— Ficar hospedada aqui? — Anahí perguntou, analisando a proposta.
— Sim, querida — Ruth assentiu, segurando a mão dela — Você está aqui todos os dias, chega cedo e vai embora tarde, então eu pensei… por que não? Todos os outros já estão aqui mesmo, só falta você.
Anahí ficou em silêncio por alguns instantes, considerando. Ruth falava a verdade, três dias após o ocorrido de sua queda de pressão, praticamente todos resolveram mudar para a mansão para ficar de olho nela, o que chegou a irritá-la inicialmente, porque insistia em dizer que estava bem, que não era necessário tanta preocupação — embora estivesse claramente fragilizada —, e que percebia todos os burburinhos que tentavam amenizar quando estava por perto. Verdade seja dita, o sermão durou horas, com todos em silêncio no meio da sala escutando-a falar, mas no fim ficou decidido assim, e tudo o que restou para Ruth foi focar no ponto positivo que seria ter os netos por perto em tempo quase integral.
— Ruth, eu não sei… — Anahí ainda relutava — Não quero atrapalhar. — “Ou ser um estorvo” completou em pensamento, lembrando da atual situação com Alfonso. — É um momento em família e eu…
— Você também faz parte da minha família — Ruth tinha o olhar costumeiramente maternal, embora estivesse séria naquele momento. Anahí mordiscou os lábios, relutando. — Escute, eu sei que todos vocês estão preocupados comigo, incluindo você, então se já estamos aqui… considere o meu pedido com carinho. Não precisa responder nada agora, ok? Tome o seu tempo.
— Preciso mesmo pensar. — Anahí confessou e viu a mais velha assentir.
— Agora venha aqui. — Ruth determinou, acolhendo-a em um abraço.
Embora estivesse um tanto quanto apreensiva, Anahí ficou para dormir naquela noite mesmo, ocupando um dos quartos de hóspedes, enquanto todos os outros estavam igualmente ocupados.
Criaram uma espécie de rotina com horários para todos, de modo que Ruth nunca estivesse sozinha e que Robert não acabasse tão sobrecarregado. Foi mais fácil do que inicialmente parecia, só precisou que todos ajustassem às próprias agendas, não deixando os compromissos pessoais de lado, apenas os adequando. A única função das crianças era entreter a avó, com exceção de Hannah, que não era mesmo mais uma criança, mas cada um tomou como uma missão, o que restava agora era Ruth aceitar passar por uma bateria de exames, porque apenas assim todos ficariam mais tranquilos.
Por mais improvável que pareça, aquela adversidade serviu para unir a todos novamente, sem ameaças de climas pesados, porque era exatamente o contrário; havia sempre o som de algum riso em algum canto daquela mansão, como era o caso daquele fim de tarde onde alguns estavam reunidos na sala.
Ian foi o responsável da vez, quando decidiu ir buscar o cachorro de Sam para que a algazarra estivesse completa. A menina ficou esfuziante quando a surpresa que escutou o pai prometer chegou para ela.
— Eu estava com tanta saudade dele! — Sam exclamou, sorridente, no tapete do chão da sala, o filhote de husky siberiano parecia mais interessado em descansar contra as próprias patas do que nela.
Alfonso, que vinha da cozinha com um copo de água em mãos, observou a cena e acabou sorrindo, o primeiro sorriso sincero dele em dias, porque não era novidade o quanto estava sempre tenso pelos cantos.
— Olha, tio Poncho! Vem conhecer o meu filhotinho! — Samantha chamou, entusiasmada, e após entregar o copo de água para a mãe, sentada na poltrona, sorrindo satisfeita enquanto assistia a cena, Alfonso foi.
— Qual o nome dele? — ele perguntou, interessado.
— Cash — Sam respondeu, toda orgulhosa, acariciando a pelugem do cachorrinho — O papai que escolheu.
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𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤
FanfictionSinopse: Anahí Portilla e Alfonso Herrera estão ligados por um vínculo jurídico, um contrato de casamento. Ela prometeu ao pai em seu leito de morte que salvaria a empresa da família. Ele está determinado a expandir seu patrimônio. A solução encontr...