Capítulo 25

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 Como um gatilho aquelas palavras tinham sido para Anahí, fazendo-a trabalhar em cima delas, analisando minuciosamente como se encaixava em sua atual vida. E naquele momento, todos os seus sentidos gritavam por algo que a muito tempo ela vinha querendo. Talvez a quantidade de álcool que havia ingerido tenha feito com que aquela vontade triplicasse, e de brinde, tinha conseguido a coragem que faltava, mas ela preferia não pensar muito ou tentar pesar as consequências, ela só estava determinada.

Determinada a entrar naquele quarto e deixar que seu corpo, seus sentidos conduzissem-na pelo caminho que queria seguir.

Tinha se livrado em algum momento no andar de baixo, no sofá da sala, de sua pequena bolsa e do sobretudo que protegia seu corpo do frio. A verdade é que nem o frio mais ela sentia. Caminhando até o quarto, equilibrando-se em cima dos saltos, por alguma sorte não tropeçou até passar a mão pela maçaneta, abrindo a porta e entrando. A casa estava tão silenciosa, e dentro daquele quarto, o quarto de Alfonso, nada estava diferente. Ela fechou a porta, virando-se para encontrá-lo sentado sobre a cama, confortável com um livro em mãos, vestia um pijama de camisa branca de algodão e calça moletom na cor cinza, estava de óculos e bastante concentrado bem como confortável, provavelmente ainda não tinha notado sua presença ali.

Anahí inclinou um pouco a cabeça para tentar ler o título do livro mas a luz baixa do quarto não facilitava, e muito menos sua visão, estava um pouco tonta e sabia que era pela quantidade de álcool que havia ingerido. Logo ela desistiu e caminhou até a cama, apoiando as mãos para subir e parar de joelhos. Foi exatamente quando sentiu o movimento dela que Alfonso notou sua presença, mesmo sem soltar o livro das mãos direcionou o olhar pra ela.

— Oi. – ele sorriu – Tudo bem? Como foi com as garotas?

— Eu quero transar com você – foi tudo o que ela respondeu, com as mãos no cós da calça dele, puxando o tecido para baixo

Anahí poderia responder que tinha sido tudo ótimo, a conversa, todas as risadas, o clima agradável, quando ela decidiu de uma vez que iria beber aquelas quatro ou cinco taças de vinho – não sabia ao certo quantas tinham sido –, mas não, ela não queria conversar exatamente sobre como tinha sido com as garotas, ela queria outra coisa e não estava disposta a esconder o que desejava. Foi por isso que ela retirou a calça dele, sem que Alfonso pudesse se esforçar muito ao menos para auxiliá-la. Ele a observou livrar-se da peça, voltando a ficar por cima, agora retirando o livro de suas mãos, tão calma que já podia esperar o olhar confuso de Alfonso, que logo tornou-se ainda mais confuso quando ela largou o livro sobre a cabeceira da cama, sem desviar os seus olhos  momento algum, retirando seus óculos em seguida. As ações eram todas dela.

Tudo em silêncio. Todos os movimentos de Anahí emanavam mistério. Alfonso estava com a cabeça apoiada no espelho da cama, mas deitado o suficiente para que Anahí conseguisse ficar por cima, dessa vez, erguendo a barra de sua camisa.

— Ana... – ele murmurou, segurando as mãos dela repousadas sobre seu peito

— Eu quero transar com você, Poncho... – disse em um tom baixo, aproximando o rosto. Foi exatamente nesse momento que o hálito quente e inebriante dela invadiu seus sentidos, fazendo-o suspirar em resposta.

Quantas taças de vinho Anahí provavelmente tinha ingerido? Alfonso não deixou de pensar. E se ela só estivesse querendo aquilo por estar bêbada?
Não, eles não podiam fazer nada sob aquelas circunstâncias, Anahí é quem estava bêbada, ele estava sóbrio o suficiente para impedir que os dois acabassem fazendo algo que ela pudesse arrepender-se depois. Não precisava acontecer assim.

— Anahí, você está bêbada. – retornou a dizer, enquanto agora ela acariciava seus ombros, descendo com as mãos sobre seus braços, alcançando suas mãos, induzindo-o a tocar seu quadril.

𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤 Onde histórias criam vida. Descubra agora