Capítulo 101

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Em alguns meses, muita coisa era capaz de mudar e acontecer.

O primeiro fato importante e válido de atenção era o quanto tanto Anahí quanto Nina estavam curtindo a fase da gravidez de ambas, juntas, quando não estavam se implicando, é claro, uma vez que tanto Alfonso quanto Ian, aquela altura, pareciam competir para saber quem acabava sendo mais insuportável — palavras delas mesmas. Em contrapartida, sempre existia um espaço no meio do dia para que pudessem sair para fazer compras juntas e assim iniciarem a montagem do enxoval. Enquanto Nina entrava para o quarto mês, Anahí seguia rumo ao fim do segundo, foi quando aconteceu a discussão que Ian provocou porque, para a surpresa de todos, a barriga de Anahí começou a crescer e a de Nina, segundo ele, não parecia sair do lugar. Questões biológicas poderiam explicar, é claro que sim, porque Anahí estava grávida de dois bebês, enquanto Nina carregava apenas um, bastante saudável por sinal, e que mesmo com todo o surto de Ian, vinha se desenvolvendo bem. A paz voltou a reinar quando a barriga de Nina finalmente começou a despontar e Ian parou de irritá-la, dentro da medida do possível, é claro. Restou apenas o fim dos sintomas difíceis como enjoos, fome e sono excessivo, de resto, elas estavam vivenciando aquela fase rodeadas de mimos e de descobertas.

A primeira e mais importante delas foi quando o sexo do bebê que Nina esperava foi finalmente revelado. Era um menino e se chamaria Mattew, não foi preciso muito para compreender que, apesar de um tanto chateada por saber que ganharia um irmão ao invés de uma irmãzinha, Samantha foi aceitando aos poucos a ideia.

De resto, tudo se resumia a momentos felizes e de grandes descobertas.

Até uma madrugada onde Anahí despertou se queixando de dor. Uma cólica que começou fraca, segundo os relatos da mesma, que logo foi se intensificando e deixando tanto ela quanto Alfonso alarmados. Os dois deitaram para dormir naquela noite sem qualquer ameaça, Anahí estava bem, Alfonso tinha seguido a risca a rotina que eles vinham mantendo, massageando a barriga pequena dela, conversando com os filhos, esperando-a pegar no sono para que ele pudesse, por fim, também dormir, e então o inesperado aconteceu para deixá-los assustados e certos de que, sim, quando a calmaria vinha, não deveriam ter esperanças de que permaneceria a longo prazo porque uma tempestade aconteceria em seguida.

E o primeiro conflito mais sério entre eles surgiu ali.

— Repouso absoluto — Alfonso repetiu as próprias palavras em um tom sério, e Anahí revirou os olhos, tentada a ignorá-lo, mesmo ciente de que seria praticamente impossível — Você escutou, não sou apenas eu que estou dizendo.

— Sim, eu sei o que escutei — ela refutou — Repouso absoluto caso eu voltasse a sentir qualquer desconforto, mínimo que seja, e eu não estou. Alfonso, por favor!

— Por favor, você, Anahí — Alfonso rebateu — Eu não quero e não vou discutir com você. Não mesmo. Seja menos difícil ao menos uma vez.

— Estou sendo difícil? É isso o que você está dizendo?! — e Anahí estava colérica sem acreditar no que estava escutando.

— E está tentando de tudo para criar uma discussão sem necessidades. E nós não vamos discutir, não mais.

Estava decidido, mais que isso, era o sinal claro de que Alfonso não iria tolerar que aquele assunto seguisse sendo pauta para uma discussão, porque não tinha nem mesmo qualquer fundamento para Anahí estar sendo tão irredutível.

A situação ficou tão feia que Ruth sentiu que deveria ir até eles como reforço, uma vez que quando a ligação veio de que Anahí tinha sido hospitalizada, todos, incluindo ela, acabaram em alerta. Ainda era muito cedo, praticamente o início da gravidez, qualquer sinal de que algo estava errado não significava um bom sinal, e Ruth, como uma mãe e uma sogra preocupada e prestativa, decidiu que passaria aquela noite com eles. Agora, no andar de baixo, tentava ignorar a discussão que acontecia no quarto do casal.

𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤 Onde histórias criam vida. Descubra agora