Existe uma lenda de origem chinesa chamada Akai ito que se popularizou há milhares de anos e ficou conhecida como a lenda do fio vermelho. Acredita-se que na hora do nascimento, quando uma pessoa é destinada a outra, independentemente do tempo, lugar ou circunstância, os deuses amarram no dedo mínimo um fio vermelho invisível que é ligado ao mesmo membro de outra pessoa.
O laço pode embaraçar, emaranhar, mas ele nunca quebra, não é visível a olho nu, mas está lá, sendo possível sentir. É assim como, independente do que acontecer, as duas pessoas estarão sempre ligadas e acabarão por se encontrar.
Alfonso não sabia como, mas algo não parecia certo. Não ali, na festa do sobrinho, não pense isso de forma alguma, até porque todos ao redor pareciam bem, felizes, era um dia de comemoração, afinal, mas a questão era ele, especificamente dentro dele, e em como o incômodo interno surgiu, deixando-o inquieto e confuso quanto ao que estava sentindo.
— Poncho, tudo bem? — Jessica repetia a pergunta de minutos antes quando não obteve uma resposta. Ao lado de Alfonso, antes imersos em uma conversa, ela não percebeu de imediato o distanciamento dele, mas quando o silêncio surgiu, estranhou de imediato. Então o olhou, e notou o semblante distante dele, retornando a chamá-lo. — Alfonso?
— Desculpe? Está falando comigo? — Alfonso perguntou, meio confuso quando ela tocou o ombro dele, sacolejando-o de leve.
— Você ficou calado de repente… Parecia distante. — Jessica explicou, preocupação nítida em seus olhos — Você está bem? Está pálido…
— Não, estou… Estou bem. — Alfonso afirmou com um pigarro, sentindo-se de repente sufocado. Não saberia explicar, de qualquer forma. — O que você estava dizendo?
— Não parece. — ela admitiu, sorrindo para tentar afastar o clima estranho que surgiu de repente — E, na verdade, eu não necessariamente estava dizendo algo, e sim mostrando — explicou, e ele assentiu, se situando — Todas aquelas crianças com o Ian — apontou — Mas você não parecia mais aqui.
— Não? Desculpe, estava um pouco pensativo mesmo.
— Eu notei. — Jessica assentiu com um riso contido.
— Desculpe, Jessie. Eu só preciso de um pouco de ar. — Alfonso foi rápido em explicar, mas antes que pudesse, de fato, sair, Ruth os alcançou.
— Meu filho, eu estava mesmo procurando por você quando… Oh, Jessica! — ela refreou um passo assim que notou a ruiva ao lado do filho, os olhos levemente arregalados em surpresa — Querida, quanto tempo! Você veio, eu estava mesmo esperando encontrá-la!
— Ruth — Jessica a cumprimentou, sorrindo ao receber um abraço terno dela, bem como lembrava — Muito tempo mesmo…
— O Alfonso nem avisou que você viria, não confirmou nada! — Ruth revelou, afastando-se brevemente para intercalar o olhar entre ambos — Você está bem? Há quanto tempo mesmo não nos vemos? Você ainda era uma garotinha da última vez que eu lembro…
Jessica acabou aos risos com as palavras de Ruth, um tanto quanto surpresa pela reação, mas não menos interessada porque também estava saudosa, de fato, faziam anos desde que ambas se encontraram daquela maneira, como a própria Ruth havia dito, uma vida inteira atrás. O único disperso na conversa que surgiu ali era Alfonso. Ele parou de escutar o que a mãe e Jessica falavam quando o assunto em questão era o colegial, acabou perdido entre o surgimento do passado deles porque aquele sentimento incômodo de mais cedo retornou com tudo.
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𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤
أدب الهواةSinopse: Anahí Portilla e Alfonso Herrera estão ligados por um vínculo jurídico, um contrato de casamento. Ela prometeu ao pai em seu leito de morte que salvaria a empresa da família. Ele está determinado a expandir seu patrimônio. A solução encontr...