Capítulo 102*

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*AVISO DE GATILHO PARA CENAS SENSÍVEIS*

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“Sua ligação está sendo encaminhada para a caixa de mensagens…”

Depois da terceira tentativa Alfonso simplesmente desistiu. Estava claro que Anahí não iria atendê-lo, e levando em consideração o tempo em que estava parado no meio daquele engarrafamento, não fazia ideia do motivo primordial do seu atraso. Mas uma coisa era Anahí não dar qualquer sinal de vida, e outra bem diferente era a inquietação que Alfonso passou a sentir no instante seguinte em que soube que ela ainda o esperava.

— Foi um alarme falso, nós pensamos que a Nina estava entrando em trabalho de parto, por mais absurdo que pareça. — Candice relatava — Inclusive, o Ian está aqui com a pressão baixa porque, segundo as experiências que ele tem em medicina obstétrica, o bebê iria nascer hoje mesmo.

— Mas eles estão bem? A Nina e o bebê? — Alfonso perguntou por garantia. Podia escutar os resmungos de Ian aos fundos, enquanto Nina parecia xingar algo.

— Estão. É como eu disse: apenas contrações de treinamento. Você vai entender quando e se a Anahí começar a ter também — Candice explicou e ele respirou profundamente. Em partes entendia Ian e toda a preocupação. — Escute, você está indo buscá-la?

— Estou. Estou tentando chegar o mais rápido possível, para falar a verdade. — Alfonso confessou, retirando a mão livre do volante, olhando além da janela para a fileira de carros parados. — Mas está um pouco difícil. Ela sabe que eu estou indo, mas não atende as minhas ligações e nem responde as minhas mensagens avisando sobre o atraso. Escute, estou sendo exagerado por estar preocupado?

— Não, claro que não é exagero algum, mas ela está esperando por você, Poncho. Talvez a bateria tenha acabado ou… só um instante — Candice pediu e Alfonso endireitou-se no banco, escutando a gritaria que começou do outro lado — Caramba, vocês dois! Parem de discutir um minuto…! — com um meio sorriso incrédulo ele logo entendeu do que possivelmente se tratava — Escute, preciso desligar agora, o Paul chegou para me buscar, felizmente estarei livre desses dois histéricos…!

— Certo, até mais Candy, falo com você mais tarde. — Alfonso se despediu e esperou que a ligação fosse encerrada para voltar com a atenção para o trânsito mais à frente que finalmente voltava a andar.

Talvez Candice tivesse mesmo razão, e a preocupação dele não passasse de nada além de seu cérebro sempre em alerta querendo pregar peças. Anahí e os bebês estavam bem, esperando por ele, e ele só precisaria dirigir o mais rápido possível para ir buscá-la. 

Eles tinham planos para aquele fim de tarde, como a consulta que seria responsável por revelar o sexo do segundo bebê, mas os planos que acabaram sendo adiados por conta de adversidades cotidianas; primeiro o mal estar de Nina que deixou a todos um tanto alarmados, em seguida o engarrafamento que prendia Alfonso e o atrasava por pelo menos uma hora inteira.

Um tempo que parecia não passar normalmente dentro da sala de trabalho de Anahí onde ela e Justin estavam. A chegada repentina e inesperada dele não causou nada em Anahí além do estranhamento esperado. O que Justin queria não era exatamente a questão, e sim o que a conversa que se desenrolou significava. Podendo ser facilmente compreendida, é claro, caso Justin estivesse ao menos sóbrio, o que não era o caso.

— Sabe, a única dúvida que eu ainda tenho é a de como você conseguiu voltar para ele mesmo depois de tudo? — a pergunta que Justin fez foi direta e certeira. — Digo, em um dia ele humilha você e depois simplesmente coloca uma aliança no seu dedo como se nada tivesse acontecido?

— Você está sendo equivocado, as coisas não aconteceram exatamente assim — Anahí cortou os questionamentos dele de imediato. Estava de pé, uma mão apoiada sobre a mesa, enquanto a outra, inconscientemente, permanecia sobre a barriga pequena. Talvez pelos olhares furtivos que Justin lançava para ela, ou quem sabe se por uma espécie de instinto.

𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤 Onde histórias criam vida. Descubra agora