manhã, por isso, Eda, Can, Serkan, e alguns investidores e sócios da empresa, estavam na sala de reuniões do andar de Serkan, logo no primeiro horário do dia.

- Esses números estão atualizados Eda? - Serkan perguntou lendo a pasta qe ela havia repassado a todos, com as prestações de contas da fundação.

- Sim.

- Está tudo certo então. - Ele disse tranquilo, e ela assentiu. - Bom, agora passamos para o projeto do aeroporto, e... - Mas a reunião foi interrompida pelo celular de Serkan, que tocou.

Geralmente, ele mesmo ficaria extremamente irritado de ser interrompido por qualquer outra pessoa que fosse, mas quando viu o nome de Karen na tela, toda sua postura séria foi perdida, e ele atendeu ansioso.

- Karen? Aconteceu alguma coisa?

- Oi Serkan, bom dia. - Disse constrangida do outro lado da linha. - Me desculpe se te atrapalhei.

- Não se preocupe com isso, é o Logan? Aconteceu alguma coisa?

- Não, não se preocupe, o Logan só... Tá bom, tá bom... - Ela disse para o menino. - Serkan, vou passar para ele.

- Serkan? - Logan disse com o celular na mão, e Serkan não pode evitar sorrir.

- Oi Logan tudo bem?

- Tudo, mas você não veio me ver ontem. - Disse como se aquilo fosse o fim do mundo.

- Me desculpe.

- Pensei que ia embora de novo. - Confessou.

- Hey, não, eu prometi que não faria mais isso não é. - Disse tentando acalmar o filho, ele tinha um sorriso bobo no rosto, e era observado por todos na sala, em especial por Eda, que não soube se era ela, ou os malditos hormônios da gravidez, mas ela tinha uma imensa vontade de chorar com a cena. - Nós temos um pacto não é? E mais, essas pulseiras que nós usamos, são mágicas, elas não permitem que nenhum de nós abandone o outro, então, não se preocupe.

- Tá. - Disse mais calmo. - Mas eu quero ver você.

- Certo. - Ele disse olhando o relógio. - Então passa para a sua avó. - E ele esperou o menino. - Oi Karen vocês saem que horas para o colégio?... Certo, então, estou saindo agora também, e nos encontramos lá.

- Surpreendente. - Can disse quando Serkan desligou o celular. - Encontramos a 1° pessoa no mundo capaz de fazer Serkan Bolat largar uma reunião no meio. - Debochou.

- Pois é, pelo visto, até eu sou capaz de mudar. - Disse guardando seu celular no bolso. - Me desculpem todos, mas a reunião vai ter que ficar para outra hora. - Disse, e bem ia saindo da sala, quando viu Eda, ainda estática, e emocionada. - Eda, está bem?

- Estou surpresa. - Confessou. - Mas vá, vai lá ver seu filho. - Disse sorrindo.

- E então, ele deixou a reunião no meio, para ver o Logan. - Eda contava para Sanem e Mark, os três no consultório de Mark.

- E você se apaixonou ainda mais com isso. - Sanem debochou, vendo o sorriso de Eda enquanto a mesma contava.

- Claro que não Sanem, eu só fiquei impressionada com a facilidade da qual ele simplesmente largou tudo, o trabalho, tudo, para ir ver o Logan.

- Ela continua apaixonada, eu nem posso acreditar. - Sanem disse ainda debochada.

- São os hormônios, cale a boca. - Ela disse, como se aquilo explicasse tudo.

- Não acho que sejam os hormônios. - Mark, que até então estava quieto, falou.

- Se for para falar isso, é melhor continuar quieto. - Eda debochou. - O que houve hoje com você?

- Nada.

- Mark. - Eda chamou, e ele suspirou desistindo.

- Tive uma discussão com a Lexie. - Contou.

- E uma simples discussão já deixou você nesse estado, meu filho... - Sanem debochou, e ele ergueu as sobrancelhas para ela.

- Se resolvam de uma vez, vá e peça desculpas, na verdade, vá, e diga que quer uma relação com ela.

- Porque você acha que é minha culpa?

- Eu não vou nem responder, mas não a perca Mark, estou falando sério. - Eda advertiu.

...

- E foi incrível, Logan quis que eu estivesse lá, e me fez prometer que voltaria no fim do dia para busca-lo no colégio. - Serkan contava a Dra. Hastings os acontecimentos daquela manhã com o maior sorriso no rosto.

- E você não está se sentindo pressionado com tudo isso certo?

- Bom, não. - Ele disse sincero. - Eu tenho um pouco de medo, tenho medo de falhar, mas não é pressão, é só medo de desaponta-lo.

- Eu te garanto que isso cabe para todos os pais. - Ela disse. - E como está a relação com seus amigos, com a Eda, como você está incluindo o Logan na vida de todos?

- Porque você sempre me faz voltar a Eda? - Serkan perguntou, mas sorria, e com essa, a Dra. Hastings também sorriu.

- Porque eu entendi que ela te faz bem, e  que não é só pelo Logan que você quer mudar, você também quer mudar por ela, mesmo que ainda não tenha entendido isso.

- Mas como eu poso fazer isso? Como eu posso amar a Eda e a Madison? Eu tento ignorar a Madison quando estou com a Eda, mas quando estou sozinho, e penso nela, principalmente agora, com o Logan, me sinto culpado.

- Você precisa aprender a não precisar esquecer a Madison quando estiver com a Eda.

- Madison, a morte dela, me fez quem eu sou, acho tão injusto ter que esquecer ela, mas também me sinto culpado quando estou com a Eda, e penso nela, parece que a estou traindo.

- Mas você quer mudar, então, mesmo que a Madison tenha feito quem você é hoje, você está aqui disposto a mudar, pelo seu filho, e pela Eda... Veja bem, apesar da Madison e da sua mãe terem te apresentado o amor, terem te amado quando ninguém mais fez ou como você não foi capaz de sentir antes, Eda também fez isso... e nenhum desses amores está errado, eles fazem parte da sua história, você só precisa separar cada uma dessas histórias, e viver amando a Eda em paz. - E ele seguia ali, pensativo. - Se fosse o contrário, você não iria querer que a Madison reconstruísse sua vida, e fosse imensamente feliz?

- Sem sombra de duvidas. - Disse de imediato.

- Então porque você acha que ela não iria querer o mesmo pra você? Você passou por anos de luto, mas você se sente feliz com a Eda, e sabe disso, então... Você tem duas histórias em sua mão Serkan, seu passado, e seu futuro. Não se apegue as partes negativas de nenhuma delas, foque no bom, no positivo, no que te faz feliz, e no que pode te fazer ainda mais feliz. Pense nisso.

E ele pensaria. Amava Eda, e sabia disso. Também sabia que admitir isso para Eda ainda levaria tempo, mas por enquanto, ele estava conformado em conseguir conciliar esse amor, e não precisar se sentir culpado por isso.

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