— Você fez o que? — Ian perguntou, quase engasgando com a cerveja, precisando passar as costas da mão na boca para voltar a se situar.
— Mandei ela ir embora. — Alfonso repetiu, sorvendo um gole da própria garrafa — Disse que o que fizemos foi um erro. Bom… mais um. Apenas seguindo a linha do que venho fazendo desde que ela voltou.
— Puta que pariu, eu não posso acreditar nisso — Ian negou, totalmente surpreso. Embora não atingisse totalmente Alfonso toda aquela surpresa, porque ele próprio precisou de um tempo para compreender o que fez — Então você está me dizendo que foi atrás dela, que a levou para casa, que finalmente conseguiu o que queria, que no caso era encontrar uma maneira de reaproximação sem discussões, sem desentendimentos, e depois, simplesmente mandou ela ir embora?
— Eu não consigo deixar tudo para trás. Ainda não. — Alfonso confessou, passando o indicador através do vidro suado da garrafa que tinha em mãos — Não consigo olhar para ela sem lembrar de tudo o que passei quando ela foi embora. Quando eu acordei ao lado dela, eu simplesmente… lembrei das noites em que acordei e ela não estava lá. Foi estranho, mas definitivamente eu soube de imediato que não conseguiria. Ainda não.
— É tão complicado, eu sinceramente não consigo compreender — Ian negou, verdadeiramente perdido em meio a toda aquela história — E o que ela disse? Simplesmente aceitou e foi?
Alfonso negou, sorvendo outro gole da própria cerveja antes de responder. O olhar magoado de Anahí voltando em sua mente não era nada confortável.
— Tentou me confrontar, mas eu não quis discutir. — dispensou — Não quis criar um clima ruim — confessou, e a reação de Ian foi de deixar uma risada incrédula escapar — O que? Estou falando sério!
— Não quis criar um clima ruim expulsando ela da forma que expulsou? — Ian incitou, negando novamente — Alfonso, meu amigo, você cometeu um erro terrível e vai pagar muito caro por isso. E não digo com relação a raiva que a Anahí com total certeza está sentindo de você agora, mas com a sua própria consciência. Porque você não vai conseguir deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo depois do que disse e do que fez.
Parecia engraçado que Ian, logo Ian de todas as pessoas existentes no mundo, estava aconselhando Alfonso daquela maneira tão certo como estava sendo com as próprias palavras. E a vida conturbada dele estava aí para provar, ele não era necessariamente habituado a manter relacionamentos saudáveis, tampouco a conseguir enxergar além disso, mas até mesmo o que parecia improvável acabava de acontecer.
— E se ela resolver ir embora de uma hora para outra mais uma vez? — era uma dúvida que Alfonso tinha, explicava em partes o que o fez reagir daquela maneira, mesmo não sendo justificável — Como eu poderia ter certeza que não iríamos acabar desta maneira?
— Agora você nunca vai saber — Ian negou com um aceno breve, o sorriso incrédulo ainda presente — Mas, no pior dos casos, pode tentar descobrir. Começando pelo fato de que precisa superar esse medo antes de qualquer coisa.
— Medo dela ir embora?
— De ser deixado outra vez — Ian formulou — O que dá no mesmo, no fim das contas. — deu de ombros, sorvendo outro gole da cerveja. — Que tipo de merda você tem na cabeça, cara?! — Ian agora estava indignado, o que fez Alfonso apenas abaixar a cabeça, verdadeiramente culpado — Fala a verdade, você queria machucá-la, não queria? Porque eu juro pra você, se era realmente isso, eu vou ter que socar a sua cara.
— Certo, e o que eu faço agora? — Alfonso perguntou, soltando um suspiro longo e cansado. — Vamos, você está conseguindo reconquistar a Nina, eu tenho um pouco de fé de que saia alguma coisa realmente boa e passível de consideração daí de dentro.
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𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤
FanfictionSinopse: Anahí Portilla e Alfonso Herrera estão ligados por um vínculo jurídico, um contrato de casamento. Ela prometeu ao pai em seu leito de morte que salvaria a empresa da família. Ele está determinado a expandir seu patrimônio. A solução encontr...