Capítulo 50

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Vamos, abra os olhos. – Alfonso insistia, aparentemente inútil com os protestos em resmungos vindo dela. Ainda assim, a observou permanecer imóvel, encolhida embaixo do lençol fino, quase tão transparente que conseguia notar sua pele nua. Um sorriso involuntário repuxando seus lábios. A camisola de cetim que ela colocou para dormir na noite passada largada e esquecida no chão, acontecia todas as noites desde que ela mudou oficialmente para o quarto de casal, preferia dormir nua mesmo porque ele sempre a despia, o que acontecia depois... ainda estava fresco em sua memória. — Acorde, Ana.

— Não, amor... Ainda não...! – Anahí afastou a mão dele, preguiçosamente.

— Você sabe que quer levantar, não vai adiantar nada tentar voltar a dormir novamente.

— Porque você não me deixa em paz! – protestou, em um resmungo. Foi impossível para Alfonso conter uma gargalhada com a insatisfação dela.

— Tudo bem, então. Vou deixar você em paz, como quer, mas saiba que vai perder a surpresa que eu preparei.

Com a insinuação dele, ela abriu apenas um olho, mole de sono, mas rapidamente curiosa. Então bocejou, relutante, mas virando de costas para observá-lo, finalmente desperta.

— Saudades de quando você me acordava com beijos. – murmurou, em um lamento fingido, sentando-se no colchão e puxando o lençol para cobrir os seios.

— Ah, então esse foi o grande problema? – insinuou, arqueando uma sobrancelha, achando graça do bico resignado que ela colocou nos lábios. — Se acordasse você com beijos, não conseguiria preparar a sua surpresa e só iríamos sair dessa cama na hora do jantar!

— Exagerado. – negou, rindo, e afastando o rosto inclinado dele em sua direção com a mão. Alfonso segurou seu pulso, conseguindo beijar a bochecha dela, que desviou antes de alcançar a boca — Qual a surpresa?

— Feche os olhos.

— O que? Você veio aqui, me fez acordar, conseguiu me despertar de vez e está me falando para fechar os olhos de novo? — era mais um tom de acusação que um questionamento em si. Alfonso apenas assentiu, sorrindo descaradamente e levantando-se. Anahí permaneceu sentada, recostando-se contra a cabeceira, esperando.

— Ande, feche os olhos. – ordenou, a voz levemente distante enquanto afastava-se ao sair do quarto.

Anahí suspirou, mas obedeceu, fechando os olhos para esperá-lo. Alfonso conseguia sempre surpreendê-la de alguma maneira, era a sua terceira manhã despertando ao lado dele depois que mudou de vez para aquele quarto, nem lembrava mais como era quando ocupava o quarto ao lado, o mesmo que agora estava praticamente vazio e que não pretendia voltar nunca mais. Alfonso esvaziou uma parte (a maior parte) no closet para que ela pudesse usar, cedeu um lado no colchão para ser oficialmente ocupado por ela, o banheiro, repleto de produtos para a pele, cabelo, corpo mais dela do que dele, para ser sincera, só parou para analisar o quanto tinha coisas quando notou a pia e o box lotados. Mas ainda assim, ele não parecia importar-se nenhum pouco com ela ocupando todo o espaço e transformando aquele cômodo antes simples e sutil em um ambiente mais feminino. Mas era como ele sempre faria questão de ressaltar: Tudo por ela.

— Estou voltando, Ana, espero que esteja de olhos fechados! – ele avisou, aproximando-se.

— Posso olhar agora? – Anahí perguntou, cheia de expectativa, sentindo o colchão afundar com a presença dele.

— Ainda não, espera só um pouco... – instruiu — Ok, agora pode.

Quando ela abriu os olhos, um meio sorriso impossível de ser contido desenhou seus lábios no mesmo instante. Alfonso estava sentado bem a sua frente e uma bandeja cheia com um café da manhã farto, entre eles; torradas, sua geleia favorita, suco, frutas, duas xícaras pequenas com café, tudo que ela gostava. Mas o que chamou sua atenção, de fato, foi a rosa repousada no canto.

𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤 Onde histórias criam vida. Descubra agora