Capítulo 29

701 59 21
                                    

"Lo Siento, porque a veces ni yo me entiendo"

A convivência entre Eda e Serkan estava... Insuportável. Já havia se passado bem 1 semana daquele fatídico dia em que ele havia terminado com a trégua que havia entre eles, e simplesmente nenhuma palavra havia sido trocada entre eles. Ela o ignorava abertamente, e ele, ainda tentando se perdoar por haver esquecido Madison, e também entender o emaranhado de sentimentos que o faziam se sentir mal por tê-la magoado, sequer tinha tempo para dar uma verdadeira importância para qualquer outra coisa. No fim, ela, ignorando ele, até que fora bom, assim, ele poderia organizar suas ideias.

Mas a certo ponto, quando ele começava a se entender, e algo entre sua cabeça e seu coração, começavam a fazer sentido, ele entendeu que os dois ainda tinham um longo ano e meio pela frente, e definitivamente as coisas não poderiam ficar como estavam.

Era fim de semana, Nina já havia saído, e isso era outra coisa que o preocupava, a constância das saídas da irmã haviam aumentado novamente, mas nisso, ele pensaria depois. Passou no quarto de Eda, e viu que ela se arrumava para sair, ela ainda não havia percebido ele, por isso, quando o fez, levou um susto, o que, inusitadamente, tirou uma risada abafada de Serkan.

- Podemos conversar? - Pediu.

- O que quer? Eu vou sair com meus amigos. - Informou, e ele assentiu.

- Você estava errada. - Começou. Ele tinha as mãos no bolso, e encarava o chão. Ela franziu o cenho, esperando que ele se explicasse. - Quando disse que eu não tenho sentimentos. - Se fez entender. - Você estava errada, eu tenho sentimentos. - Contou aquilo, que era tão obvio, quase como se fosse uma confissão. - Eu queria não ter, eu transpareço não ter, mas sim, eu tenho.

- Porque você queria não ter? - Ela já sabia uma parte da resposta dele, mas era importante que ele mesmo contasse.

- Porque eu só sinto dor. - Disse agoniado. - Porque é por ter sentimentos, e tentar não transparecer isso, que eu machuquei você, e eu me odeio por isso, tanto quanto você me odeia. Porque é por ter sentimentos, e tentar não transparecer, que eu não consigo ter uma conversa significativa o suficiente com a minha irmã, a ponto de ajuda-la.

- Serkan. - Eda o chamou, antes que ele continuasse. - Você está tão decidido a não transparecer nenhum sentimento, que você não percebe que as suas mínimas ações, como dar um voto de confiança para a Nina, já a ajudam mais do que você imagina.

- Pode ser. - Concordou, pensando um segundo sobre isso.

- Porque você tem tanto medo dos seus sentimentos Serkan? - Perguntou dando um passo inconsciente a ele. Inconsciente mesmo, porque pela raiva que ela estava dele até 5 minutos atrás, ela não faria isso se estivesse em todos os seus sentidos.

- Eu não tenho medo dos sentimentos Eda, eu só queria não senti-los. - Repetiu. - Você não entende o que é viver sabendo que você já sentiu o máximo de felicidade da sua vida, e que nunca mais vai ser feliz daquele jeito, e que já sentiu a maior dor da sua vida, e que essa dor vai continuar com você pelo resto da sua vida. - Disse. - Mas é essa dor que me faz ser quem eu sou hoje, por isso eu me desesperei quando percebi que com você eu... Esqueço da Madison. Você entende o quão injusto é sentir tudo isso, é como se fosse uma sentença de morte, mas meus pulmões e meu coração continuam a funcionar. - E na falta de reposta dela, ele bem ia saindo, mas...

- Me deixe ir então. - E ele se virou para ela de volta. - Me libere desse casamento, me deixe ir. - Pediu. Para Eda, ali, naquele momento em especifico, estava sendo insuportável admitir para si mesma, que, maior do que a raiva que ela antes sentia por ele, era o sentimento que ela também sentia.

Vas a QuedarteOnde histórias criam vida. Descubra agora