O inverno ainda estava longe de ir embora, pelo contrário, Manhattan amanhecia inteiramente coberta pela neve, o que ocasionava um frio cortante entrando através das portas abertas da sacada, obrigando Anahí a querer, mais do que tudo, ficar encolhida entre as cobertas, ainda entre um bocejo e outro, despertando muito a contragosto, para abrir os olhos de uma vez e comprovar que não tinha sido um sonho.
Alfonso estava mesmo ao lado dela, ou melhor, completamente grudado ao seu corpo, com um braço apossando-se de seu quadril, em seu sono sereno e um respirar calmo, atingindo a pele de seu pescoço, fazendo-a arrepiar e suspirar com um meio sorriso de satisfação nos lábios.
Era real.
Ao fechar os olhos, pequenos flashes começaram a surgir. Dela quase tropeçando ao subir os degraus da escada para ir em direção ao quarto dele, a cabeça um pouco zonza pela quantidade de álcool que havia ingerido, a mente e o corpo trabalhando em harmonia para que a coragem que precisava pudesse surgir e, como resultado, conseguindo aclarar o que bem queria e como queria.
Outro sorriso acabou surgindo nos lábios dela ao lembrar com mais clareza da firmeza na voz ao dizer que queria transar com ele. O álcool tinha ajudado sim, em partes, mas noventa por cento do racional dela tinha certeza que era hora de largar de uma vez todo e qualquer receio para entregar-se por inteiro.
E ela o tinha feito. Restava tudo para aquela manhã, as lembranças, o cheiro dele pregado em cada parte de seu corpo, mas espaço para arrependimento não existia de forma alguma.
Com um certo esforço, Anahí conseguiu desvencilhar-se dos braços dele com cautela para levantar e seguir em direção ao banheiro. Concluiu que precisava de um banho para despertar de vez, e parecia que o sorriso em seus lábios não iria sumir dali nunca. A cascata de água quente caindo sobre seu corpo, onde com uma pequena avaliação, ela pôde notar algumas pequenas marcas de um vermelho claro na altura de seu quadril, bem com no vão entre seus seios, poderia apostar que provavelmente suas costas também estariam levemente marcadas, não menos que as de Alfonso, é claro, porque dessa parte onde suas unhas fincadas contra a pele dele enquanto o sentia preenchê-la por inteiro, faziam um estrago tamanho, ela lembrava bem.
E como poderia esquecer, quando, era a parte que mais a fazia sorrir daquela maneira? De toda a atenção dele, da certeza que ela fazia questão de demonstrar ainda que um certo receio estivesse pairando entre eles, o que certamente não prevaleceu quando Alfonso entendeu que Anahí estava ali por inteiro, sem permitir que nenhum fantasma estragasse a decisão que havia tomado e que ocasionava aquele resultado de um sorriso sem fim em seus lábios, enquanto de frente para o espelho, já coberta por um roupão dele, ela secava os fios úmidos de seu cabelo, entre um sorriso e outro podia repetir com todas as letras que aquela nova Anahí podia-se dizer estar vivendo tempos de felicidade somado com doses de redescobrimento de quem havia sido um dia; cheia de sonhos e metas.
O melhor de tudo era entender que estava apenas no começo.
Enquanto Alfonso despertava em um pulo naquela manhã, ainda meio desconexo após olhar ao redor e notar que Anahí não estava mais ao seu lado na cama, muito menos pelo quarto.
As dúvidas, é claro, ainda estavam vivas nele. Será que ela tinha despertado arrependida? Completamente confusa com o pouco que lembrava sobre o que havia acontecido entre eles? Quem sabe culpada?
Foram as primeiras conclusões precipitadas dele, quem despertou sozinho, levantando rapidamente só para comprovar que ela não estava mesmo em nenhuma parte daquele quarto, então ele apressou-se em fechar as portas da sacada para amenizar o frio e seguiu em direção ao banheiro, onde o piso molhado e o aroma de sua loção evidenciavam que ela tinha tomado um banho, dar por falta de seu roupão e observar sua escova de dente úmida foram apenas outras evidências. O que indicava que ela não tinha, ao menos, saído em disparada dali. Era um bom sinal, ou não?
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𝙐𝙣𝙞𝙙𝙤𝙨 𝙋𝙤𝙧 𝙐𝙢 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤
FanfictionSinopse: Anahí Portilla e Alfonso Herrera estão ligados por um vínculo jurídico, um contrato de casamento. Ela prometeu ao pai em seu leito de morte que salvaria a empresa da família. Ele está determinado a expandir seu patrimônio. A solução encontr...