Alfonso acordou quase três horas depois que deitou sem qualquer intenção de dormir, mas sua estranheza surgiu não pelo fato de que ele realmente estava muito cansado ao ponto de conseguir dormir, e sim pelo lado que Anahí ocupou na cama, como ele bem lembrava, estar completamente vazio.
Estranhou, é claro, mas não demorou a levantar e chamar por ela. Silêncio. Então logo decidiu procurá-la. Talvez estivesse no antigo quarto que costumava ocupar, mas o que Alfonso encontrou ao adentrar no ambiente que não entrava desde que Anahí decidiu ir embora fora o completo vazio, do mesmo modo que todos os cômodos naquele andar estavam sem qualquer sinal dela.
Acabou por encontrá-la na sala, sentada no sofá, onde pelo visto adormeceu, sendo um problema a maneira toda torta em que estava e que fez Alfonso aproximar-se sutilmente, apanhando-a no colo, com cuidado. O alívio que ele sentiu por perceber que ela ainda estava ali era palpável.
— O que houve? — Anahí despertou assustada enquanto ele subia o lance de escadas.
— Você dormiu no sofá. — Alfonso respondeu, a voz baixa — Estou levando você para o quarto. Não é nada, volte a dormir.
Antes que ele terminasse o que dizia, Anahí voltou a cochilar, tombando a cabeça contra o peito dele. Mas foi a ausência do calor que a fez despertar novamente, no instante em que Alfonso puxava o cobertor sobre ela.
— Faz tempo que você está acordado? — Anahí perguntou, a voz rouca. Alfonso sorriu pressentindo o sermão.
— O suficiente para estranhar a sua ausência. Por que você não ficou aqui comigo na cama? — ele devolveu o mesmo tom de pergunta, acomodando-se ao lado dela na cama, embora não estivesse necessariamente interessado em voltar a dormir mais.
— Levantei para confiscar o seu celular, não queria que nada nem ninguém acordasse você. — Anahí confessou, e de fato passou bem meia hora evitando ligações, mensagens e até e-mails, ficando a postos apenas caso fosse alguma informação sobre Ruth, que seria a única solução viável que a faria mudar de ideia e acordá-lo, é claro.
— E acabou dormindo no sofá? — Alfonso concluiu, sorrindo quando ela apenas acenou em afirmação, os olhos azuis repletos de sono — Não o suficiente, eu posso ver. Volte a dormir.
— E você vai ficar aí, velando o meu sono? — o tom de brincadeira dela fez ele sorrir outra vez, principalmente por observá-la abraçar o travesseiro dele, claramente sem notar.
— Preciso de notícias, e de um banho, e voltar para o hospital — ele enumerou, esticando-se para alcançar o celular sobre o aparador ao lado. — Você tem… quinze minutos para dormir um pouco, a não ser que queira me deixar voltar sozinho.
Anahí não contestou, tampouco poderia de qualquer forma, porque antes mesmo que pudesse formular qualquer objeção, o sono a venceu. Alfonso ficou por algum tempo velando o sono dela, em um momento erguendo a mão com a necessidade que sentiu de tocá-la, mas refreando as próprias intenções, ciente de que quando o fizesse, não teria tanto controle para parar quando tudo dentro dele insistia para que cortasse aquela distância de uma vez por todas. Anahí ainda dormia serenamente, a respiração calma, como ele bem lembrava, e ao sentir o próprio coração batendo frenético dentro do peito, conseguiu ainda mais certeza de que o sentimento que nutria por ela ainda existia e sobressaía a qualquer mágoa ou receio. Não tinha dúvidas, e nada explicava a vontade que ele sentia de puxá-la para os próprios braços e não deixá-la sair tão cedo.
Alfonso percebeu naquele momento que estava perdendo tempo tentando afastá-la, que por mais que ainda existisse um certo receio de que ela poderia deixá-lo, ele poderia lutar contra, deixar todas as defensivas de lado e lutar pelo amor que sentia por ela. Com sorte, no final daquele dia, ele faria Anahí acreditar com tudo o que tinha que embora ainda não estivesse pronto, estava disposto a tentar mais uma vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤
FanfictionSinopse: Anahí Portilla e Alfonso Herrera estão ligados por um vínculo jurídico, um contrato de casamento. Ela prometeu ao pai em seu leito de morte que salvaria a empresa da família. Ele está determinado a expandir seu patrimônio. A solução encontr...