Londres - UK – Inglaterra
Três meses e dezessete dias depois...
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— Vamos, mulher, não é de bom tom deixar um homem como eu esperando por tanto tempo.
Anahí sorriu achando graça da voz carregada de desespero do outro lado da linha. Tentava equilibrar o celular sobre o ombro, com o pescoço levemente inclinado para que o aparelho não acabasse caindo no chão, tinha as mãos ocupadas com sacolas cheias e pesadas.
— Justin, por favor, não seja tão dramático. Estou chegando em casa agora — ela alegou olhando através da rua repleta de carros. — Pensei que tínhamos combinado, eu tenho muito trabalho, lembra? Não posso sair para jantar com você todos os dias.
— O que eu preciso fazer para convencer você?!
O resmungar insistente do outro lado da linha a fez sorrir consigo mesma, tão previsível. Porque era nítido que Justin Hartley não era um homem que precisava de muito para convencer uma mulher em qualquer lugar do mundo, Anahí sabia disso. Embora estivesse começando a tornar-se imune àquele tipo de insistência que nem mesmo as tentativas de persuasão conseguiam convencê-la.
— Amanhã, está bem? — ela negociou, sendo rápida antes que ele pudesse intervir novamente — Prometo. Hoje eu não estou em condições para sair com você, mas amanhã eu prometo que não vou mais fugir de você!
De fato, as fugas dela estavam ficando cada vez mais frequentes, ela gargalhou quando escutou Justin reclamar, confirmando, mesmo não tão satisfeito, antes que ela pudesse despedir-se e desligar a ligação.
Um único pingo solitário de chuva fez Anahí repensar estrategicamente quanto tempo levaria caso mudasse sua rota antes definida. A rua estava repleta de pessoas indo e vindo, o que era totalmente compreensível, afinal, levando em consideração que um dia começava a ir embora para que a noite pudesse surgir — era a rotina típica de sempre do entardecer londrino.
A vida dela agora era… comum. Nem caótica demais e muito menos lenta; existia sempre um equilíbrio, um meio termo. Talvez porque ela finalmente estivesse conseguindo encontrar uma familiaridade pela qual lutou incansavelmente nos primeiros dias, ou talvez porque simplesmente tinha que ser assim. Afinal de contas, lidar com mudanças, sejam elas quais forem, nunca seria consideravelmente fácil.
Ela precisou apressar o passo conforme o sinal de trânsito fechou, usando o braço erguido na altura do rosto para impedir que ao menos a maquiagem que durou o dia inteiro não fosse desfeita, o cabelo dela, antes impecável em ondas, desfazendo-se conforme a chuva era intensificada. Apesar da agonia pela pressa em encontrar abrigo rápido, acabou aos risos consigo própria assim que alcançou a calçada de pedras do prédio onde morava.
Era um apartamento pequeno, Maite cansou de alertá-la (em várias das inúmeras ligações que duravam horas) quanto ao tamanho do que, segundo ela, deveria ser ao menos mais aconchegante do que aparentava. Anahí não discordou, no entanto, sentia que era o que precisava porque morando sozinha ela não precisaria de tanto espaço, não seria necessário, e, de fato, ela passava mais tempo fora do que dentro dele, embora chegar em casa e poder desfrutar de seu sofá aconchegante um instante era o que ela ansiava dia após dia. Foi fácil conseguir um espaço no Airbnb que a agradasse por completo, antes mesmo do dia oficial da viagem, meses atrás, ela tinha um lugar que poderia ficar e chamar de seu, mesmo que por um prazo determinado.
Sua rotina de trabalho remoto também estava funcionando bem, melhor até do que ela poderia cogitar. Enquanto fisicamente ela ainda não poderia estar presente, vinha conseguindo, mesmo de longe, dar conta da grande demanda que era administrar uma multinacional — no início a ansiedade dela acabou criando cenários onde tudo começava a dar errado e ela acabava perdendo a linha, mas depois, pouco a pouco, dia após dia, com o apoio em tempo integral de Nina e Candice, que por sinal, cada vez mais estavam se aperfeiçoando melhor em suas respectivas funções, ela foi encontrando uma maneira de conciliar tudo, incluindo, estar presente — ainda que não fisicamente — sempre que possível.
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𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤
FanfictionSinopse: Anahí Portilla e Alfonso Herrera estão ligados por um vínculo jurídico, um contrato de casamento. Ela prometeu ao pai em seu leito de morte que salvaria a empresa da família. Ele está determinado a expandir seu patrimônio. A solução encontr...