Capítulo 62

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Tudo o que Maite sabia que precisava fazer era tentar manter a própria respiração controlada. Parecia um exercício mais fácil na teoria do que na prática, obviamente. 

A primeira contração começou no meio da revelação que Alfonso fazia, primeiro a ideia do contrato de casamento e depois tudo o que veio em seguida, desde a aceitação de Anahí e até o momento onde ela era a irmã mais feliz do mundo por finalmente poder presenciar o irmão casando com a mulher que sempre desconfiou que ele tivesse passado a vida inteira amando. A notícia repentina, os preparativos, tudo voltou para Maite, e ela não sabia ao certo como lidar quando, por ironia do destino, ou não, seu filho resolveu que era o momento certo para nascer. 

— Ninguém escutou o que eu disse? — Maite analisou o olhar de todos sobre si, de todas as reações imagináveis, a perplexidade parecia ser a mais predominante. 

O primeiro a reagir foi Henry, naturalmente. Embora coberto pelo nervosismo notável, colocou-se ao lado da esposa e parou de prestar atenção no que acontecia ao redor para focar nela e no filho. 

— Respire, respire comigo — Henry pediu, os olhos focados nos dela — Sem pressa, com calma. Eu estou aqui. 

— Você não ousaria sair, de qualquer modo — Maite murmurou, mordendo os lábios para conter um meio sorriso. Apesar de dolorida, era engraçado, e único, observar as feições de preocupação dele, exatamente como pensou que seria — Ok… Outra contração está vindo. Mãe, venha aqui, segure a minha mão. — murmurou, contendo um gemido. Apenas quando a mãe colocou-se ao seu lado, Maite permitiu-se respirar novamente, a contração iria embora na mesma rapidez com que começava naquele início. 

Não houve alarde, não foi preciso porque era um momento para ser sentido com calma, tal como Maite havia desejado desde que descobriu a gravidez.

Quatro carros partiram da mansão para o hospital, respectivamente. A própria Maite queria ter toda a família por perto naquele momento tão importante, de modo que ninguém ousou contrariar seu pedido, quando, o quarto que fora preparado para os futuros pais acabou sendo tomado por todos, incluindo as crianças que, com respaldo da equipe médica, poderiam permanecer ao menos por aquele tempo inicial enquanto os intervalos das contrações ainda estavam distantes uma da outra. 

— Quando o bebê nascer eu vou poder segurá-lo. — Sam disse, acomodada no colo da mãe em um dos sofás de canto. A ideia do mais novo membro da família parecia promissora e não poderia deixá-la mais satisfeita, afinal há quanto tempo eles não tinham um bebê por perto?!

— Quem disse? — Ben perguntou, cruzando os braços. Balançava as perninhas no ar, o nariz minúsculo erguido demonstrando sua insatisfação presente enquanto permanecia sentado ao lado da mãe e da irmã mais velha.

— A tia Mai — Sam fez uma careta, contrariada pela expressão duvidosa do primo — O tio Henry também. Eu vou poder até ajudar a cuidar dele. 

— Até parece, você não sabe cuidar de um bebê — o menino contrapôs, certo do que dizia — Eu sei. 

— Não sabe nada! — acusou — Você dormia na cama com os seus pais até semana passada, como poderia conseguir cuidar de um bebê tendo medo do escuro?!

— Quietos vocês dois — Candice decidiu intervir, segurando o filho pronto para uma discussão que, embora contrariado, ficou quieto ao seu lado. 

— Hospital não é lugar para discussões — Nina também disse, olhando seriamente de um para o outro, focalizando o olhar da filha — Os dois vão poder conviver o suficiente com o bebê, sem disputas ou brigas, ok? 

— Ei vocês dois, venham aqui — ciente do que poderia começar a seguir, Alfonso resolveu participar do embate entre as duas crianças que não pensaram muito antes de correr até ele — Preciso da ajuda de vocês. 

𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤 Onde histórias criam vida. Descubra agora