Eda estava tão cansada, que simplesmente apagou no quarto da cunhada, com a roupa que estava, e sem sequer tirar os sapatos. Acordou no outro dia ao lado de uma Nina que seguia completamente apagada, e com certa dor no pescoço pela má posição com que dormira. Ela, apesar de sentir seu corpo cansado, não tinha mais sono, por isso, tomou um banho e desceu, encontrando Serkan, naquele terno impecável, como se fosse o dono do mundo, naquela postura séria de sempre, tomando seu café.
- Bom dia. - Disse, e ela franziu o cenho, não era do feito de Serkan ser sequer, minimamente simpatico, bom, em qualquer hora do dia.
- Bom dia. - Disse se sentando.
- Nina?
- Ainda tava dormindo quando eu sai do quarto dela.
- Você dormiu no quarto dela. - Constatou, ele havia passado por lá na noite anterior para checar a irmã, e encontrou a esposa lá.
- É, eu apaguei lá. - Deu de ombros.
- Eu vou conversar com ela quando voltar do trabalho, pode... Manter ela aqui?
- Posso, mas quem vai conversar com ela vai ser eu.
- O que? Não, ela é minha irmã...
- Serkan... - Ela suspirou antes de continuar. - Você não é capaz de sentir empatia pelo sentimentos das pessoas. - Disse inconsciente, porém aquelas palavras atingiram Serkan de uma forma que sequer ele esperava. Escutar Eda dizer e de uma forma tão... Natural como a que ela havia dito que ele não tinha empatia, o havia incomodado, e muito. - A Nina precisa de alguém que entenda minimamente o que ela está sentindo.
- Eu entendo o que ela está sentindo, já passei por isso.
- E depois disso, você perdeu toda a sua capacidade de se preocupar verdadeiramente com alguém, então... Me deixe falar com ela.
- Ela é minha irmã, é claro que eu me preocupo com ela.
- Você se preocupa por inércia, por responsabilidade, ela precisa de alguém que se preocupe com os sentimentos dela, não com as atitudes. Os sentimentos são o que fazem ela ter essas atitudes, trabalhamos com um, e vamos resolver o outro.
Só que mais uma vez, as palavras de Eda o haviam incomodado, e parece que pela primeira vez em anos ele entendeu como ela, Nina, e todos os seus amigos o viam. Todos o viam como o cara que não tinha sentimentos, que não se importava com nada nem ninguém, e, apesar de que, na maioria do tempo, ele realmente não se importava com as pessoas que não conhecia, e com as coisas que não lhe afetavam diretamente, ele se importava com os amigos, com, bom, sua família.
- Serkan? Serkan? - Chamou algumas vezes, e só então ele "acordou"
- Desculpe eu...
- Desculpe? - Perguntou querendo ter certeza se ele realmente havia dito àquilo.
- É, eu... Tudo bem, você conversa com a Nina.
Serkan saiu para o trabalho, apesar de ser sábado, mas workaholic como era, ele não se importava de era final ou dia de semana. Eda matou um pouco de tempo no escritório de Serkan, estudando um pouco, enquanto Nina não acordava. Era perto do meio dia quando ela ouviu um barulho do quarto de Nina, constatando que a mesma havia acordado.
- Bom dia. - Disse da porta do quarto de Nina.
- Ah, oi. - Disse ainda se espreguiçando.
- Vou trazer uma caneca de café pra você, e eu não quero ouvir protestos, você vai tomar tudo.
- Não pode ser chá? - Perguntou nauseada com a ideia de tomar café.
- Ah, não se preocupe, você vai tomar chá, e se alimentar depois, mas primeiro... Café.
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Vas a Quedarte
FanfictionSentimentos não são fáceis de mudar. As barreiras criadas por uma pessoa, que havia chego no auge de sua dor, são quase impossíveis de se quebrar... Quase. Serkan Bolat era o dono dessas barreiras. Ele vestia diariamente uma armadura, que nem seus...